sábado, 31 de dezembro de 2011

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Feliz Ano Novo



Para o PCP, com muito amor

«Não, o problema não é o PCP dar condolências ao povo norte-coreano pela morte do ditador que mantinha a Coreia do Norte num transe colectivo. O problema está no facto de vivermos num país onde os jornalistas têm medo de associar a palavra "ditador" à palavra "comunismo". Li e ouvi várias referências à morte do "líder" ou "presidente" da Coreia do Norte, e não li ou ouvi referências à morte do ditador do regime mais enlouquecido da galeria comunista. Ao pé daquele sujeito, Fidel Castro é um menino. Comparado com aquele comunismo oriental, o comunismo cubano é um spa tropical. Portanto, se as redacções não conseguem dizer que Kim jong-il era um "ditador", vão dizer o quê quando Castro morrer? Que era um notável líder? Um brilho celeste tristemente bloqueado pela canzoada yankee?

Não, o problema não é o humor involuntário do PCP. O problema é continuarmos a viver numa cultura que ainda não aceita críticas impiedosas ao comunismo, que ainda não aceita a equivalência moral entre comunismo e fascismo. O problema é continuarmos a viver cultura que é completamente estranha à narrativa deste filme de Peter Weir. Sim, a estória (isto é, a espessura das personagens durante a fuga do gulag) não nos agarra, mas a História do filme tem um peso que fala por si. Partindo de uma perspectiva polaca, Rumo à Liberdade diz-nos algo que continua a ser tabu: a II Guerra Mundial começou com uma dupla invasão da Polónia; os alemães invadiram pela esquerda e os soviéticos invadiram pela direita. Os comunistas de Estaline também iniciaram a II Guerra.

Peter Weir relembra na tela algo que Norman Davies já tinha carimbado no papel: a Europa não é sinónimo de Europa ocidental. Os agressores e as vítimas da história europeia não estão apenas na Europa ocidental. A Europa oriental também conta. Devemos, portanto, desenterrar esse pormaior: em 1939, comunistas e fascistas invadiram - ao mesmo tempo e em conluio - a Polónia. A URSS não entrou na II Guerra em 1941, mas sim em 1939. Aliás, a segunda agressão da guerra pertence à URSS: a esquecida invasão da Finlândia, em Novembro de 1939. Depois, enquanto a Alemanha já oferecia os habituais tabefes à França, a URSS anexou os Estados bálticos. Não acreditam? Então inquiram um estónio ou um lituano sobre este assunto, e depois reenviem a resposta ali para o "Avante".»

Henrique Raposo (www.expresso.pt)

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Você que até é um bocado socialista achava que Sócrates até tinha sido simpático com os mais pobres e que este governo é que lhes está a dar forte e feio?


Austeridade comparada

    Você que até é um bocado socialista achava que Sócrates até tinha sido simpático com os mais pobres e que este governo é que lhes está a dar forte e feio? Pois, desengane-se, quem tem razão são os que estão à sua esquerda: Sócrates deu forte e feio nos mais pobres - e Passos ainda está a dar mais. Uma verdadeira carnificina, incomparável na Europa. Uma vergonha. Até na Grécia, um país institucionalmente mais fraco do que Portugal, as coisas passaram-se de outra forma. O que aliás ajuda a perceber a confusão nas ruas: afinal aquilo era para não se lhes ir mais ao bolso. Esta última dedução não está, mas as conclusões acima estão num estudo recente sobre os efeitos das medidas de austeridade levadas a cabo nos 6 países europeus que mais as fizeram desde 2009. São eles: Estónia, Irlanda, Grécia, Espanha, Portugal e RU. O estudo reporta-se ao que foi feito até Junho de 2011 e por isso para Portugal ele diz respeito apenas ao governo do Eng. Sócrates. Mas como sabemos que de lá para cá as coisas pioraram...mas já lá vamos.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Justiça à "tuga"!!!



Onde arranjo um tio magistrado do MP? É que o meu vizinho faz um barulho desgraçado com o portão da garagem às tantas da madrugada. Queria obrigá-lo a meter o carro até às 21h.


O dono de uma pastelaria de Braga queixou-se hoje de “perseguição”, depois de ter sido detido 16 vezes em três meses pela GNR por alegadamente se encontrar dentro do estabelecimento uns minutos para além do horário de funcionamento.

