domingo, 31 de julho de 2011

Dia Nacional do Transplante - Petição



Considerando que se torna fundamental a maior visibilidade à actividade da transplantação em Portugal, de forma a permitir uma melhor compreensão da doação de órgãos, a Sociedade Portuguesa de Transplantação e os abaixo assinados, propõem a criação de um Dia Nacional do Transplante. Este será um passo importante para dar a conhecer esta actividade, que dá vida e qualidade de vida a tantos doentes em Portugal.

Assine e divulgue. Colabore com esta causa. Obrigado.

ASSINAR

domingo, 24 de julho de 2011

E se fosse nosso filho, irmão, cônjuge? Nós, até?


Não vou aqui começar a desancar no sistema: Nem afirmar ou defender se neste caso a família podia e devia suportar a deslocação do doente. Não. Peço apenas para se centrarem nas necessidades especiais deste cidadão. Que podia muito bem ser qualquer um de nós. Não me parece propriamente um daqueles casos em que a família chama a ambulância para não pagar o táxi. Assim como tenho a certeza, que se trata de um cidadão que não pode viajar em segurança num carro particular. Numa viatura convencional. Num transporte publico. Sim, este cidadão é uma pessoa com sérios problemas físicos, aliás visíveis. Eu só pergunto: algum de vós,  no vosso perfeito juízo, arriscaria transportar  numa viagem de 35 km (mais outro tanto de volta) e de aproximadamente 45 minutos de duração, uma pessoa que não se pode sentar, que não tem controle do seu corpo, a quem não se pode colocar o cinto de segurança?

Embora realmente a situação do Jorge não fosse emergente, tem este cidadão condições de se fazer transportar em segurança de outra forma que não um transporte especial, ambulância ou não? E não merece ele a mesma segurança que todos podemos ter numa deslocação?
E terá este cidadão, o Jorge, de pagar por ser diferente? E pagar. por nós não lhe proporcionarmos uma forma alternativa de se deslocar com a mesma segurança que nós próprios? Não devia o estado zelar para que cidadãos nestas condições, com situações emergentes ou não, tivessem sempre assegurada uma forma segura e humana de se deslocarem? Uma forma permanente.  Uma forma que não dependesse dos critérios de um "helpdesk" do lado de lá do telefone? Ou da interpretação aleatória desses critérios por quem não pode ver e enquadrar uma situação destas. 
Pelo menos quando estão doentes. Quando se trata de terem acesso em igualdade de oportunidades aos cuidados gerais de saúde.


Esta é a forma mais descarada de indecência que vi nos últimos tempos. Vergonha mesmo. Poupe-se sim, mas poupe-se com justiça. Com decência. 

Fonte: Correio do Minho

sábado, 23 de julho de 2011

Terror

Dois atentados sucessivos sacodem a Noruega



Fonte: Exame

Consuma produtos nacionais. Vista-se sensualmente e promova um qualquer produto português.


Um grupo de russas, que afirma não ter motivação política, reuniu-se, na passada quinta-feira, em frente à Universidade de Moscovo, para lavar carros nacionais trajando sensualmente.
A acção atraiu a curiosidade de dezenas de pessoas. As manifestantes alegaram que a decisão de lavar carros nacionais, além de um acto de carinho pelo chefe do Governo, era um incentivo à indústria russa.

Não há ninguém em Portugal, que imagine campanhas destas para promover os produtos nacionais? Imaginem engraxadoras sensuais de calçado português. Ou então escovadoras sensuais de fatos. E as combinações são infindáveis.
Aí está uma forma de com certeza promover e incentivar ao consumo de produtos portugueses.

Fonte: JN

Google presta tributo a Amália Rodrigues

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Pensamento da semana

Pacheco Pereira está cada vez mais gaja. Nem as minhas ex-namoradas têm tanto ressentimento.
Daqui: 31 da Armada
Ainda ontem disse algo semelhante. Dêem lá uma "tacho" ao gajo para ver se ele se cala, porra!

Lá porque estão habituados a mentir, não quer dizer que outros o façam! Espero agora ouvir muitos retractarem-se. Sejam homenzinhos.

 "Para mim não foi uma surpresa, mas há muitas pessoas que ficaram surpreendidas com o desvio que encontraram face àquilo que foi criado como expectativa pelo Governo anterior. O trabalho que o Governo vai ter de fazer para recuperar o desvio que existe quanto às metas orçamentais que estavam previstas é colossal, é realmente muito, muito grande".
Pedro Passo Coelho


O PSD cedeu hoje imagens da reunião de 12 de Julho do seu Conselho Nacional que mostram Pedro Passos Coelho a falar num "desvio" relativo às metas orçamentais que vai exigir um trabalho "colossal".
Estas imagens, transmitidas pela RTP1, comprovam as declarações feitas pelo primeiro-ministro e presidente do PSD na quinta-feira, em Bruxelas, negando ter utilizado a expressão "desvio colossal" naquela reunião partidária e contrapondo que falou antes num "esforço colossal" que o Estado terá de fazer em matéria de contas públicas.

Fonte: Sol

quinta-feira, 21 de julho de 2011

O exemplo é a principal lição

Maria José Nogueira Pinto...

«O Senhor é meu Pastor, nada me falta» (Sl 23, 1). Não me sai da memória o verso do Salmo que Maria José Nogueira Pinto escolheu para encerrar um belíssimo texto que escreveu pouco antes de nos deixar. Nestes momentos, há muito poucas palavras a dizer, fica apenas o exemplo.


Recordo, por isso, a mulher de ideias e de causas, de convicções e generosidade, que conheci desde quando ambos tínhamos dezassete anos. Sempre lhe encontrei uma especial atenção aos outros e à justiça, que, com o tempo, se foi acentuando – com abertura e afetuosidade. E a verdade é que se foram tornando evidentes significativas convergências quanto à necessidade de renovar as políticas sociais, de recusar a pura lógica do mercado ou a economia de casino e de apontar para a diferenciação positiva, em nome da dignidade.

Há muito pouco tempo (parece ontem, porque a doença foi rápida e fulminante), debatemos longamente a última encíclica do Papa Bento XVI «Caritas in Veritate» e voltámos a convergir, naturalmente, na recusa de uma lógica mercantilista. Por isso, Maria José tomou em mãos na fundação criada por Maria de Lourdes Pintasilgo, a missão exigente de fazer da justiça um ato permanente amoroso e emancipador. Daí a importância que dava a «cuidar o futuro», às «redes de proximidade» e aos «corpos intermédios», em termos modernos para responder à crise do Estado-providência, pela ação responsável do Estado e da Sociedade, com pessoas e comunidades concretas, no sentido da cidadania ativa ou de uma Sociedade-providência.

O seu percurso profissional fez-se assim de atenção e de causas: o serviço público e a justiça na Maternidade Alfredo da Costa e na Misericórdia de Lisboa; o bem comum e a criatividade na cultura, no cinema; e a magistratura cívica na Câmara Municipal de Lisboa, na Assembleia da República…

Quando ouvi a leitura das bem-aventuranças ou quando o Padre José Tolentino Mendonça recordou a serenidade com que Maria José (quase sem o deixar falar) lhe disse há pouco que «Deus ama quer os vivos quer os mortos», percebi que a experiência da fé só pode ser vivida, por cada pessoa de forma irrepetível, como sinal da graça de Deus, esse dom fantástico que permite ligar a razão e a esperança.

Encontrámo-nos, ao longo de 42 anos, em mil circunstâncias. Estou a ouvi-la chamar-me, com a sua voz inconfundível, a perguntar sobre as coisas mais diversas (e sabia muito bem ouvir). Na Rádio Renascença, no final dos anos noventa, encontrávamo-nos todas as semanas na «Prova dos Quatro», a debater o País e o mundo, com Maria João Avillez e João Amaral. Entre mim e ela eram mais as convergências que as divergências, por causa dos valores e das políticas sociais. Outras vezes, em sua casa ou em A-dos-Negros, até desoras, com o Jaime e a família, discutíamos tudo acaloradamente – a política, o serviço público, os políticos, as ideias.

Uma vez, a Maria José fez entrar nessas nossas conversas (para gáudio de todos) Nelida Piñon, personalidade fascinante de horizontes abertos e inteligência fulgurante. Foi um deslumbramento ouvi-la falar sobre a literatura e a vida. Para a Maria José não fazia sentido falar sem paixão sobre as coisas do mundo. As diferenças vinham naturalmente à tona, mas o essencial era a procura da dignidade e do bem comum. Os seus argumentos faziam sentido, eram convincentes, claros e inteligentes, e como fazem os mais sábios e argutos, era sempre capaz de se colocar no lugar do outro, enquanto antagonista de ideias.

Essa qualidade extraordinária permitiu-lhe ligar o sentido prático do serviço e a solidez dos argumentos e dos projetos. Como S. Paulo, combateu o bom combate. Sentimo-lo intensamente. O exemplo é a principal lição. E o tempo foi cimentando a nossa amizade como uma relação de confiança e admiração.

Guilherme d’Oliveira Martins
Voz da Verdade, 17 Jul. 2011

Estacionamento de férias

O Sr. Samuel, dirigiu-se ao banco onde tem todos os seus depósitos e poupanças, pediu para falar com o Gerente, e disse-lhe:

- Eu precisava de um crédito de 5 euros a 30 dias.

- Oh, Sr. Samuel!... um crédito de 5 euros a 30 dias???... Mas ficava-lhe muito menos dispendioso levantar os 5 euros numa das suas contas à ordem - disse-lhe o Gerente, muito espantado!

- Bem,... se não me concedem o crédito de 5 euros a 30 dias, eu acabo com todas as minhas poupanças e depósitos neste banco, e vou para outro.

- Nem pensar nisso, Sr. Samuel!.. o seu crédito está concedido desde já!

O Sr. Samuel começou a preencher a papelada toda, para o crédito que pretendia de 5 euros a 30 dias, e pergunta então ao Gerente:

- Quanto vou pagar de juros?

- Ora, 5 euros a 30 dias, vai pagar 30 cêntimos de juros - responde-lhe o Gerente.

- Bem, então eu queria deixar o meu BMW de garantia.

- Oh Sr. Samuel, não é preciso! O Banco confia plenamente!

- Bom,... se não posso deixar o meu BMW como garantia de pagamento do crédito concedido, eu desisto do crédito e acabo com todas as minhas poupanças e depósitos neste banco, e vou para outro.

