quinta-feira, 17 de novembro de 2011

E o que é mais importante, pelo Cristianismo

Um viver juntos europeu, vispo por Herman Van Rompuy

Para uma economia socialmente e humanamente correcta

Roma, 15 de Novembro, 2011 (ZENIT.org) - Falando em Roma, o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy , realizou um plaidoyer para um viver juntos Europeu e para uma economia socialmente e humanamente correta.

Van Rompuy teve na manhã do Sábado 12 Novembro uma conferência na Pontifícia Universidade Gregoriana (PUG) com o título 'Solitário - Solidário', que é a essência de um viver juntos na Europa, a presença do Cardeal Zenon Grocholewski, prefeito da Congregação para a Educação Católica e Chanceler da Universidade, Padre Adolfo Nicolás, SJ, Superior Geral da Companhia de Jesus, o professor Giovanni Maria Flick, presidente emérito do Tribunal Constitucional italiano - que evocou os 150 anos da unificação da Itália - e membros do Corpo Diplomático, incluindo o embaixador da França junto à Santa Sé, Stanislas de Laboulaye.

O presidente europeu foi recebido pelo reitor da Gregoriana, o padre François-Xavier Dumortier, SI, que evocou a coragem necessária para os responsáveis políticos. A coragem política requer muito do estadista, especialmente quando se trata ao mesmo tempo, de continuar este projecto apaixonante que é a construção de uma Europa mais solidária que seja uma terra de paz e justiça, e de encontrar, dia após dia, através de luzes e sombras da história actual, as formas e meios de convivência que tenha senso, disse o jesuíta.

O Presidente do Conselho Europeu sublinhou que a Europa em permanente construção está unida por valores baseados no amor – tendo se tornado a solidariedade em nossos dias, muito institucional.

A Europa, como projeto político foi a resposta à guerra, ao horror, ela tem sido construída através da memória dos túmulos de milhões de inocentes, disse Van Rompuy. Hoje, no entanto admitiu, é de recear que ela possa cair no individualismo, cujo populismo e o nacionalismo são as expressões. O Presidente lamentou que por um lado o mundo se humaniza porque, onde quer que seja, combate a pobreza”, por outro lado, “se despersonaliza porque o nosso destino se torna sempre mais dependente de um sistema financeiro capitalista desenfreado e sem ética. De acordo com Van Rompuy, hoje, há um novo desafio para acolher, ou seja aquele de construir uma economia que chamaria de ‘socialmente e humanamente’ correcta.

O Presidente do Conselho Europeu sublinhou a importância de respeitar a pessoa. Se, amanhã, a União Europeia, a comunidade dos povos europeus, deseja chegar, a nível global, a uma maior unidade no respeito da liberdade dos povos, ela deverá, sem dúvida, fundamentar-se no que é seu gênio, ou seja, sobre uma maior solidariedade de todos no respeito pela integridade de cada um, assim reiterou.

Para Van Rompuy, a famosa estratégia dos pequenos passos tão cara aos pais da Europa, não perdeu sua relevância. A essência de uma Europa em construção não reside em um espírito de conquista, à maneira de Carlos Magno, Carlos V ou de Napoleão, mas em pequenos passos tomados todos os dias, porque na ausência de grandes sonhos, impossíveis de alcançar, nós tentamos, e repito ‘tentamos’, manter políticamente, diplomáticamente e economicamente a Europa sobre os trilhos e, para o bem de todos, a fazer avançar o comboio conduzindo-o para uma vida melhor, um melhor viver em comum”.

No início de sua palestra, Van Rompuy citou o vocábulo Europa da famosa Enciclopédia de Diderot e D'Alembert: Não importa que a Europa seja a menor parte das quatro partes do mundo por extensão territorial, porque é a mais significativa de todas pelo seu comércio, suas navegações, pela criatividade, as luzes e a operosidade dos seus povos, pelo conhecimento das artes, das ciências, dos mistérios, e o que é mais importante, pelo Cristianismo cuja moral da caridade tende só ao bem-estar da sociedade.

Anita S. Bourdin
[Tradução realizada por Thácio Siqueira]

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