“Basta ultrapassar o horário em dois minutos e já tenho a GNR à porta, é uma coisa verdadeiramente incrível”, disse Sérgio Lima.
Acrescentou que sempre que isso acontece é detido e levado no carro da GNR até ao posto da GNR no Sameiro, onde passa “à volta de uma hora” no preenchimento do auto de notícia.
Aquela pastelaria, situada na cidade de Braga, foi alvo de uma providência cautelar, interposta por um morador no prédio, magistrado do Ministério Público, que se queixou de excesso de ruído. 
O tribunal aceitou a providência e decidiu encurtar o horário de funcionamento da pastelaria, que era das 7h00 às 24h00 e passou para das 9h00 às 21h00.
A partir daí, como assegura Sérgio Lima, a GNR “não larga a porta”, seja de manhã seja à noite, para controlar a hora de abertura e de fecho. 

in Jornal Publico

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Outro ponto de vista


por Acácio de Brito

 “Dar e receber – o difícil e desejável equilíbrio (...) dar e receber, quando é feito com
o coração, é gratuito e gratificante”. (Maria José Quintela)

A época natalícia é sempre momento de reencontro connosco, com os outros e com a vida! Não obstante, é minha convicção que este momento de celebração da Vida está absolutamente adulterado, mormente, quando, no lugar do Menino, se coloca uma figura simpática, mas sem sentido – o pai Natal. Ora, se procuramos que este momento seja de autêntica festividade pelo sentido da mensagem do Deus Menino, não tem razão a natureza consumista que hoje, apesar do estado de crise, tem caracterizado esta época de Natal. Numa perspectiva mais intimista, mais próxima, recordo, com imensa saudade, o primeiro Natal que passei em Portugal, nos idos anos de 1976. Estava na capital do Império que tinha desabado, Lisboa, cidade imensa, que de todo não conhecia. Sentia-me, desse modo, profundamente só. Aliás, em nota de rodapé, confidencio que a minha aversão às castanhas assadas remonta a esse tempo pois associo-as
a esse momento de solidão. Todavia, tive então a melhor prenda de Natal da minha vida – a companhia de minha irmã Zezinha que, por si só, já bastava enquanto prenda, mas que me ofertou, com sacrifício imenso, um camisolão de flanela! Que lindo que era, que bem me soube!
A companhia, o sentido genuíno da oferta, tudo se conjugou para que recorde, com saudade imensa, um Natal,
o do ano de 1976, onde só aparenteN colaboração com o Outro. Não obstante, não nego o sentido agradável da prenda! Mas, poupem-nos... Mesmo em crise, chegámos ao exagero, ao limite. Não vale a pena! Hoje, num tempo com uma mundividência ávida do TER, muitas vezes nos esquecemos da dimensão autêntica e substantiva do SER.
A todos, os votos de um Santo e Feliz Natal em que o sentido da mensagem do Menino nos interpele sempre, tornando-nos desse modo, melhores com o Outro, nosso irmão.

in D.M. 23/12/2012

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Boas festas e um dos meus desejos para 2012

Estive quase para não ter tempo para escrever. E vou acabar por não escrever, porque o que queria dizer li aqui no Avatar e arriscava-me a ser acusado de plagiar, pois reflecte o meu pensamento desde há muito tempo. Sem mais demoras aqui fica por palavras deles um dos meus desejos de Natal.

por Carlos Garcez Osório no Avatar


«Confesso que nunca fui simpatizante de greves. Nunca aceitei muito bem o poder negocial que se funda na capacidade de causar prejuízos. Nunca compreendi como podem os sindicatos vangloriarem-se de uma qualquer greve ter sido uma vitória quando esse triunfo se mede pela proporção do dano causado. E pior, não compreendo e não aceito quando esse dano é causado directamente à população em geral. Neste tipo de greves quem sofre não é o Conselho de Administração ou a Entidade Patronal que se quer antagonizar, mas o Povo.
Mais incompreensível é o facto de alguns objectivos que se pretendem alcançar com as greves serem, no mínimo, ilegítimos. Neste caso da CP, tentar através de uma acção de força sindical alterar o resultado de processos disciplinares que são pendências que, obviamente, devem ser decididas em sede disciplinar e eventualmente em sede judicial, constitui uma pressão inadmissível. A lei proíbe, manifestamente, qualquer tipo de coacção sobre quem tem o poder de julgar.
Nesta altura do campeonato em que todos devemos estar preocupados com o aumento da produtividade nacional, esta greve da CP é como ter no barco um “gajo” a remar para trás, de propósito e todo contente.
Ora uma greve que é feita durante toda a quadra natalícia e que impede as pessoas de viajarem de comboio e em muitos, mas mesmo muitos, casos vai impossibilitar aquela que é, por excelência, a oportunidade anual de estar com toda a Família, é asqueroso.
O meu primeiro desejo para 2012 é que depois de se ter vendido parte da EDP aos chineses, se venda a CP à Coreia do Norte (por mim até pode ser dada)! ».


segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Feliz Natal


Boas Festas
e um
Próspero Ano Novo

são os votos de todos os editores da Rua do Souto

Outro ponto de vista


por Acácio de Brito

 “Poucos países fabricaram acerca de si mesmos uma imagem tão idílica como Portugal”. (Eduardo Lourenço)

Esta semana passaram 35 anos que cheguei a Portugal. Partindo de uma terra com uma temperatura de verão a rondar 40 graus, a chegada
à antiga capital do Império, com um frio de rachar, foi como que um baque ou corte radical de vida. Nesse tempo, 14 de Dezembro de 1976, eram ministros, entre outros, Medina Carreira e António Barreto, personalidades pelas quais nutro admiração intelectual. Não obstante, quando hoje opinam sobre o país e as vicissitudes por que passamos, podem suscitar, a quem chegou
a uma terra nova, da qual apenas tinha conhecimento pelos livros e pelo testemunho de quem por lá passava, algumas perplexidades. Sabemos que o que hoje vivemos é consequência de uma ausência de pensamento estratégico de décadas. Vivíamos, então, na base de um sonho em que tudo era gratuito. Aliás, a Constituição orientava-nos para termos
o céu na terra, de graça! Entretanto, em Braga, terra que adoptei como minha, e onde passei a residir
a partir de finais de 1977, acabava de ganhar as primeiras eleições autárquicas, na véspera da minha chegada a Lisboa, um jovem engenheiro. Braga, terra de que me enamorei là primeira vista. O que logo dela conheci, a zona do então Sabiá, tinha sido obra e rasgo de um verdadeiro Homem de governo, o Comendador Santos da Cunha. Passaram 35 anos! Muito tempo. Tempo de grandes transformações! Jovem adolescente, concluí no Sá de Miranda a minha formação secundária, entrecortando-a, por necessidades pessoais, com trabalhos de ocasião que me fortaleceram e ajudaram a perceber que nada se tem sem trabalho. Concluí a minha formação académica na Faculdade de Filosofia e, também, na UM, ambas na urbe bracarense. Nessa década de 70, acabado o forrobodó revolucionário, porque o dinheiro começou a escassear, dirigem-se os poderes de então para a ajuda externa, solicitando apoio ao FMI. Na década de 80, nova situação aflitiva, novo recurso ao FMI.
A culpa era sempre da conjuntura internacional. Nunca foi assumida como resultante da incompetência doméstica para o tratamento de assuntos de governação. Contudo, o apoio exterior solicitado na década de 80, considerado um sucesso, só o foi aparentemente, pois o seu final coincide com a chegada dos milhões da então CEE, referentes ao período de transição e, posteriormente, ao 1.o QCA. A eles se seguiram, nos últimos 25 anos, mais outros quatro apoios significativos que nos iriam transformar no paraíso da Europa. Não obstante, insistimos em não ouvir
o avisado desafio de Ernâni Lopes, ministro que concluiu, na madrugada de 28 de Março de 1985, o nosso processo de adesão, com palavras sábias por muitos não seguidas: “logo nessa madrugada disse que o mais fácil estava feito –
a partir daí é que iria começar o verdadeiro desafio para Portugal”. Aí está a génese moderna do nosso actual estado de coisa! Perante o desafio sério de procurarmos a autenticidade do verdadeiro saber, na única das áreas em que, de facto, nos podíamos diferenciar, a Educação, a opção foi para o facilitismo: formação profissional pensada na lógica de obtenção de fundos, obras faraónicas com importação maciça de tecnologia estrangeira
e a Educação, sector chave, entregue a quem pensava que o faz-de-conta conta alguma coisa no mundo real!
E chegámos ao que de onde, verdadeiramente, desde Abril de 1974, nunca conseguimos sair: à bancarrota, económica, financeira e social, que se resolve com mais ou menos, sacrifícios pecuniários. Contudo, o mais difícil encontra-se a um outro nível: nos valores que se perderam, que se insiste em continuar
a não valorizar. Portugal precisa de uma Educação que estimule a coragem de arriscar, ou se quisermos, uma curiosidade filosófica por coisas novas, que têm sido, grosso modo, pensadas como inúteis e desnecessárias. Enquanto as discussões permanecerem ao nível de uma pré-formatação dos mesmos actores, em papéis diferentes, ontem ministros, hoje opinadores, tudo ficará na mesma. Também por isso, em Braga, em 35 anos, o essencial não mudou, talvez porque “os portugueses (e os bracarenses) são marcados, desde há muito, pela noção de que, em Portugal, é ‘mesmo assim’, de que as coisas ‘são como são’ e nada muda ou pode mudar”. Não obstante, não tem que ser assim!