- Nem pensar nisso, Sr. Samuel!... claro que nós aceitamos o seu BMW como garantia! Faça o favor de estacionar o seu BMW na nossa garagem, e ele ficará lá durante os 30 dias do crédito!

Chegado a casa, diz o Sr. Samuel à mulher:

- Pronto, já resolvi o problema para estacionar o carro durante os 30 dias em que vamos de férias, e só pago 30 cêntimos de parque!!!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

São Tomé e Príncipe, um país à procura de futuro

São Tomé e Príncipe, um país à procura de futuro

Por D. Manuel António dos Santos

SÃO PAULO, terça-feira, 19 de julho de 2011 (ZENIT.org) – No passado dia 12 de julho, São Tomé e Príncipe celebrou o 36.º aniversário da sua independência. Foram 36 anos de um caminho em que se foi falando muito que, depois de alcançada a independência política, se tornava necessário alcançar a independência económica.

Mas esta independência tarda. A verdade é que São Tomé e Príncipe é hoje um dos países mais pobres de África, embora sem as manifestações dramáticas de miséria e pobreza que, de vez em quando, vemos aparecer nos meios de comunicação social. A verdade é que há uma situação de pobreza generalizada, o desemprego afeta uma grande parte da população, os ordenados são extremamente baixos, as pessoas têm um fraco poder de compra, e os produtos são quase ao preço que se pratica na Europa e, às vezes, mais caros ainda.

A Igreja na luta contra a pobreza

Desde sempre a Igreja uniu a sua tarefa evangelizadora à tarefa do cuidado dos mais pobres. São Tomé e Príncipe não é exceção. Também aqui a Igreja procurou ser mensageira do Evangelho através da Palavra e da caridade. Aqui se instalaram diversas Instituições Religiosas com a preocupação de evangelizar o povo, mas também de ajudar a população a construir futuro.

Referimos apenas os últimos exemplos. Os missionários claretianos chegaram a São Tomé em 1927. Para além do trabalho pastoral, assumiram a direção da Escola de Artes e Ofícios, com tão boas recordações para muitas pessoas pela formação aí recebida; fundaram uma Livraria e uma Tipografia ainda a funcionar; espalharam escolas por vários lugares; colaboraram na fundação do Liceu Nacional…

Em 1958, chegaram as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição distinguindo-se pela sua dedicação aos enfermos. Em 1959, aportaram a este país as Filhas da Caridade Canossianas as quais, a partir do Patronato, desenvolveram uma grande atividade de serviço aos mais pobres.

Hoje, podemos continuar a testemunhar este papel da Igreja no campo social. Há que reconhecer o extraordinário trabalho social realizado pela Igreja no Príncipe. Aí, a Igreja, através das Irmãs Servas da Sagrada Família em colaboração com os Missionários Eudistas e contando com a preciosa ajuda da paróquia da Ramada em Portugal e da CARITAS portuguesa, orienta um Lar de Terceira Idade, uma Fisioterapia, três Jardins de Infância e está a construir um quarto, um ATL, apoio domiciliário a carenciados, serviço de refeições a idosos necessitados, etc. A Santa Casa da Misericórdia, por sua vez, construiu e assumiu a direção de um Centro de Dia, bem como a distribuição de alimentos em colaboração com o PAM.

Por sua vez em São Tomé o trabalho social é variado, trabalho que tem contado com a colaboração da cooperação portuguesa, da cooperação francesa, do apoio de algumas paróquias de Portugal e de pessoas e Instituições de boa vontade.

No campo educativo, podemos referir o IDF, a Escola de Santa Madalena Canossa, a escola Primária Mãe Clara e os vários Lares de meninas e rapazes espalhados desde os Angolares até Guadalupe, as bibliotecas, jardins infantis, etc.

No apoio a carenciados refira-se o trabalho levado a cabo pela Santa Casa, a CARITAS, as várias Congregações Religiosas, os grupos caritativos paroquiais, a ação dos Leigos para o Desenvolvimento… Todos conhecemos os Lares de Idosos D. Simoa Godinho e de São Francisco, o Orfanato da CARITAS, as cantinas sociais de Água Izé e da Trindade, o Centro de Dia Pe. Silva em Ribeira Afonso, os bairros sociais das Neves e de Ribeira Afonso, a distribuição de roupas e alimentos aos mais pobres, etc.

Na formação profissional refiram-se centros de costura (Neves, Guadalupe, Santana), escolas de Informática (Neves, Guadalupe), carpintarias, cursos de culinária (Bom-bom, Trindade), etc.

Além disso, ainda há colaboração com outras entidades, como com a ARCAR, um centro de acolhimento de crianças em situação de risco.

A Igreja está pois muito presente nas estruturas de desenvolvimento social deste país e esperamos continuar a ser cada vez mais uma Instituição ao serviço da população em geral, mas sobretudo dos mais carenciados.

Futuro de São Tomé e Príncipe

O cristão é o homem da esperança. Por isso eu acredito no futuro deste país. Para isso há necessidade de nos empenharmos em dar educação e perspetivas de futuro à juventude deste país, há que pensar como possibilitar aos jovens emprego, casa, possibilidade de construírem um amanhã de esperança. Necessitamos de estabilidade governativa e de termos governos que pensem um projeto para o país a longo prazo, de modo a desenvolver as potencialidades desta nação.

Necessitamos de dar condições de vida digna a todos, a começar pelas crianças. O governo e outras entidades têm de lutar pela defesa da vida das nossas crianças, tantas vezes geradas no álcool e criadas ao Deus dará. Não podemos continuar a tolerar o abandono dos nossos idosos acusando-os de serem feiticeiros (infelizmente esta crença está entranhada na sociedade santomense, encontrando-se presente em todas as categorias sociais: desde os mais pobres aos mais ricos, dos mais ignorantes aos mais cultos, com consequências dramáticas). Há que apostar na família, numa educação para os valores, desenvolver e apoiar iniciativas de desenvolvimento sem estarmos à espera de contra partidas. Há que acreditar no amanhã.
Deus nos ajude a todos.

D. Manuel António dos Santos é bispo de São Tomé e Príncipe
Texto publicado na edição desta terça-feira do semanário ECCLESIA

terça-feira, 19 de julho de 2011

Regras de vestuário da Rua do Souto

A Rua do Souto não quis ficar atrás da Católica. E também porque não tinha mais nada para postar.

REGRAS
1ª e única - Obrigatoriedade do uso de salto alto (apenas sexo feminino) 

Fonte: Publico

Esquerda à deriva ( VI )

Alegre Falido: PS e BE não pagam milhares de euros das presidênciais

Manuel Alegre tem um prejuízo de centenas de milhares de euros por causa das eleições presidenciais de Janeiro e não vai contar com a ajuda nem do PS nem do Bloco de Esquerda para tapar o buraco.

As contas do candidato vão ficar fechadas hoje, mas o mandatário financeiro da candidatura adiantou ao i que o prejuízo é "elevado". O valor final, que ainda não foi apurado, vai ficar abaixo do meio milhão avançado pela imprensa logo depois do fim da campanha. "Vamos ter um défice. É um défice elevado, no entanto, posso assegurar que os pagamentos aos fornecedores serão feitos num prazo relativamente curto. Estamos a trabalhar para que até Outubro estejam liquidadas os pagamentos", disse ao i Carlos Santos, mandatário financeiro da candidatura de Alegre.

O buraco não vai ser tapado pelos dois partidos que apoiaram Alegre. PS e Bloco de Esquerda contribuíram com um valor inicial de meio milhão de euros e não vão dar mais um cêntimo à candidatura. "Não temos mais nada a ver com a campanha presidencial. O PS já deu o seu contributo e acabou", disse ao i José Lello, membro do secretariado nacional do PS. Também o BE não tem previsto nenhuma verba adicional. E o candidato também não contactou nenhum dos partidos para ter mais apoio. A candidatura está a tentar obter mais verbas através de donativos individuais, de pessoas que assumirão a despesa.

O prejuízo da candidatura deve-se a dois factores: mais despesa e menos receita. Alegre esteve mais tempo em campanha do que Cavaco, o que elevou os gastos, e acabou por receber menos de subvenção estatal do que contava. No entanto, o mandatário financeiro garante que o prejuízo "não é tanto porque a despesa tenha subido muito, mas porque a receita foi abaixo do pensado: tanto a da subvenção como a dos donativos".

O candidato apoiado pelo PS e pelo Bloco esperava receber um milhão e 350 mil euros de subvenção estatal, correspondente a cerca de 30% dos votos, mas como ficou abaixo desse valor - teve apenas 19,74% dos sufrágios - recebeu menos 514 mil euros do que contava. Também as verbas correspondentes a donativos ficaram aquém das previsões. Alegre esperava receber 50 mil euros de contributos particulares.

Também relativamente às últimas presidenciais, Cavaco Silva revelou ter tido uma despesa abaixo do previsto e uma receita de donativos de particulares acima do esperado. O Presidente da República tinha orçamentado gastos de 2,1 milhões de euros, mas no documento que entregou à Entidade das Contas e Financiamento Políticos (ECFP) refere que gastou 1,7 milhões. A maior parte das receitas da candidatura, 83,5%, foram alcançadas através de donativos de particulares, o que significa que 1,5 milhões de euros foram dados a Cavaco por apoiantes individuais. A lista dos nomes ainda não é conhecida e está sob alçada da ECFP.

Com o aumento das receitas de donativos, Cavaco Silva "utilizou apenas 16,2 % da subvenção estatal", refere a candidatura numa nota enviada à Lusa. Por isso o Presidente devolveu à Assembleia da República os mais de 158 mil euros que não utilizou.

por Liliana Valente,
Publicado no "i" em 19 de Julho de 2011

11 milhões de pessoas estão em risco de fome

Bento XVI pede mobilização mundial pela Somália

O país sofre pela seca e pelas chuvas torrenciais

CASTEL GANDOLFO, segunda-feira, 18 de julho de 2011 (ZENIT.org) – Bento XVI pediu a mobilização internacional a favor da Somália, país africano que padece a pior seca dos últimos 60 anos.

Enquanto multidões caminhavam dessas terras, durante dias, rumo à Etiópia e ao Quénia em busca de alimento e água, o Pontífice elevou sua voz neste domingo, durante o encontro que teve com os peregrinos reunidos no pátio do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo.

