segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O Braga fez tudo, o Sporting só fez os golos

Há um ano, Paulo Sérgio eliminou o Paços em Alvalade, mas cairia na ronda seguinte em Setúbal, no penoso caminho do técnico para o cadafalso. O seu nome era entoado no estádio e alguns assobios percorriam as bancadas. O treinador saiu sem glória e foi para a Escócia. O nome de Domingos é agora recebido com aplausos. Foi a maior ovação na noite fria deste domingo e percebe-se porquê. O Braga foi eliminado (2-0), os “leões” estão fortes e os adeptos acreditam no seu líder. É tudo muito mais calmo agora no reino do leão.

Até quando as coisas não correm bem, os jogadores parecem mascarar as insuficiências e dão a volta. Os bracarenses tinham ameaçado entrar em Alvalade para reclamar a eliminatória. Jogaram para isso, fizeram tudo para marcar. A equipa que Domingos deixou sem cabeça quando abandonou Braga, em Maio (agora liderada por Leonardo Jardim), chegou mesmo a tomar conta do jogo. Só falhou onde não devia: em frente à baliza adversária, onde o Sporting acertou, e junto à sua própria baliza, onde os “leões” foram letais.

O relvado escorregadio é inimigo dos artistas. Muitos caíram nas piores alturas. Outros erraram quando não podiam. Foi o caso de Lima, logo aos 6’, ao falhar um golo isolado frente a Patrício. Depois foi Vinícius, que se esqueceu de Capel na área e o espanhol aproveitou para fazer o primeiro golo, pleno de classe. E ainda Berni, o guarda-redes que não segurou o remate de Matías e socou a bola contra o corpo inerte de Insúa, agente passivo no segundo golo.

Mas houve mais. Domingos parecia assistir aos erros da antiga equipa e aproveitar-se disso, instigando os jogadores a não largarem a presa. A segunda parte começou com o Braga novamente em cima do adversário, mas Ewerton escorregou e Elias isolou-se. Foi Elderson a tentar redimir o companheiro e acabou expulso, por derrube do brasileiro. Foram quatro erros fatais para um Braga imenso, perante um predador que cobrou com pena máxima as suas hesitações.

Com mais um elemento, nem assim o “leão” mandou no jogo. Manteve-se na expectativa. O Braga, coxo, tentou a sorte. Mais rápido, mais forte, nunca desistiu nem deixou o Sporting tranquilo. Os jogadores leoninos eram obrigados a fazer faltas e a verem cartões (o árbitro foi muitas vezes ao bolso) - até Wolfswinkel viu amarelo. Todos corriam atrás da bola.

Jardim acabou o jogo com três avançados: Lima, Nuno Gomes e Paulo César. Poucos minutos depois de ter entrado, este último subiu mais alto que João Pereira e bateu Patrício, só que a bola foi ao poste. O Sporting estava encolhido e tentava o contra-ataque, agora com Carriço e Evaldo na equipa.

Domingos, para não se encostar muito lá atrás, também lançou Carrillo. O peruano, numa das suas rápidas investidas, sacudiu a pressão por uns segundos e acertou em cheio na barra. Ainda não se estreou a festejar um golo, mas a noite foi dele e de Capel.

O Sporting segue para os oitavos-de-final da Taça à custa de um Braga demasiado perdulário. (...)


Filipe Escobar de Lima
http://desporto.publico.pt/noticia.aspx?id=1521775

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