C.M. de 16/12/2011

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Rui Rio concorda com redução do número de freguesias no país

O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, disse hoje concordar com uma redução do número de freguesias do país, em especial das urbanas, no âmbito da reorganização administrativa autárquica.


“Desde há muitos anos que tenho defendido uma redução do número de freguesias, especialmente das denominadas freguesias urbanas. Tenho-o feito em público e em privado”, observa o edil, numa carta a que a Lusa teve acesso.

Rio alerta que a “reforma administrativa em curso” lhe tem dado oportunidade de falar “múltiplas vezes” sobre o tema, tendo em todas elas defendido “a mesma posição de sempre, ou seja: a redução do número de freguesias”.

O autarca recorda ainda que o documento da Junta Metropolitana do Porto (JMP) por si redigido “defende essa mesma redução logo no segundo ponto” e que essa posição foi por si “formalmente defendida junto do Governo na reunião que a direção da JMP teve com o ministro Miguel Relvas”.

O comentário do edil surge num direito de resposta enviado hoje ao jornal Público e distribuído à Lusa a título de “esclarecimento”, a propósito de uma notícia onde se diz que “Rui Rio discorda da redução de freguesias”.


in: http://www.destak.pt

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Outro ponto de vista


por Acácio de Brito

 “A Liberdade é a liberdade de dizer que dois e dois são quatro. Uma vez que se reconheça isto, tudo o mais virá por acréscimo”(George Orwell)

Alguém que pretenda governar deve ter, pelo menos, duas características, entre muitas outras: a capacidade de previsão e de escolha. Prever, porque o que se exige a um governante é o anúncio de uma realidade diferente. É perscrutar uma ambiência a que se tende a ascender. Escolher, porque se deve optar entre várias propostas de caminho a seguir. Em Portugal o que tem acontecido, de facto e de direito, é o contrário! Não obstante, fomos país de marinheiros que, de mundos nunca antes alcançados, tornaram as viagens intercontinentais coisa de somenos! Contudo, hoje, governados por marinheiros de lago virtual, atentos às vicissitudes do mero dia-a-dia, perdemos a audácia de apontar para o sem-lugar. Impõe-se-nos a necessidade de eliminar feriados e, sem pensar em coisa nenhuma, julgo que por deficiência de formação, os detentores de um poder efémero por natureza, decidem pelo fim da comemoração do 1.o de Dezembro, que é só e apenas o dia da Restauração da nossa Independência. De lamentar, nomeadamente, a negação e a ausência de referências. Nesta actualidade “pantanosa”, não se prevê, constata-se, verifica-se. Não se faz coisa nenhuma! Limitamo-nos a fazer de conta! Logo, não se escolhe.
O caminho a trilhar é-nos imposto por entidades tecnocráticas, das quais nada se sabe. Com um ponto em comum, foram ou virão a ser quadros da Goldman Sachs. Parafraseando o banqueiro Fernando Ulrich, estamos na mão de homens de 5.a ou 7.a categoria, que se permitem, ou melhor dizendo, a quem permitimos que, do alto da sua falsa importância, debitem opiniões e condicionem os poderes democraticamente eleitos e escolhidos. Mundo pequeno, este nosso, reduzido que está ao que nos é imposto! Mas será que não existe uma alternativa a esta letargia? Temos a certeza que sim. Se a aposta for em quem defenda as virtualidades da pessoa, da realização autêntica do humano e da valoração humanizadora das dimensões económicas, sociais e políticas, conjugadas, sempre, com uma atitude próactiva, podemos prever um mundo melhor e um Portugal mais justo. Prever um Portugal mais competitivo e solidário implica a escolha de um outro caminho. A vereda, ou atalho, com que nos têm presenteado, já provou que nos conduz a nenhures!
O tempo é de chegar, a porto seguro. Mas atenção que, com os mesmos que nos vêm dizendo, de há muito, coisas diversas, análises abstractas de coisa nenhuma, projecções do óbvio e do nenhures, enfim, os mesmos que vão propalando e dizendo o que conseguem vislumbrar da margem do rio, os chamados navegadores de águas pouco profundas, não vamos lá! Os momentos que passamos, difíceis para quem tem de viver do seu suor, sempre foram complicados. O problema reside em algo mais profundo, civilizacional, direi mesmo.
O busílis pode ser encontrado na recente intervenção de Sócrates, “o parisiense”, quando, ainda hoje, nos querem falsamente habituar à ideia que tudo são rosas. Contudo, obstinadamente, elas, por sua mesma natureza, têm espinhos.