“Com profunda preocupação, acompanho das notícias procedentes da região do Corno de África, em particular da Somália, atingida por uma gravíssima seca e, posteriormente, em algumas áreas, também por fortes chuvas, que estão causando uma catástrofe humanitária”, confessou o Santo Padre.

“Inúmeras pessoas estão fugindo dessa imensa carestia, em busca de alimento e de ajuda”, explicou.

Por este motivo, o Papa incentivou “a mobilização internacional, para enviar imediatamente auxílio aos nossos irmãos e irmãs, que já sofreram tanto e entre os quais se encontram muitas crianças”.

A forte seca que atinge o Corno de África afecta mais de dois milhões de crianças desnutridas, das quais meio milhão corre risco iminente de morte, advertiu neste domingo, em Nairóbi, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

“Que não falte a estas populações que sofrem a nossa solidariedade e o apoio concreto de todas as pessoas de boa vontade”, concluiu.

A UNICEF calcula que quase 11 milhões de pessoas no Quénia, Etiópia, Djibouti, Uganda e Somália estão em risco de fome.

A situação da Somália é particularmente grave, pois, além disso, vive um conflito entre forças do governo e rebeldes da capital, Mogadíscio. A nação do Corno de África não teve um governo efectivo durante duas décadas.

O Conselho Pontifício Cor Unum, fazendo-se intérprete da preocupação e dos sentimentos de solidariedade com os quais Bento XVI está acompanhando a grave situação da Somália, enviou ao país, em nome do Papa, um donativo.

(Jesús Colina)

"Teimosia de Sócrates foi altamente lesiva para o País”

Et tu Cravinhus

O antigo ministro João Cravinho culpa Sócrates pela actual situação do País e defende um governo económico para salvar o euro.


"O Governo do Partido Socialista podia ter tido uma atitude diferente. Não era preciso ser um génio para perceber, em Setembro de 2008, a seguir ao Lehman Brothers, que ia haver uma contracção de crédito brutal, que iria atingir não só as empresas como até a dívida soberana. Era, portanto, preciso reduzir esse endividamento absolutamente extraordinário. É claro que o ministro das Finanças percebeu, não tenho a menor dúvida, mas temos que ver que a teimosia do primeiro-ministro foi altamente lesiva para o país", afirma João Cravinho, em declarações à Renascença.

Fonte: Económico

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Portugal campeão europeu de sevens (rugby)

Lobos renovam título
J.R

A Selecção Nacional de sete revalidou o título europeu da categoria ontem, em Bucareste, Roménia, agora já com as potências britânicas integradas no circuito.

No derradeiro torneio da prova, Portugal fez-se valer da grande experiência e da qualidade dos lobos para chegar à final, primeiro, e vencer a Espanha (14-10, com 7-5 ao intervalo) num dos jogos mais complicados da Alcateia, que chegou a estar em inferioridade numérica (cinco contra sete).

Tomaz Morais destacou: "Nunca pensámos que pudéssemos passar por esta situação [cinco contra sete], embora a tenhamos treinado repetidamente. A equipa nunca perdeu a calma, o que lhe permitiu empurrar o ensaio da Espanha para o canto do campo."

Já sobre a derradeira jogada que valeu o oitavo título às Quinas, disse: "Quando vi o Duarte Moreira a fazer o hand-off [afastar o adversário com a mão] ao espanhol e conhecendo bem as suas características, senti que íamos revalidar o título de campeões."

Uma arrancada poderosa do jogador do Belenenses selou o triunfo luso e a revalidação de mais um título europeu, o primeiro desde a entrada na família olímpica e com a poderosa Inglaterra em prova.

Para Tomaz Morais, este triunfo é muito importante por várias razoes: "Deverá garantir a presença portuguesa no circuito mundial de sevens, a mais importante competição da variante, permitindo-nos defrontar as selecções mais competitivas do mundo, o que é determinante para a nossa evolução numa altura em que todas as selecções deram um grande salto a pensar nos jogos do Rio'2016."

http://www.ojogo.pt/27-199/artigo937255.asp

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Os "happy few"

Prova de vida

DN 2011-07-13 VASCO GRAÇA MOURA

"Terminal", dizia-me alguém há cerca de dois meses, "- Ela está em estado terminal". Vi-a chegar com o marido a esse almoço de amigos, em que participou discreta e aparentemente bem disposta, na sóbria gravidade da sua postura algo emaciada, conversando sem aludir à doença, nem à inquietação ou ao sofrimento por que passava.

Era assim que aliava estoicismo e bom gosto. Tinha uma maneira directa e inteligente de abordar as questões, encarando as coisas de frente, dizendo o que pensava, apresentando os seus argumentos com total clareza. Era uma mulher sem ambiguidades nem falhas de coragem e todos os que a leram regularmente nesta página podem testemunhá-lo.

A sua vida familiar, a sua carreira profissional, o seu percurso político, as qualidades de que deu provas, a sua energia, a sua capacidade de análise e de decisão, os êxitos do seu trajecto, as suas posições no tocante à sociedade e ao mundo, tudo isso já veio referido em comentários dos mais diversos quadrantes.

A sua autobiografia sumária, num texto concluído e aqui publicado, no DN, no próprio dia da sua morte, é um dos documentos humanos mais belos e pungentes que me tem sido dado ler nos últimos tempos. Pensando bem, creio mesmo nunca ter lido nada assim: alguém escreve na primeira pessoa do singular na iminência da sua própria morte, quase em tempo real, com uma autenticidade, uma serenidade e uma coragem excepcionais e desarmantes!

É com alguma melancolia que me ponho a pensar nessa relação, afinal transparente, entre saber viver e saber morrer. Como quase toda a gente da minha geração em Portugal, eu tive uma educação católica, embora não seja crente desde a adolescência. Não sinto necessidades de nenhuma espécie de incursão na esfera do transcendente, limitando-me a integrar-me nos chamados valores da civilização cristã e a fruir o que deles possa ecoar nas grandes criações do espírito humano, em especial na literatura e nas artes.

Apesar desse laicismo, impressionou-me profundamente a maneira como ela transfigurou a sua educação católica numa experiência pessoal e muito intensa de intimidade com o sagrado e esta em código de conduta moral e norma de actuação prática na vida de todos os dias. Fiquei com a ideia de que a crença cristã foi por ela interiorizada de tal maneira que tornou cada acto da sua vida numa profissão de fé e num exercício de alegria íntima. Isto é muito raro num país em que a tradição religiosa dominante, a católica, se fica as mais das vezes por rituais esvaziados de sentido e pelo mero papaguear do que se aprendeu na catequese.

Ficou-me também a impressão de que a palavra de Deus em que acreditava - e por isso queria, sabia e conseguia vivê-la como alimento espiritual quotidiano - lhe era, ao mesmo tempo, condição e explicitação constantes de uma plena realização pessoal, na própria ascese que procurava para o seu itinerário, na compreensão tolerante do próximo, nos valores da solidariedade e da cidadania, na firmeza com que defendia os princípios que para ela valiam na vida pessoal e na sociedade.

Fazia isso com a enorme naturalidade de ser uma mulher bem do seu tempo, culta e desempoeirada, aberta à modernidade e, sempre que necessário, questionadora da modernidade, de convicções solidamente assentes e pensamento estruturado, de desassombro nas atitudes e coragem sem limites na assunção de responsabilidades, e também com um trajecto de experiências acumuladas de que soube utilizar as mais duras e amargas para a inimitável têmpera da sua personalidade.

Tenho alguma dificuldade em exprimir estas coisas, mas creio que ela soube forjar uma matriz de confiança nessa via anímica e espiritual que, para os eleitos, os happy few, é em si mesma um caminho de esperança e uma proposta de comunhão e partilha, em que o eterno e o temporal se articulam de modo indissociável, seja qual for o lugar de exílio em que o ser humano se sinta a existir.

Por isso, ao dizer "o Senhor é meu pastor, nada me faltará", nas suas palavras finais, ela citou textualmente o mesmo salmo 23 de que já tinha deixado entrever um dos versículos quando disse que, "graças a Deus", nunca tivera medo: "Mesmo que atravesse os vales sombrios, nenhum mal temerei, porque estás comigo."

Esta densa memória que vamos guardar de Maria José Nogueira Pinto é a sua prova de vida.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Físico Nuno Peres, da UMinho, vence Prémio Gulbenkian Ciência

Nuno Peres, investigador do Centro de Física e professor do Departamento de Física da Escola de Ciências da Universidade do Minho, venceu o Prémio Gulbenkian Ciência 2011, anunciou esta manhã a Fundação Calouste Gulbenkian. Nuno Peres é apresentado como um dos mais reputados físicos teóricos mundiais a trabalhar sobre o grafeno, a forma bidimensional do carbono, que tem uma ampla aplicação futura no domínio da electrónica. A cerimónia de entrega do galardão é a 20 de Julho, na sede da Gulbenkian, em Lisboa.

O investigador da UMinho colaborou com Andre Geim e Konstantin Novoselov (Universidade de Manchester), que descobriram este material e ganharam o Nobel da Física em 2010. Nuno Peres, em conjunto com António Castro Neto (Boston) e Francisco Guinea (Madrid), previu a existência de uma nova forma do efeito de Hall quântico no grafeno, tese posteriormente confirmada pela dupla de Manchester e publicada em 2006 na “Physical Review B”. O trabalho tornou-se o artigo teórico mais citado na área da física do grafeno e o terceiro artigo português mais citado do ano. Além disso, Nuno Peres descreveu teoricamente a opacidade do grafeno, cujos resultados experimentais foram publicados em 2008 na revista “Science”, em conjunto com o grupo de Manchester.

Nuno Peres, de 44 anos, é natural de Arganil, Coimbra, e tem sido orador convidado em várias conferências internacionais, como as reuniões anuais da American Physical Society. É co-autor do mais citado artigo de revisão sobre grafeno, editado na “Reviews of Modern Physics” (cerca de 1700 citações). Já venceu os prémios Seeds of Science 2011, de Mérito à Investigação da UMinho 2009 e de Mérito da Universidade de Évora. É membro da Academia das Ciências de Lisboa (desde Março) e da Sociedade Portuguesa de Física (desde 1987). Foi ainda professor visitante em Turku (Finlândia), Boston (EUA) e Dresden (Alemanha).

