quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Que o velho continente «saia da actual crise mais forte do que entrou».

A chanceler alemã, Angela Merkel, lembrou esta quarta-feira no Parlamento alemão que Portugal «está firmemente disposto a impor» o programa de ajustamento económico negociado com a «troika» da União Europeia e o FMI.

Isto no dia em que a Comissão Europeia pediu aos líderes europeus que cheguem a um acordo «credível», na cimeira desta quarta-feira, para dar resposta à crise da dívida na Zona Euro.

A chanceler discursava antes da votação no Parlamento alemão sobre o reforço do fundo de resgate europeu, que precede o Conselho Europeu e a cimeira de líderes da Zona Euro desta noite, em Bruxelas, para aprovar um pacote de medidas para estabilizar a moeda única.

Merkel afirmou ainda que a Alemanha «não pode estar duradouramente bem se a Europa estiver mal», preconizando que o velho continente «saia da actual crise mais forte do que entrou».

Merkel defendeu uma «união de estabilidade para superar a crise e encontrar soluções sustentáveis» contra o endividamento e a falta de competitividade de alguns Estados, sublinhando que é também necessário «corrigir os erros do passado e evitar o contágio a outros países».

A chanceler prometeu ainda empenhar-se no conselho europeu e na cimeira de líderes da zona euro de hoje à noite «a favor de soluções sustentáveis», garantindo que tem havido «bons avanços» nas negociações.

Após a intervenção da chanceler, o Bundestag iniciou o debate sobre o reforço do FEEF, e votará em seguida uma moção conjunta dos partidos do Governo, democratas-cristãos e liberais, e de dois partidos da oposição, sociais-democratas e Verdes, favorável às alterações, mandatando a chanceler para negociar com os parceiros europeus esta noite, em Bruxelas, o pacote de medidas para estabilizar a Zona Euro.

Tratados europeus têm de ser alterados

A chanceler alemã disse ainda que os tratados europeus devem ser alterados para a Europa combater de forma mais eficaz a crise da dívida soberana e admitiu recorrer a mais financiamento por parte do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Num discurso no Parlamento alemão, Merkel afirmou que a Alemanha não pode prosperar com a Europa em sofrimento, endereçou os parabéns à Grécia por ter encetado reformas «dolorosas, mas necessárias» e considerou que o país helénico vai enfrentar «um longo e duro caminho» até equilibrar as contas públicas.

No discurso que antecede a cimeira europeia desta noite, a chanceler alemã afirmou ainda que o sector privado deve aguentar um fardo «significativamente mais elevado» na reestruturação da dívida grega e que são precisas mais medidas para conter a crise da dívida, independentemente das decisões que sejam tomadas na cimeira marcada para esta noite, em Bruxelas.

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