in D.M. 9 Dez. 2011

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Com todo o respeito


por Miguel Brito


O sapo e o escorpião

O sapo ia atravessar o rio que transbordava e o escorpião precisava de chegar
à outra margem e o escorpião diz ao sapo – por favor, leva-me para o outro lado do rio. O sapo espantado, responde: nem penses, já sei que me ferras com o teu veneno mortal e não quero morrer! És tolo – retorquiu  o escorpião! – Se o fizer também me afogo e não quero morrer!
O sapo ficou pensativo e julgou – de facto, o escorpião tem razão! Acho que posso arriscar – pensou o sapo.
Ok, anda daí – gritou o sapo.
No meio do trajecto, o escorpião disse não resisto vou te morder, não posso escapar à minha natureza!
E o resultado é que se afogaram os dois.
Agora imagine que o sapo é o Ministro da Saúde e o escorpião, o Presidente da Distrital do PSD ou do CDS, conforme preferir.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Obrigado!

Por razões sem grande expressão, interrompo por agora a minha colaboração com este blog. Há males que vêm por bem e penso que a minha mensagem já foi bem difundida.
Além disso, penso empenhar-me na nobre tarefa política de mudar a Câmara de Braga e vencer - no âmbito da Coligação Juntos por Braga - o PS nas próximas eleições autárquicas de 2013.

Mais do que tudo, queria agradecer ao Paulo, ao Rui, ao Ramiro e ao Sérgio por me terem deixado usar e abusar deste blog e, por fim, deixar o meu reconhecimento a todos os que tiveram a paciência e a gentileza de me lerem.

Obrigado a todos!

Nuno Oliveira Dias

Passos Coelho e Paulo Portas participam no Congresso do Partido Popular Europeu em Marselha

Os líderes do PSD, Pedro Passos Coelho, e do CDS-PP, Paulo Portas, participam no Congresso do Partido Popular Europeu que começa hoje em Marselha, juntando-se a outros líderes europeus como Durão Barroso, Nicolas Sarkozy e Angela Merkel.

O encontro acontece na véspera do Conselho Europeu de quinta e sexta-feira e dias depois de o Presidente francês e a chanceler alemã terem afirmado esperar que, até março, os 17 países da Zona Euro cheguem a acordo sobre um novo tratado europeu que inclua "sanções automáticas" para aqueles que desrespeitarem o limite estabelecido para o défice, e em vésperas de mais um Conselho dos 27 em torno da dívida europeia e da situação económica da Europa.

O ministro dos Negócios Estrangeiros e presidente do CDS-PP, Paulo Portas, vai intervir no congresso hoje de manhã, num espaço dedicado às recentes revoluções no mundo árabe. Nesta mesa redonda, intervirão também Youssef Amrani, secretário-geral para a União para o Mediterrâneo, e Franco Frattini, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália.