O júri do Prémio Gulbenkian Ciência 2011 foi formado por Fernando Lopes da Silva (presidente), Alexandre Quintanilha, Augusto Barroso, Luís Magalhães e Manuel Nunes da Ponte. O galardão, atribuído regularmente pela Fundação Gulbenkian desde 1976, conquistou um lugar de grande prestígio no seio dos cientistas portugueses.

Prisioneiro em casa com duas botijas de oxigénio de 40 quilos


Este cidadão bracarense de 40 anos está impedido de sair de casa, porque a ARSN cortou o acesso gratuito ao oxigénio líquido e a uma máquina portátil. Em substituição, foram disponibilizadas garrafas que pesam 40 quilos. "Sou um cativo na minha habitação", diz Paulo Sérgio.

Prisioneiro em casa com duas botijas de oxigénio de 40 quilos
Sou um cativo na minha habitação", diz Paulo Sérgio
A cidade passou a ser uma miragem e Paulo Sérgio Ribeiro está preso no terceiro andar de um prédio da Rua Cónego Luciano Afonso dos Santos, nas Palhotas, Braga. Doente crónico desde os sete anos, Paulo sofre de atrofia dos órgãos, devido a um desvio da coluna descoberto em tenra idade. À esclerose múltipla junta-se bronquite asmática e outras complicações que o impedem de ter uma vida normal.

Fonte: JN

Percebi que não era de Esquerda

(Nota: todos os factos relatados no presente remontam a maio de 2005)

Aos 53 anos, Maria José Nogueira Pinto foi reconduzida à frente da Santa Casa, um império com 500 anos, que factura, anualmente, 24% das receitas dos jogos sociais e possui mais de 1 300 prédios urbanos e mais de 1 200 hectares de prédios rústicos.

Figura de relevo da Direita, é militante do CDS-PP, dirigiu a Maternidade Alfredo da Costa e foi subsecretária de Estado da Cultura mas também viveu num campo de refugiados, na África do Sul, de onde fugiu com o marido, depois de se ter feito passar por doente...

VISÃO: "A Thatcher, ao lado dela, é de chocolate", disse, num depoimento à VISÃO, há sete anos, a sua irmã Maria João Avillez. Assenta-lhe bem, esta definição?

MARIA JOSÉ NOGUEIRA PINTO: Sou uma pessoa determinada e gosto de autoridade.

Já era assim "mandona", em pequenina, em família e com as suas irmãs?

Nasci numa família com muitas mulheres. Além das minhas duas irmãs e da minha mãe, havia a minha tia, a minha avó (uma mulher com uma fé muito grande em Deus, que vivia o Evangelho até às últimas consequências) e o meu pai. Era um microcosmos onde a mulher nunca esteve num plano de desigualdade. O clima sempre foi, todo ele, no sentido de estimular estas personalidades fortes.

São as mulheres que mandam no casarão do Campo Grande, onde reside, com a sua família?

Exactamente, embora a figura masculina seja muito respeitada nisso somos muito conservadoras. Hoje, ainda assistimos a essa discussão caricata sobre se as mulheres têm importância intelectual...

Ainda se assiste?

Sim, veja o debate sobre as quotas, o acesso das mulheres aos centros de decisão, as mulheres nos partidos políticos. Nada disso fez parte da minha formação as mulheres eram preponderantes, no sentido de preservarem a sua personalidade, as suas escolhas profissionais. Por exemplo, lembro-me de a minha tia ir vender cortiça para a Uniao Soviética e sapatos para os Estados Unidos. A minha bisavó, que já não conheci, teve o primeiro side-car que existiu em Lisboa! Sendo eu uma mulher de Direita e de uma família conservadora, tive essa parte toda que normalmente, por cliché, não se associa à Direita: muita fantasia, muita imaginação, um sentido muito lúdico da vida, muita discussão.

Quando foi construída, aquela casa?

É anterior ao terramoto. Foi uma casa que nos deu muito sentido estético e ético. As coisas não estão lá por acaso, estão lá porque cada geração lutou para as manter. Esta ideia de que somos elos de uma cadeia, talvez seja a coisa mais interessante de uma família antiga.


quarta-feira, 13 de julho de 2011

O PS Pós-Sócrates

Já várias pessoas notaram que a campanha para a liderança do PS está muito mortiça. O desinteresse dos media e do público é talvez compreensível, tendo em conta a ressaca universal pós-Sócrates, mas nem os socialistas se mostram muito entusiasmados com a escolha do herdeiro. Pacheco Pereira, que tende a intelectualizar as coisas, culpa a desertificação a que o ex-PM votou o partido pela indigência do debate interno. Eu, que sou um cínico, acho que o problema é outro: toda a gente vê o próximo secretário-geral do PS como um líder de transição. Mal ou bem, há a percepção geral de que a coligação de direita está para durar e que, portanto, o PS vai fazer nos próximos tempos a sua travessia do deserto seja quem for o camelo que o leva às costas (sem ofensa).

É pena, porque as democracias só funcionam realmente bem quando a oposição representa uma alternativa ao Governo. Isto, que constitui uma evidência de la Palisse, ainda é mais evidente e mais lapalissiano em tempos de crise. Um PS em estado comatoso nos próximos anos não é uma boa notícia para ninguém. Não é para o Governo, que precisa mais do que nunca de um interlocutor válido no Parlamento, e não é para o país, que precisa mais do que nunca de quem fiscalize o Governo. A bem de todos, esperemos que haja vida depois de Sócrates.


por Pedro Picoito
http://cachimbodemagritte.com/

Dica sobre o momento político americano

"The fact that we are here today to debate raising America’s debt limit is a sign of leadership failure. It is a sign that the U.S. Government can’t pay its own bills. It is a sign that we now depend on ongoing financial assistance from foreign countries to finance our Government’s reckless fiscal policies."

Retirado do discurso do Senador Barack Obama em 2006,
antes de votar contra o aumento do limite do endividamento.

in http://cachimbodemagritte.com/

Sudão do Sul

Sudão do Sul: finalmente independente

Primeiro país em reconhecer a nova nação foi o próprio Sudão

ROMA, terça-feira, 12 de julho de 2011 (ZENIT.org) – Em uma atmosfera quase de estádio de futebol – com gente até tocando vuvuzelas –, o Sudão do Sul viveu, no último dia 9, o tão esperado dia da sua independência do Sudão, tornando-se oficialmente o 54º país do continente africano e o 193º do mundo.

Na solene cerimônia, realizada na capital Juba, no mausoléu do líder independentista John Garang, que morreu em um acidente de helicóptero em julho de 2005, participaram dezenas de milhares de pessoas, formando, segundo a Neue Zürcher Zeitung (9 de julho), a mais numerosa concentração humana jamais vista na cidade situada às margens do Nilo Branco.

A celebração começou com as orações lidas por dois líderes religiosos, um muçulmano e outro cristão, Dom Paulino Luduku Loro. “Que Deus dê alegria a todo o nosso povo”, rezou o arcebispo católico de Juba, que quis recordar todos os que “nos expressaram sua solidariedade durante os longos anos de guerra” e pediu, além disso, um “novo entendimento” entre o Norte e o Sul (Agence France-Presse, 9 de julho).

O cume do evento chegou quando se recolheu a bandeira sudanesa e se içou a da República do Sudão do Sul, que, depois de Eritreia (1993), é a segunda nação africana nascida de uma secessão. A independência de Juba foi precedida por uma longa e sanguinária guerra civil entre o Norte muçulmano e o Sul animista e cristão que, explodindo em 1955, durou (com uma pausa de 1972 a 1983) até a assinatura do Acordo Geral de Paz (CPA), que se realizou em 9 de janeiro de 2005, na capital do Quênia, Nairóbi, entre o presidente sudanês, Omar Hassan al-Bashir, e os rebeldes do Movimento/Exército Popular para a Libertação do Sudão (SPLA/M) de Garang.

Calcula-se que a segunda fase da guerra civil – a mais cruenta – causou quase 2 milhões de vítimas e mais de 4 milhões de deslocados. “Nossos mártires não morreram em vão”, destacou o presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir Mayardit, dirigindo-se à multidão (BBC, 9 de julho). “Esperamos mais de 56 anos até este dia. É um dia que ficará gravado em nossos corações e em nossas mentes”, continuou o ex-chefe rebelde, que usava seu já característico chapéu preto de cowboy.


"Crise é consequência da perda da dignidade humana"

"Resposta à crise econômica: “Humanae Vitae” e “Populorum progressio”

"ROMA, terça-feira, 12 de julho de 2011 (ZENIT.org) – Na origem da crise econômica mundial, existe uma evolução negativa sobre a concepção da dignidade do homem: do homem centro da criação progressivamente se passou ao homem produtor, consumidor, ao câncer da sociedade, homem inútil e custoso, como os idosos.

"Esta é uma das reflexões que surgiram sobre o tema “Consequência da crise econômica”, no evento realizado no último dia 6 de julho, na embaixada da Itália junto à Santa Sé.

"Intervieram o professor Gotti Tedeschi, presidente do IOR (Instituto das Obras de Religião); o vice-presidente da Câmara dos Deputados da Itália, Maurizio Lupi; o administrador na Itália do Santander Private Banking, Stefano Boccadoro; e o embaixador da Italia na Santa Sé, Francesco Maria Greco.

"O presidente do IOR sugeriu o que se pode ler nas entrelinhas da encíclica Caritas in Veritate. “Bento XVI nos diz que não temos que colocar a culpa nos instrumentos quando na verdade somos nós que os usamos mal. Não são os instrumentos que devem mudar, mas o homem. A medicina, a economia etc., são instrumentos; o que os torna mais ou menos éticos é como o homem os usa.”

"O bancário italiano indicou que, na introdução da encíclica, o Papa explica que a origem da crise está no niilismo dominante e na perda progressiva dos valores, e em não ter levado em consideração duas encíclicas anteriores.

"Em outras palavras, “na origem desta crise está o fato de não ter respeitado inteiramente a vida e a dignidade do homem (a Humanae Vitae) e o tipo de progresso que o homem deve seguir, um progresso ideal (a Populorum Progressio)”.

"Gotti Tedeschi considerou que a crise nasce da paulatina perda de consciência da dignidade da pessoa humana, o que, no final das contas, se reduz a um problema: “se o homem é filho de Deus ou se é a evolução de uma bactéria. E se o fim justifica os meios e, por conseguinte, a vida não tem sentido. A diferença está em que, na visão laicista, a vida não tem um sentido sobrenatural”.

