terça-feira, 5 de julho de 2011

São Tomé / Presidenciais

Número de candidatos é o maior de sempre da história do país

As eleições presidenciais do próximo dia 17 em São Tomé e Príncipe são as mais concorridas de sempre, com nove candidatos a disputar a sucessão de Fradique de Menezes, impedido constitucionalmente de concorrer a um terceiro mandato.


Dos nove candidatos, cinco têm fortes ligações aos dois partidos mais votados nas legislativas de há um ano, a Acção Democrática Independente, agora no governo, e o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe-Partido Social Democrata, na oposição, presumindo-se que a disputa presidencial reabra a luta política de há um ano.

Os restantes quatro candidatos, o jurista Filinto Costa Alegre, e os economistas Jorge Coelho, Manuel de Deus Lima e Hélder de Barros, sem apoio expresso partidário, surgem neste escrutínio como sendo os que têm menos possibilidades de passarem à segunda volta, caso nenhum candidato alcance já mais de metade dos votos no dia 17.

Destes quatro candidatos, Filinto Costa Alegre, de 59 anos, é o que apresenta um histórico de empenho mais ativo na luta pela independência.

Em 1974 liderou a Associação Cívica Pró-MLSTP, que lançou as bases para a organização do que viria a ser a força política que liderou os destinos do país, entre 1975, com a declaração de independência, e 1991, com o fim do regime de partido único.

Com a abertura democrática, integra o grupo de fundadores do PCD, vencedor do primeiro escrutínio pluralista, mas viria a afastar-se deste partido por discordar da estratégia política entretanto prosseguida.

Um segundo candidato é Manuel de Deus Lima “Minho”, economista de 52 anos, atual embaixador são-tomense no vizinho Gabão, liderou por escassos meses, em 2008, o Movimento Democrático Força da Mudança, partido inspirado na figura do Presidente Fradique de Menezes.

Antes, na sequência das legislativas de 2006, ocupou a pasta dos Recursos Naturais do governo de coligação MDFM/PCD, resultante daquelas eleições.

Em 2002, quando era administrador do Banco Central de São Tomé e Príncipe pagou com a prisão um crime de peculato.

Outro candidato, Hélder Barros, 59 anos, foi ministro da Coordenação Económica, entre julho e outubro de 1994, no governo de iniciativa presidencial liderado por Evaristo Carvalho, que também concorre às presidenciais.

Atualmente trabalha para as Nações Unidas e mantém em São Tomé e Príncipe uma fundação ligada a atividades para a juventude.

Apresenta-se como candidato independente, embora tenha tido filiação partidária na ADI.

O último candidato, Jorge Coelho, 53 anos, foi presidente do conselho de administração da Empresa Nacional de Aeroportos e Segurança Aérea (ENASA).

Titular de dois mestrados, Economia e Sistema de Informação Digital, ambos feitos na Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, mantém uma cátedra na Universidade Estatal do Ohio, também nos Estados Unidos.

Destak/Lusa | destak@destak.pt
05 | 07 | 2011

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