Paulo Portas irá a Marselha acompanhado por Luís Queiró, que tem o pelouro dos assuntos internacionais no partido, o secretário-geral António Carlos Monteiro, o porta-voz João Almeida, estando ainda presentes os eurodeputados Nuno Melo e Diogo Feio.

Já o primeiro-ministro e líder do PSD, Pedro Passos Coelho, deverá discursar no Congresso do PPE na quinta-feira ao início da tarde.

Por sugestão da UMP, o partido de Nicolas Sarkozy, e do presidente do PPE, Wilfried Martens, o XX congresso de líderes populares europeus vai discutir o documento "fazer avançar a Europa".

O PPE vai também, durante estes dias, realizar a sua cimeira ordinária de chefes de Estado e de Governo na preparação do Conselho Europeu.

O Presidente da Arménia, Serzh Sargsyan, é convidado especial no congresso.

http://www.ionline.pt

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A Natureza-Morta na Europa: Séculos XIX-XX (1840 - 1955)

A Perspectiva das Coisas. A Natureza-Morta na Europa
Segunda parte: Séculos XIX-XX (1840 - 1955)
21 de Outubro de 2011 a 8 de Janeiro de 2012
Galeria de Exposições da Sede da Gulbenkian, em Lisboa


Dando continuidade à exposição apresentada em 2010 sobre o tema da natureza-morta na Europa, a segunda parte será dedicada à modernidade do século XIX e às alterações fundamentais ocorridas na primeira metade do século XX.

A renovação do interesse pela natureza-morta por parte dos artistas da vanguarda francesa será documentada através das obras dos Realistas e também da nova linguagem do Impressionismo. Em exposição estará uma peça-chave deste contexto, a Natureza-Morta de Claude Monet, que faz parte das colecções do Museu Calouste Gulbenkian. A natureza-morta foi, no final do século XIX, tema que interessou de sobremaneira os pintores Pós-Impressionistas como Cézanne, Van Gogh e Gauguin, que estarão representados através de obras de referência.

A exposição demonstrará como a natureza-morta, enquanto género pictórico, se transformou em veículo de uma experimentação ainda mais radical com Picasso, Braque e Matisse. Poder-se-á entender como permitiu a alguns artistas um olhar reflexivo sobre a sociedade contemporânea, enquanto outros se envolveram nas novas realidades da experiência subjectiva, como é o caso de Magritte e Dalí. A fragmentação e reinvenção da própria categoria de natureza-morta serão exploradas através da amostragem de peças escultóricas ou de objectos de uso corrente transformados em obras de arte.

Eis a viagem que é proposta através dos vários tempos e geografias da natureza-morta na pintura ocidental, ilustrada com obras maiores dos autores que mais reflectiram sobre este género. A natureza-morta foi sem dúvida pretexto para as indagações dos pintores e é hoje motivo de fascínio para o público em geral. A exposição será comissariada por Neil Cox, Professor da Universidade de Essex, especialista em arte francesa do século XX, com tese de doutoramento sobre Picasso e uma vasta obra publicada bibliografia.

http://www.museu.gulbenkian.pt/exposicoes.asp?lang=pt

Para andar para a frente.

Alemanha e França apresentam linhas de um acordo para salvar a moeda única.

Os líderes da Alemanha e de França chegaram ontem a um acordo genérico para regras orçamentais mais duras e punitivas na União Europeia, que entendem ser um dos passos para a resposta global à crise na zona euro. Angela Merkel e Nicolas Sarkozy apresentarão este acordo para aprovação dos restantes países europeus na cimeira da próxima sexta--feira, considerada crítica para a sobrevivência da moeda única. Num sinal de pressão adicional sobre a zona euro, a Standard&Poor’s, a maior agência de notação financeira do mundo, avisou ontem os seis países mais sólidos da zona euro que passa a haver 50% de probabilidades para um corte do rating.

Na cimeira os países do euro serão pressionados a aceitarem o acordo, de que a Alemanha não abdica para ceder a assistência temporária do Banco Central Europeu aos países em maiores dificuldades no mercado de dívida. Os restantes países do grupo dos 27 têm até sexta-feira para decidir se querem fazer parte do grupo com um Pacto de Estabilidade e Crescimento reforçado.