"Por outro lado, centrando-se diretamente no âmbito econômico, o vice-presidente da Câmara dos Deputados da Itália, Maurizio Lupi, afirmou que é necessário fugir do pensamento “mais regras, mais estado e menos mercado”.

"“Esta é uma tentação que não pode ser considerada, especialmente se entendemos que é a pessoa quem é capaz de sair da crise. O problema não é colocar mais regras, mas solicitar o melhor da pessoa.”

"Ele considerou, além disso, que existe um desafio educativo. Não se trata somente de leis ou de ajudas econômicas, mas de ter uma concepção própria da pessoa, da família e da empresa, elementos que dão vida ao próprio fundamento da ação."

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Daqui: HenriCartoon

terça-feira, 12 de julho de 2011

Nova Campanha de Marketing da Cerveja Cintra

Se Sousa Cintra tem impulsionado uma campanha de marketing deste género em Portugal, às tantas não tinha passado por um processo de insolvência...

Hospitais devem retirar objectos alusivos à infância

Segundo o Diário de Noticias, o IGAS (inspecção geral das actividades em saúde), recomendou que todos os consultórios médicos em hospitais públicos onde são realizadas consultas de IVG (interrupção voluntária da gravidez) ou de acompanhamento psicológico e social das intervenientes, devem remover todos os objectos visíveis nestes consultórios que interfiram com a escolha das mulheres. Especificamente estes consultórios não poderão ter quaisquer objectos relativos à infância ou de cariz religioso. 

Eu pergunto, relativamente a esta questão. Vão também tomar medidas semelhantes em consultórios que atendam, por exemplo, mulheres que têm cancro de peito e vão remover um peito? Por exemplo, proibir que sejam atendidas por médicas e enfermeiras com trajes ousados ou atributos que interfiram com a escolha da paciente?

Eu pergunto ainda, relativamente a esta questão. Os consultórios que o IGAS verificou apenas fazem consultas de IVG? Se não, e então os direitos das outras pessoas. Os direitos de quem sofre de cancro e utiliza os mesmo consultórios de apoio psicológico e social e que acredita e tem fé? E daquelas mulheres que não podem ter filhos, que são acompanhadas nestes consultórios em preparação para IA (inseminação artificial)? A estas pessoas, a privação da presença de objectos alusivos à infância ou de cariz religioso não tem efeitos contrários aos das mulheres que recorrem à IVG? Então porque é que os direitos de umas são mais importantes do que de outras?

Eu pergunto ainda, relativamente a esta questão. Vão também proibir e fechar igrejas e lojas de artigos infantis nas proximidades destes locais? Vão obrigar a médica ou a enfermeira a esconder a cruz que têm no fio ao pescoço? Não poderão ter estes profissionais, fotos visíveis dos seus filhos, por exemplo nos telemóveis ou smartphones?  O que vão proibir a seguir. A presença de mulheres grávidas ou de crianças nas instalações destes hospitais, por exemplo na sala de espera das consultas que tantas vezes são comuns ou adjacentes.

Isto não tem outro nome senão sectarismo ideológico. É um assunto da moda e não importa atropelar os direitos dos outros para extrapolar a importância deste método anticoncepcional.

Já agora só mais uma pergunta. Para quando o pagamento de taxas moderadoras respectivas a quem recorre à IVG. Pelo menos, às quem o fazem por mais do que uma vez! Isto não recomenda o IGAS. Talvez não faça parte das suas (in)competências.

Fonte: Diário de Noticias

A Europa e Portugal ficaram mais pobres

Público 2011-07-11
Otto von Habsburg simbolizava um mundo liberal e democrático, conservador e aristocrático, a que a I Guerra pôs termo

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"Otto von Habsburg morreu na passada segunda-feira, com 98 anos. Não muito conhecido entre nós, foi, no entanto, uma figura de referência na Europa. Simbolizava um mundo liberal e democrático, conservador e aristocrático, a que a I Guerra pôs termo, com a parcial excepção da Inglaterra e dos povos de língua inglesa. Mas ele insistiu em manter-se fiel a essa nobre tradição, desafiando os populismos revolucionários da direita e da esquerda.

"Otto era o príncipe-herdeiro do Império Austro-Húngaro, filho do imperador Carlos I e da imperatriz Zita de Bourbon-Parma. Mas o império desagregou-se com a I Guerra e a nova república austríaca, muito zelosa dos seus imaginários pergaminhos igualitários, baniu os Habsburgos dos seus títulos nobiliárquicos. A família exilou-se na Madeira, onde o antigo imperador morreu em 1922.

"Otto permaneceu toda a vida católico, liberal, democrata e europeísta, além de atlantista. Admirava a monarquia constitucional inglesa e a tradição gradualista dos povos de língua inglesa, incluindo a República americana. Mas, se foi possível importar para o continente europeu os princípios constitucionais da língua inglesa, não foi possível replicar no continente o sentido de humor, o horror ao fanatismo e o espírito de compromisso e moderação dos ingleses. A Europa do século XX caiu vítima de líderes ordinários de sinal contrário: Hitler e Mussolini de um lado, Lenine e Staline do outro, competiram entre si na manipulação de massas ululantes, de braço estendido ou de punho erguido, com trajes de mau gosto.

"Otto denunciou com horror os dois totalitarismos de sinal contrário. Recusou-se a cumprimentar Hitler na sua Áustria natal - que em breve iria acolher de bandeja a anexação pelo cabo Hitler. Otto foi condenado à morte pelo III Reich e exilou-se em França, de onde escapou das tropas germânicas para novo exílio nos EUA.

"Após a II Guerra, Otto regressou à Europa e, com Winston Churchill, encabeçou os movimentos favoráveis à reunificação europeia e à reconciliação franco-alemã. Presidiu à União Pan-Europeia, entre 1973 e 2004, e foi deputado ao Parlamento europeu, pelo partido social-cristão da Baviera, entre 1979 e 1999. Em 1960, aderira à Mont-Pélerin Society, um clube euro-americano de liberais, fundado em 1946 por Friedrich A. Hayek e Karl Popper, entre outros.

"Tive o privilégio de o conhecer, ainda que fugazmente, quando discursou na Universidade Católica em Lisboa, em 2005, a convite do reitor, Manuel Braga da Cruz. Foi uma intervenção memorável, em defesa da liberdade, da democracia, da dimensão cristã da civilização europeia, e da nova União Europeia alargada aos países da Europa central e oriental.

"Otto von Habsburg era um dos últimos grandes representantes de uma nobre tradição liberal e aristocrática europeia, de que Winston Churchill foi líder no século XX. Ambos aceitavam - e defenderam com vigor - a democracia moderna, sem contudo se renderem às modas igualitárias e às vulgaridades ideológicas. Conta-se que um dia, em Bruxelas, quando alguém lhe disse que ia assistir a um jogo de futebol, Otto terá perguntado "entre quem?". "A Áustria e a Hungria", foi a resposta. Ao que ele terá ripostado: "Contra quem?"

"A notícia da morte de Otto von Habsburg colheu-nos na mesma semana em que duas personalidades marcantes nacionais faleceram prematuramente: Maria José Avillez Nogueira Pinto e Diogo Vasconcelos.

"Conheci mais de perto o Diogo, que foi meu aluno num dos primeiros programas de mestrado do IEP-UCP, em 1997-98. Era um jovem brilhante, cheio de energia e espírito empreendedor, com uma larga visão e uma grande ambição para Portugal.

"Conheci Maria José sobretudo através do marido, Jaime Nogueira Pinto, e de sua filha Teresa, que também foi aluna do IEP. Mas todos conhecíamos a sua personalidade pública, afirmativa e inspiradora, de uma grande senhora.(...)"

A promiscuidade tira a vontade

"O que é a experiência?

"Nada. É o número dos donos que se teve. Cada amante é uma coronhada. São mais mil no conta-quilómetros. A experiência é uma coisa que amarga e atrapalha. Não é um motivo de orgulho. É uma coisa que se desculpa. A experiência é um erro repetido e re-repetido até à exaustão. Se é difícil amar um enganador, mais difícil ainda é amar um enganado.

"Desengane-se de vez a rapaziada. Nenhuma mulher gosta de um homem «experiente». O número de amantes anteriores é uma coisa que faz um bocadinho de nojo e um bocadinho de ciúme. O pudor que se exige às mulheres não é um conceito ultrapassado — é uma excelente ideia. Só que também se devia aplicar aos homens. O pudor valoriza. 0 sexo é uma coisa trivial. É por isso que temos de torná-lo especial. Ir para a cama com toda a gente é pouco higiénico e dispersa as energias. Os seres castos, que se reprimem e se guardam, tornam-se tigres quando se libertam. E só se libertam quando vale a pena. A castidade é que é «sexy». Nos homens como nas mulheres. A promiscuidade tira a vontade.

"Uma mulher gosta de conquistar não o homem que já todas conquistaram, saquearam e pilharam, mas aquele que ainda nenhuma conseguiu tocar. O que é erótico é a resistência, a dificuldade e a raridade. Não é a «liberdade», a facilidade e a vulgaridade. Isto parece óbvio, mas é o contrário do que se faz e do que se diz. Porque será escandaloso dizer, numa época hippificada em que a virgindade é vergonhosa e o amor é bom por ser «livre», que as mulheres querem dos homens aquilo que os homens querem das mulheres? Ser conquistador é ser conquistado. Ninguém gosta de um ser conquistado. O que é preciso conquistar é a castidade."

Miguel Esteves Cardoso,
in 'As Minhas Aventuras na República Portuguesa'

São Tomé: eleições presidenciais

No próximo domingo haverá eleições presidenciais em São Tomé e Príncipe, sendo possível que seja necessária uma segunda volta que, a confirmar-se, deverá ter lugar três semanas depois. Naturalmente, as hipóteses de sucesso não estão distribuídas de forma igual pelos dez candidatos presentes na disputa eleitoral, mas mesmo assim o resultado final é imprevisível.

Estas eleições presidenciais são cruciais para o futuro do primeiro-ministro, Patrice Trovoada. Tendo vencido as eleições legislativas em Agosto de 2010, a Acção Democrática Independente (ADI), por si liderada, foi incapaz de estabelecer um governo de coligação e acabou por formar um executivo minoritário. Ora, desde a transição para a democracia não houve um único governo - maioritário ou minoritário, de coligação ou de um só partido político - que vigorasse toda a legislatura. Em média, a partir de 1991, os governos duraram menos de dois anos, sendo evidente que existe um grave problema de instabilidade política em São Tomé e Príncipe.