“Veremos se será com 17 ou com 27”, afirmou ontem Nicolas Sarkozy, ao lado de Angela Merkel, na conferência de imprensa conjunta em Paris. “Mas vamos em frente a todo o vapor para reestabelecer a confiança no euro e na zona euro”, acrescentou.

Por outras palavras, membros como o Reino Unido e a Polónia podem bloquear as mudanças no universo a 27 – fora do euro –, mas os estados da zona euro não têm margem para fazê-lo, o que colocará problemas aos governos da Irlanda e da Holanda, que poderão ser forçados pela pressão política interna a realizar um referendo (de resultado incerto). Os países fora do euro que aceitarem o acordo são livres de o fazer.

Ir “em frente a todo o vapor” significa alterar parte da arquitectura actual da zona euro, transferindo mais soberania para a Comissão Europeia e reforçando o carácter austeritário do antigo Pacto de Estabilidade e Crescimento. O acordo implica ampliar o poder de vigilância orçamental (retirando margem aos estados na política orçamental), instaurar um esquema de pesadas sanções automáticas para quem falhar os objectivos e pagar integralmente a dívida pública da região, sem partilha de riscos com os credores privados.

Os líderes das duas maiores economias europeias assumiram que na actual situação de emergência para o euro a aliança franco-alemã tem “importância estratégica”. França acabou por ceder na questão da vigilância orçamental e das sanções automáticas (embora tenha conseguido que o Tribunal Europeu de Justiça não ganhe poderes para rejeitar orçamentos nacionais). Os franceses cederam, também, na questão da emissão conjunta de dívida, as chamadas eurobonds – França e Alemanha não darão qualquer sinal nesse sentido na próxima sexta-feira.

A posição alemã cedeu na questão da obrigatoriedade da imposição de perdas aos credores privados nos casos de futuros resgates financeiros a países do euro. Esta partilha de risco era visto como um dos factores que alimentou o receio e a desconfiança dos mercados. “A Grécia é e será a excepção”, afirmou Merkel. “A mensagem para os investidores em todo o mundo é de que na Europa nós pagamos as nossas dívidas”, juntou Sarkozy.

As notícias da existência de um acordo e a aprovação no domingo de um pacote de austeridade em Itália (e de outro ontem na Irlanda) geraram ontem uma reacção positiva no mercado de dívida, com os juros de Itália a dez anos a caírem abaixo de 6%. A reacção positiva esmoreceu no final do dia, quando a S&P colocou a Alemanha, a França, a Holanda, a Áustria, a Finlândia e o Luxemburgo (os seis países do euro com nota máxima AAA) em vigilância negativa, citando como justificação o agravamento da crise na zona euro e a falta de previsibilidade e de progressos na sua resolução. Um corte dificultaria o financiamento de futuros pacotes de resgate europeus – afectando os juros suportados, por exemplo, por Portugal no empréstimo da troika.


http://www.ionline.pt/mundo/merkozy-ultimato-quem-quer-estar-no-clube-da-austeridade

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Com todo o respeito


por Miguel Brito

A tartaruga que viajou em classe executiva

Há notícias que me comovem.  No jornal da uma, conta-nos que uma tartaruga em vias de extinção e rara, proveniente do México, ia ser devolvida ao seu “habitat” natural.
Primeiro louvo o trabalho de quem trabalha com animais: logo com tartarugas!
Além dessa nobreza de os cuidar, alimentar e proteger, a tartaruga engordou vinte e tal quilos, o que me chamou atenção foi a viagem da tartaruga ter sido na TAP, uma companhia em vias de extinção e que ao contrário da tartaruga não foi encontrada abandonada, mas que se preparam para a abandonar!
A tartaruga foi em classe executiva para chegar bem ao seu destino, foi preciso desocupar o avião, tirar duas filas, para que a tartaruga fosse confortavelmente!
Ora, a missão da tartaruga está cumprida é para o seu habitat que ela tem que ir!
E a TAP? Para onde segue, para a Alemanha? Para Madrid?
E não aparece ninguém, como aquele tratador que cuidou a tartaruga como um filho e o levou para o seu destino?
Não aparece ninguém que arrume a TAP? Que tire e ponha lugares para que ela possa chegar a bom porto?
Ano 2060, foi hoje anunciado pela estação alemã que  A TAP (transportes aéreos portugueses) foi devolvida ao céu de Angola, Cabo Verde, Moçambique, Macau e Brasil por um excêntrico coleccionador de relíquias de origem chinesa.