Tendo em conta a natureza estrutural da instabilidade política, bem como a natureza minoritária do governo de Patrice Trovoada, não é muito arriscado vaticinar que o actual primeiro- -ministro, tal como os seus antecessores, terá muita dificuldade em manter--se no cargo durante toda a legislatura. Tudo se tornará ainda mais difícil se for eleito um novo Presidente da República oriundo, ou próximo, do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD), o partido que mais tempo ocupou o poder político desde a transição para a democracia, derrotado em Agosto de 2010 pela ADI e actualmente a maior força política na oposição.

Isto dito, seja qual for o desfecho das eleições presidenciais, a instabilidade política vivida nas últimas duas décadas impõe que se proceda a ajustes de natureza sistémica. Trovoada defende a presidencialização do regime, uma solução que satisfazia as suas pretensões políticas. Julgo que o caminho a seguir deverá ser em sentido contrário, i.e. a parlamentarização do regime. Independentemente dos méritos de cada uma das soluções - um debate que não cabe neste espaço -, num ponto todos estarão de acordo: a estabilidade política é fundamental, uma vez que sem ela dificilmente haverá crescimento económico.

Uma última nota para registar que, no último ano, Patrice Trovoada veio três vezes a Portugal. Em nenhuma delas foi solicitada oficialmente qualquer audiência com o Presidente da República, o primeiro-ministro, ou o ministro dos Negócios Estrangeiros. As primeiras impressões confirmam-se: o distanciamento político de Trovoada - em claro contraste com o anterior primeiro-ministro e, em geral, com as lideranças anteriores do MLSTP/PSD - em relação a Portugal é indisfarçável.

Perante o reajuste a que procedeu Patrice Trovoada na relação de São Tomé com Portugal, é legítimo que o seu homólogo português, Pedro Passos Coelho, proceda de igual modo e reavalie também a relação de Lisboa com São Tomé. A seu tempo, ainda com Trovoada ou já com o seu sucessor, as relações bilaterais voltarão seguramente a conhecer um novo ciclo de cumplicidade política. Afinal, as lideranças políticas são efémeras, mas os laços históricos são duradouros.

por Paulo Gorjão,
Director do Instituto Português de Relações Internacionais e Segurança (IPRIS)
Publicado no "i" em 12 de Julho de 2011

domingo, 10 de julho de 2011

Ainda a Moody's

E agora Moody's?

Lagarde alerta para a necessidade dos EUA aumentarem nível da dívida

Em entrevista à estação norte-americana ABC, Lagarde disse esperar que os dois partidos cheguem a um compromisso até à data – 2 de Agosto – que a Casa Branca deu como limite para o Congresso aumentar o tecto máximo do endividamento dos EUA, que chegou ao seu limiar a 16 de Maio.

Apesar do impasse nas negociações, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, assegurou hoje que o país não deixará de cumprir os seus compromissos financeiros. “Os Estados Unidos não entrarão em default” (incumprimento da dívida), reforçou.

De acordo com o que já dissera, os Estados Unidos terão esgotado, a 2 de Agosto, os recursos que lhe têm garantido sobreviver sem ultrapassar o máximo de 14,3 biliões (milhões de milhões) de dólares de dívida atingida em Maio.

Ao afirmar que “os dirigentes do Congresso compreendem” o que está em causa, Geithner tenta pressionar a oposição republicana (em maioria na Câmara dos Representantes) para fazer aprovar o aumento desse tecto máximo – que corresponde a 93 por cento do Produto Interno Bruto previsto para este ano. Mas ainda ontem John Boehner, o republicano que preside à Câmara dos Representantes, rejeitou em comunicado chegar a acordo com a Casa Branca.

Neste quadro, Christine Lagarde alertou para as “consequências devastadoras” que uma eventual entrada dos Estados Unidos em incumprimento teria a nível mundial, dizendo mesmo que não quer imaginar sequer um cenário desses.

Fonte: Publico

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Standard & Poor's contraria Moody's e não baixa rating a Portugal



Fonte: RTP, TVI24

Aí está, pura e dura, a herança socialista! - II

Fonte: HenriCartoon

«Nada me faltará» Sl 23, 1



«Acho que descobri a política - como amor da cidade e do seu bem - em casa. Nasci numa família com convicções políticas, com sentido do amor e do serviço de Deus e da Pátria. O meu Avô, Eduardo Pinto da Cunha, adolescente, foi combatente monárquico e depois emigrado, com a família, por causa disso. O meu Pai, Luís, era um patriota que adorava a África portuguesa e aí passava as férias a visitar os filiados do LAG. A minha Mãe, Maria José, lia-nos a mim e às minhas irmãs a Mensagem de Pessoa, quando eu tinha sete anos. A minha Tia e madrinha, a Tia Mimi, quando a guerra de África começou, ofereceu-se para acompanhar pelos sítios mais recônditos de Angola, em teco-tecos, os jornalistas estrangeiros. Aprendi, desde cedo, o dever de não ignorar o que via, ouvia e lia.

«Aos dezassete anos, no primeiro ano da Faculdade, furei uma greve associativa. Fi-lo mais por rebeldia contra uma ordem imposta arbitrariamente (mesmo que alternativa) que por qualquer outra coisa. Foi por isso que conheci o Jaime e mudámos as nossas vidas, ficando sempre juntos. Fizemos desde então uma família, com os nossos filhos - o Eduardo, a Catarina, a Teresinha - e com os filhos deles. Há quase quarenta anos.

«Procurei, procurámos, sempre viver de acordo com os princípios que tinham a ver com valores ditos tradicionais - Deus e a Pátria -, mas também com a justiça e com a solidariedade em que sempre acreditei e acredito. Tenho tentado deles dar testemunho na vida política e no serviço público. Sem transigências, sem abdicações, sem meter no bolso ideias e convicções.

«Convicções que partem de uma fé profunda no amor de Cristo, que sempre nos diz - como repetiu João Paulo II - "não tenhais medo". Graças a Deus nunca tive medo. Nem das fugas, nem dos exílios, nem da perseguição, nem da incerteza. Nem da vida, nem na morte. Suportei as rodas baixas da fortuna, partilhei a humilhação da diáspora dos portugueses de África, conheci o exílio no Brasil e em Espanha. Aprendi a levar a pátria na sola dos sapatos.

«Como no salmo, o Senhor foi sempre o meu pastor e por isso nada me faltou -mesmo quando faltava tudo.

«Regressada a Portugal, concluí o meu curso e iniciei uma actividade profissional em que procurei sempre servir o Estado e a comunidade com lealdade e com coerência.

«Gostei de trabalhar no serviço público, quer em funções de aconselhamento ou assessoria quer como responsável de grandes organizações. Procurei fazer o melhor pelas instituições e pelos que nelas trabalhavam, cuidando dos que por elas eram assistidos. Nunca critérios do sectarismo político moveram ou influenciaram os meus juízos na escolha de colaboradores ou na sua avaliação.

«Combatendo ideias e políticas que considerei erradas ou nocivas para o bem comum, sempre respeitei, como pessoas, os seus defensores por convicção, os meus adversários.

«A política activa, partidária, também foi importante para mim. Vivi--a com racionalidade, mas também com emoção e até com paixão. Tentei subordiná-la a valores e crenças superiores. E seguir regras éticas também nos meios. Fui deputada, líder parlamentar e vereadora por Lisboa pelo CDS-PP, e depois eleita por duas vezes deputada independente nas listas do PSD.

«Também aqui servi o melhor que soube e pude. Bati- -me por causas cívicas, umas vitoriosas, outras derrotadas, desde a defesa da unidade do país contra regionalismos centrífugos, até à defesa da vida e dos mais fracos entre os fracos. Foi em nome deles e das causas em que acredito que, além do combate político directo na representação popular, intervim com regularidade na televisão, rádio, jornais, como aqui no DN.

«Nas fraquezas e limites da condição humana, tentei travar esse bom combate de que fala o apóstolo Paulo. E guardei a Fé.

«Tem sido bom viver estes tempos felizes e difíceis, porque uma vida boa não é uma boa vida. Estou agora num combate mais pessoal, contra um inimigo subtil, silencioso, traiçoeiro. Neste combate conto com a ciência dos homens e com a graça de Deus, Pai de nós todos, para não ter medo. E também com a família e com os amigos. Esperando o pior, mas confiando no melhor.

«Seja qual for o desfecho, como o Senhor é meu pastor, nada me faltará.»


por Maria José Nogueira Pinto
In DN, Quinta-feira, 7 de Julho de 2011

quinta-feira, 7 de julho de 2011

"Cidadãos portugueses" usam site da Moody's para mensagem provocatória

This is Afonso Henriques, our first King
On your website... PRICELESS!
Afonso ranked your website as Z- -
WIS SWORD WILL BE SHOVED UP YOUR ASS
Sincerly,
Portuguese Citizens


Uma página no site da agência Moody’s exibe uma mensagem provocatória em favor de Portugal. É o resultado da exploração de uma pequena falha informática.
A página alterada mostra a esfera armilar e uma foto da estátua de D. Afonso Henriques, em Guimarães. No texto, assinado por "cidadãos portugueses", lê-se, numa tradução livre: “A Moody's tem orgulho em anunciar que Portugal é agora um país classificado com AA+. Aqui na Moody’s somos pagos para dizer aquilo que os nossos amigo$ querem”.
Fonte: Publico

Trichet: medidas extra são «muito, muito boas»

O presidente do Banco Central Europeu elogiou esta quinta-feira o anúncio de medidas do Governo português que vão além do acordado com a troika (FMI, BCE e UE).

«No caso do governo português sublinho que foi muito, muito bom que alguma decisões tenham sido tomadas pelo Governo que vão alem do que é o programa [da troika]», disse Jean-Claude Trichet aos jornalistas na habitual conferência após a reunião mensal do conselho de governadores.

«Por exemplo, a lista de privatizações vai mais longe que o programa e isso é algo que considero positivo. Temos também uma decisão que não está no programa, que é a taxação do subsídio de Natal», sublinhou Trichet.

O BCE decidiu esta quinta-feira que suspender o valor mínimo para aceitar dívida pública como colateral para os empréstimos bancários, uma medida de «excepção» para Portugal.