Itália: Ministra do Trabalho chora ao apresentar medidas de austeridade

Sentada ao lado de Mario Monti, Elsa Fornero tinha como missão apresentar as medidas de austeridade aplicadas à pasta que tutela.(...) A ministra do Trabalho começou a lacrimejar enquanto apresentava o plano delineado pelo governo tecnocrata de Monti.

A palavra foi retomada pelo primeiro-ministro, que teve menos dificuldades em explicar aos italianos os sacrifícios aos quais a partir de agora ficam sujeitos.

O grosso das medidas que Elsa Forneso tinha de apresentar aplica-se à reforma das pensões – aumento da idade de reforma, cálculo da pensão aplicado apenas às contribuições, incentivos à permanência no trabalho até aos 70 anos, entre outras.

http://sol.sapo.pt/inicio/Internacional/Interior.aspx?content_id=35454

domingo, 4 de dezembro de 2011

Outro Ponto de Vista


por Acácio de Brito

 “Se és capaz de preencher o minuto que foge Com sessenta segundos de tarefa acertada (Kipling, If)

A pretexto da greve “geral” realizada, republico, com algumas nuances, crónica anterior que versa sobre a administração pública, por razões de ter sido este o sector que participou, de forma mais aguerrida, na referida jornada de luta.
A administração pública precisa de reformas urgentes para se transformar num espaço mais eficiente e com utilidade para os cidadãos.
O país já não suporta uma visão burocrática que não é capaz de dar resposta cabal às responsabilidades e competências que o Estado assumiu perante a sociedade. Nomeadamente, quando o mundo privado, que tem no aproveitamento das oportunidades de lucro o “leitmotiv”, procura manter uma estrutura competitiva com capacidade de resposta aos sinais que recebe do mercado.
É condição necessária e suficiente para o sucesso, no universo privado, que as hierarquias sejam responsáveis e responsabilizadas pelos resultados, obrigando-as a empregar os colaboradores no local e na forma onde sejam mais eficientes. Numa economia de mercado, esta dimensão instrumental, mas essencial, implica que as pessoas obtenham posições sociais e laborais compatíveis com as suas capacidades e dedicação.
A visão moderna, tecnocrática na sua essência, procura constatar e defender de forma racional que o mercado de trabalho deve procurar encaixar em cada emprego o colaborador mais adequado, aquele que apresenta maior mérito. Encontrada e desejada a meritocracia, por que não também envolvê-la
e implicá-la no sector da administração pública? Constatamos o ressurgimento deste modelo a seguir para a administração pública, que não deve ser complementada pela (re)definição dos cargos directivos de confiança político-partidária, porque é errada nos pressupostos e nas consequências! No modelo actual, não tem utilidade para o cidadão que cada funcionário ou cada unidade do Estado passe a responder pela respectiva produtividade, pois é o serviço a determinar a satisfação dos cidadãos e não o seu contrário. Não obstante, a função pública não terá reforma possível enquanto só responder a sinais endógenos e não se sujeitar à regra mater do mercado: o utente em primeiro lugar. Até porque o funcionamento deficiente da administração pública fica a dever-se, sobretudo, ao facto de não depender da satisfação das necessidades da pessoa. Para alterar este regime anacrónico de desenvolvimento, deve a administração passar a ser sujeita a uma concorrência que lhe possa servir de lenitivo. Finalmente, não é o sistema burocrático que tem de ser sujeito a liberalização, mas sim muitos dos serviços que
o Estado presta em exclusividade, sem outra razão que não seja a de perpetuar o poder e o “mérito” de políticos burocratizados.
O Estado tem todas as razões para regenerar-se, emagrecendo e colocando, aí sim, a meritocracia dos seus servidores ao dispor do cidadão e contribuinte. Não basta copiar modelos, não é suficiente o recurso a teorias de “management”, se não inteligirmos o essencial. Mudar para que tudo fique na mesma tem sido a prática recorrente, com consequências gravosas para todos nós.

Diário do Minho,  3 de Dezembro
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