Esta foi, justificou Trichet, «em certa medida, uma resposta imediata» às agências de rating, principalmente à Moody`s que, há dois dias, colocou a nota da República portuguesa em «lixo».

Se a S&P, Fitch e a canadiana DBRS decidirem pelo mesmo caminho, as obrigações portuguesas deixariam de servir como garantia nos empréstimos de emergência aos bancos, já por si num momento de difícil acesso ao financiamento.

Assim, o anúncio hoje do BCE determina que, mesmo que as agências cortem a notação de Portugal, a instituição vai continuar a aceitar dívida pública nacional como colateral.

www.agenciafinanceira.iol.pt/m

"Era uma mulher muito clara na afirmação das suas convicções"

O deputado e antigo presidente do CDS-PP José Ribeiro e Castro afirmou hoje que a morte de Maria José Nogueira Pinto foi uma “grande perda para Portugal”, enaltecendo o seu exemplo de “coragem” e “verticalidade”.

“A morte da Maria José Nogueira Pinto é uma grande perda para Portugal, para o nosso tempo. É também, no meu caso pessoal, a perda de uma amiga que vai fazer muita falta aqueles que lhe são mais próximos, à sua família e aqueles que tiveram a sua companhia e o seu conselho durante muitos anos”, afirmou Ribeiro e Castro.

O antigo presidente democrata-cristão sublinhou que Maria José Nogueira Pinto “foi uma mulher de intensa intervenção pública, de grande sentido cívico, e que marcou muito os últimos anos da vida portuguesa, em diferentes áreas onde interveio”.

“Foi um exemplo e uma inspiração ver como já afetada pela doença manteve um combate político como candidata e fazendo-se reeleger deputada”, afirmou, referindo também a atividade como colunista, na imprensa, que continuou a desenvolver.

“Mostrou nestes últimos meses, nesta última etapa difícil da sua vida, a coragem que foi talvez um dos traços mais característicos da sua presença na vida portuguesa, assim como uma enorme verticalidade”, disse Ribeiro e Castro, numa declaração emocionada aos jornalistas, no Parlamento.

O deputado democrata-cristão evocou Maria José Nogueira Pinto como “uma pessoa que pelo sentido forte da sua intervenção” dificilmente receberia “unanimidade naquilo que foi o seu testemunho”.

“Era uma mulher muito clara na afirmação das suas convicções, mas decerto colherá unanimidade de todos nós nesta casa a forma extremamente digna como viveu a esteve sempre presente nos trabalhos parlamentares e na vida política nestes últimos meses da sua vida”, afirmou.

Ribeiro e Castro lembrou igualmente a sua faceta de “católica” e “cristã empenhada”, que “procurou sempre viver na companhia de Deus, que é uma coisa difícil”.

Maria José Nogueira Pinto morreu hoje, aos 59 anos, vítima de doença prolongada.

Foi deputada entre 1995 e 1999, eleita pelo CDS-PP, e depois entre 2009 até à data, pelo PSD.

Na actual legislatura, esteve presente nas duas primeiras sessões plenárias, referentes à eleição da presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, não tendo já comparecido à discussão do Programa do Governo, quinta e sexta-feira da semana passada.

@LUSA

NATO: "Jogo terminou" para Kadhafi

Os aviões da NATO inutilizaram mais de 600 tanques e peças de artilharia líbios e destruíram mais de 800 depósitos de munições desde o início da campanha na Líbia, anunciou hoje em Bruxelas o secretário-geral da Aliança.

Anders Fogh Rasmussen também confirmou um encontro em 13 de Julho, na sede da NATO, com uma delegação do Conselho Nacional de Transição líbio (CNT) liderado pelo seu responsável diplomático Mahmud Jibril.

O secretário-geral da NATO disse que os cerca de 100 dias de campanha aérea também garantiram outros resultados significativos, incluindo o bloqueio dos esforços das forças leais a Muammar Kadhafi para controlar as zonas do país ocupadas pelos rebeldes.

"A actual situação é desfavorável a Kadhafi, a sua capacidade económica para manter a guerra está a diminuir, os seus generais e ministros estão a desertar, a comunidade internacional voltou-se contra ele", referiu em conferência de imprensa. "Para Kadhafi, o jogo terminou", garantiu.

Rasmussen confirmou alguns avanços das forças da oposição nas últimas semanas no oeste do país, mais reconheceu que ainda não ser possível garantir a amplitude do seu progresso.

As observações do líder da NATO surgem num momento em que vários participantes na campanha aérea já admitiram uma progressiva redução do seu envolvimento. De início, a campanha militar aliada tinha por objectivo desferir um golpe devastador e que permitisse à oposição uma rápida conquista do poder.

www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1899302&seccao=%C1frica&page=-1

Maria José Nogueira Pinto

«Do Falatório da RTP ao Encontro Marcado da SIC-Mulher, calculo que tenha feito qualquer coisa como 250 a 300 entrevistas de vida com gente de todos quadrantes, de todas as áreas profissionais, de todas as idades. Aprendi com todas. Mas quem anda nestas andanças sabe que, por melhor que nos corra cada trabalho, temos sempre uns filhos mais queridos que outros. Neste caso, entrevistas que recordamos com maior carinho e gosto – porque nos surpreenderam, porque foram mais longe do que esperávamos, às vezes por razões aparentemente menores (como descobrir que uma pessoa que julgávamos assim, era afinal assado...).

«Dessa pequena lista de momentos especiais faz parte a primeira entrevista que fiz a Maria José Nogueira Pinto, na RTP, em directo, no dia 9 de Fevereiro de 1998 (um dia destes deixo aqui um clip). Não a conhecia pessoalmente, e tinha dela a imagem de uma mulher dura, por vezes áspera, séria e pouco dada ao humor. Ao fim de 50 minutos, a mulher que eu entrevistara tinha-se revelado doce, irónica, divertida, cheia de um apurado e refinado sentido de humor e, apesar de levar a sério as convicções, as ideias e o seu trabalho, nem por isso estava acima de si própria. Rendi-me.

«Dez anos depois, voltei a entrevistá-la na SIC-Mulher. Quando nos cumprimentámos, ela sorriu e exclamou: mas ficou alguma coisa para me perguntar desde a ultima vez?! E rimos os dois. É essa memória que vou guardar de Maria José Nogueira Pinto: a da mulher que sabia o momento de rir, sem nunca perder a seriedade das suas convicções.»

Pedro Rolo Duarte
Publicado no "i" em 06 de Julho de 2011

Vinicius dizia: “Viver não é para amadores”.

Música. O Brasil não se faz só de Gal e Caetano

São dois nomes emergentes na música brasileira e estão em Portugal para o Cool Jazz Fest, em Cascais. Pierre Aderne abriu o concerto de Madeleine Peyroux, ontem, e tem um novo disco, o terceiro, "Água doce". O concerto de Céu é amanhã. Falaram os dois da sua história e da próxima geração Brasil

Céu
01. Sempre quis cantar?
Desde menina. Tenho uma família de músicos, o meu pai era maestro. Isso incentivou-me desde criança.

02. Como foi o início da sua carreira?
Trabalhosa. É difícil e é preciso paixão e amor. Aos 15 anos tive aulas de canto lírico e depois de piano. É preciso autodisciplina. Aos 18 pus a mochila às costas e fui para os EUA. Era fã das cantoras de jazz e blues, o processo foi muito bom e estou a gostar do resultado.

03. Como é que classifica a sua música?
Sou cantora de MPB, acho. É muito abrangente e não faço ideia como é que o público me classifica.

04. O que quer trazer de novo para a música brasileira?
A música é um espírito livre, e podemos misturar as nossas raízes com outros géneros. Vivo em São Paulo. Quero fazer uma linguagem mais... ‘metropolitana’?!

05. Viver na época de Chico Buarque ou Caetano Veloso é uma inspiração ou uma barreira?
É sorte. Sou fã. Pode ser um obstáculo, mas a geração que os ouviu começou a fazer algo novo e isso é bom.

06. Que expectativas tem para a sua estadia em Portugal?
Tenho muito carinho por Portugal e gostava de conhecer mais.


Paulo Macedo perde 34 mil euros por mês

Salário de Paulo Macedo parece condenado a concentrar atenções mediáticas. Em 2004 porque ganhava demais. Agora porque vai ganhar muito menos.

O "Jornal de Negócios"dá especial destaque ao salário de Paulo Macedo, agora que vai para o Governo. Quando em 2004 assumiu o cargo de Director-Geral dos Impostos (DGCI), Paulo Macedo deu nas vistas pelo salário. Encontrando-se numa situação confortável no BCP, o seu local de origem, foi ganhar uma soma interdita a qualquer outro dirigente público de topo na altura. Quatro anos depois de ter regressado ao banco privado volta ao Estado e, de novo, com o salário a cativar as atenções mediáticas. Mas, desta vez, não está em causa quanto vai ganhar, mas a exorbitância que vai perder.

http://www.dn.pt, 6/7/2011

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Braga 2012: Capital Europeia da Juventude

Brevemente numa cidade perto de si!



Morreu Maria José Nogueira Pinto

Maria José Nogueira Pinto morreu nesta quarta-feira, de cancro no pâncreas, aos 59 anos. Era deputada à Assembleia da República eleita como quinta candidata na lista pelo círculo de Lisboa do PSD.

Embora já gravemente debilitada pela doença, participou ainda na sessão parlamentar que elegeu a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, a 21 de Junho.

Nascida em Lisboa, a 23 de Março de 1952, Maria José Pinto da Cunha de Avillez Nogueira Pinto, era filha de Luís Maria de Avilez de Almeida de Melo e Castro e de Maria José de Melo Breyner Pinto da Cunha e irmã da jornalista Maria João Avillez e da especialista em moda e imagem Maria Assunção Avillez. Era casada, desde 1972, com o jurista Jaime Nogueira Pinto, que conheceu na Faculdade de Direito, e mãe de três filhos, um rapaz e duas raparigas.

Jurista de formação, Maria José Nogueira Pinto destacou-se na vida política como figura de Estado e dirigente partidária. Entrou para a política pela mão de Cavaco Silva, de quem foi uma entusiasta apoiante até ao fim, tendo integrado a comissão de honra da sua recandidatura a Presidente da República, na campanha eleitoral do final do ano passado, altura em que já sabia estar doente.

Foi em 1991 que Maria José Nogueira Pinto entra na política activa e logo pela porta da governação, como subsecretária de Estado da Cultura. Acaba por demitir-se em 1993, em ruptura com Pedro Santana Lopes, então secretário de Estado e por causa do conhecido “Caso da Pala do Sporting”, em que se sente desautorizada.

Isto porque, depois de ela ter interditado o Estádio de Alvalade para servir de palco a concertos musicais, por insegurança da estrutura, nomeadamente da “pala” de uma bancada, Santana entra em acordo com o Clube. O Sporting compromete-se a fazer obra e os espectáculos são autorizados.

Logo então se percebe que Maria José Nogueira Pinto não teme a ruptura política, preza a sua autonomia e não se submete a directivas partidárias com que não concorda. Regressa à vida civil como Consultora da Fundação Gulbenkian (1993-95) e transitando depois para presidente da Fundação para a Saúde. O regresso a uma área de actuação que conhecera entre 1988 e 1991, ao presidir à administração da Maternidade Alfredo da Costa.

Passados três anos, nas legislativas de Outubro de 1995, é eleita deputada independente por Lisboa nas listas do CDS, então já liderado por Manuel Monteiro. Faz parte de um grupo de personalidades que inovam e refundam o partido.

Polémica sobre o aborto

É neste mandato parlamentar, que cumpre até 1999, que se distingue na vida parlamentar e política, sobretudo nos dois últimos anos, em que lidera a bancada do CDS. O seu estilo culto e contundente, a sua agilidade política e a forma educada mas desassombrada como dirigia o grupo parlamentar e se relacionava com os outros partidos, marcaram então os trabalhos parlamentares. Destacou-se então o protagonismo com que desempenhava o cargo e as relações que desenvolvia com todos, desde o presidente da Assembleia, António de Almeida Santos, ao líder parlamentar do PCP, Octávio Teixeira.

Foi nesse mandato parlamentar que se jogou o seu maior protagonismo político. E aconteceu em torno das discussões sobre a despenalização do aborto e nomeadamente no contexto da campanha do primeiro referendo, realizado em 1998. Foi Maria José Nogueira Pinto a primeira subscritora de um projecto lei que acabou por chumbar, mas que condicionou todo o debate posterior: o projecto de lei que propunha o reconhecimento pelo Estado da Entidade Jurídica do Embrião.

A questão não era tanto a de saber se um feto podia tirar bilhete de identidade, como foi ironizado à época, mas a de lançar o debate sobre quando começa a vida humana. Ou seja, dar argumentos morais e culturais aos defensores do “não” à despenalização. Por isso, Maria José Nogueira Pinto foi vista então como uma das grandes vencedoras da vitória do “não” no referendo.

Ruptura com o CDS

Mas se o sucesso parlamentar foi marcante, o mesmo não aconteceu no CDS, a que aderiu em 1996. Quando Manuel Monteiro sai, em 1998, Maria José Nogueira Pinto disputa a liderança com Paulo Portas, num congresso em que começou por garantir que até ganhava “ao Rato Mickey” e que acabou por perder, depois de acessos debates e rupturas, como a que teve com Lobo Xavier, a quem disse do palco do Congresso a famosa e ainda hoje enigmática frase: “Você sabe que eu sei que você sabe que eu sei…”A eleição de Paulo Portas como líder leva ao seu afastamento do CDS. Com novo Governo de maioria do PSD e do CDS, liderado por Durão Barroso, Maria José Nogueira Pinto volta aos cargos públicos na área social, em 2002, indo dirigir a Misericórdia de Lisboa, de que fora adjunta da Mesa e Provedora interina entre 1986-88. Um mandato que faz, também aqui de forma destacada, criando projectos inovadores no acompanhamento de idosos e no acolhimento de crianças.

O seu rompimento definitivo com o CDS virá mais tarde. Em 2005 aceita deixar a Misericórdia para se candidatar pelo CDS à Câmara de Lisboa. É eleita vereadora ficando responsável pela Habitação Social.

Mas mais uma vez a sua relação com Paulo Portas atravessou-se na sua relação com o CDS. O regresso de Portas à liderança do CDS leva à ruptura. O clima de agressividade que a ruptura atingiu, leva-a mesmo a acusar o deputado do CDS, Hélder Amaral, de a ter agredido fisicamente. Depois diria que provavelmente entendeu mal o gesto que olhou como agressão como um simples agarrar de braço que então a magoou.

A ruptura com o CDS aproxima-a de novo do PSD. Em 2009, é convidada pela então líder, Manuela Ferreira Leite, para se candidatar pelo PSD em Lisboa. Maria José Nogueira Pinto volta ao Parlamento e logo de início volta a marcar com o seu estilo assertivo e contundente, de quem não teme afrontar adversários. Num famoso debate na Comissão de Saúde vira-se para o deputado do PS, Ricardo Gonçalves, acusando-o de “palhaço” e de “deputado inimputável”.

Reeleita pelo PSD no passado dia 5 de Junho, cumpriu, enquanto conseguiu o seu mandato.

www.publico.pt/

Duas centenas de mortos em naufrágio ao largo do Sudão

Perto de 200 pessoas morreram afogadas depois de a embarcação que os transportava do Sudão para a Arábia Saudita se incendiou em pleno mar, nesta terça-feira.

Segundo a agência sudanesa SMC, que cita fontes oficiais, a embarcação transportava 200 imigrantes ilegais oriundos de países vizinhos, tendo naufragado no mar Vermelho, ainda em águas territoriais sudanesas. Apenas três ocupantes terão sobrevivido.

Contactado pela AFP, um porta-voz da polícia sudanesa recusou-se a comentar o balanço, adiantando não ter ainda todos os pormenores do incidente. Confirmou, contudo, que o barco saiu do porto de Tokar, 150 quilómetros a sul de Port Sudan e já perto da Eritreia. Quatro iemenitas, suspeitos de ser proprietários da embarcação, terão sido entretanto detidos.

As autoridades sudanesas adiantam ainda que um outro barco, com 247 pessoas a bordo – sobretudo da Somália, Eritreia e Chade – tentou sair da mesma região, mas foi interceptado pela polícia.

http://www.publico.pt/Mundo/duas-centenas-de-mortos-em-naufragio-ao-largo-do-sudao_1501585

terça-feira, 5 de julho de 2011

Até 2013. Afinal nunca concorri às autárquicas.

Deixou bilhetes às vítimas que roubou

Um indivíduo que assaltou pelo menos três mulheres, sob ameaça de arma, nos últimos dias, em Braga, escreveu bilhetes, a duas delas, a pedir desculpa pelos roubos.
Os roubos aconteceram entre 30 de Junho e o passado dia 2 de Julho e o indivíduo já foi identificado pela Polícia de Segurança Pública (PSP).Pelo ‘modus operandi’, trata-se do mesmo suspeito que assaltou, na madrugada da última sexta-feira, uma estudante de 21 anos, em Nogueiró, a quem exigiu o cartão multibanco e o respectivo código, conforme noticiou o ‘Correio do Minho’, na edição de 2 de Julho.Horas antes, ocorreu um roubo com as mesmas características: o alvo foi uma mulher, também na zona da cidade de Braga, a quem roubou também o cartão, exigindo o código.Nos doisroubos, o cartão bancário foi o alvo e o assaltante ameaçou as vítimas com o que parecia uma arma de fogo.Nas duas situações foi efectuado pelo menos um levantamento, antes do cancelamento do cartão.A uma terceira vítima, apesar da ameaça, não chegou a roubar nada, tendo-lhe devolvido a carteira pois não continha nenhum cartão bancário.A duas das vítimas, o alegado assaltante deixou depois bilhetes, junto à porta - onde ocorreram dois dos assaltos - a pedir desculpa pelos roubos, apurou o ‘Correio do Minho’.


E esta hein?

As famílias constroem-se à mesa

Terça-feira, 21 de Junho de 2011
Público, Entrevista Claude Kaufman

O sociólogo francês Jean-Claude Kaufman, investigador no Centre National de la Recherche Scientifique, em Paris, dedicou toda a sua vida a estudar as relações entre as pessoas através das tarefas domésticas, do lavar a roupa ao passar a ferro. Há quem lhe chame o sociólogo dos detalhes. Esteve em Portugal, a convite do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, para falar de comida e explicar porque é que é à mesa que se constrõem as famílias, tema do seu livro, não traduzido em português, Casseroles, amour et crises (que poderá traduzir-se por Tachos, amor e crises). A sua última paixão são as bolsas das mulheres e a forma como o seu interminável conteúdo revela a vida das suas proprietárias, mas essa era outra conversa.

Porquê este seu fascínio por detalhes?

Não há coisas pequenas na vida. Se escavarmos em profundidade conseguimos explicar toda uma sociedade por gestos tão simples que nem nos passam pela cabeça. Por exemplo, em casa quando se acorda, ninguém pensa "onde está a minha caneca do pequeno-almoço?", só esticamos a mão, mas cada objecto tem um lugar que não é igual em cada família e tudo isto é uma cultura profunda. A família é fabricada com as mãos e não podia viver sem toda esta organização: a limpeza, a lavagem das roupas. A cozinha é a parte ainda mais rica porque é ali que se prepara um momento que vai ser muito importante na vida familiar, que nem sempre corre bem, mas que é muito importante.

"Diz-me como comes em casa e digo-te como vai a tua família?" Esta frase é uma boa forma de avaliar a saúde da família?

As famílias de hoje não são simples, são cheias de contradições. As refeições contam-nos histórias. Há conflitos com os miúdos e, às vezes, liga-se a televisão para aliviar a tensão, para evitar o face-a-face, funciona como um convidado suplementar; ou, quando os filhos já mais velhos, saem de casa, há um regresso ao casal que não é simples, é preciso alimentar a convivência a dois e a televisão pode voltar porque anula a angústia. O silêncio assinala que não temos grande coisa a dizer.

Tem-se medo do silêncio à mesa?

Dantes, aceitava-se o silêncio. Hoje, quando dura muito tempo, mete muito medo: sinaliza que não há nada a dizer neste momento de vida familiar. Em França, uma em cada duas refeições é passada com a televisão. Mas as pessoas que não vêem televisão são muito rápidas a julgar a televisão como má. Em certas famílias, o difícil é não a ter, e, a um primeiro nível, não é mau haver televisão: ela pode alimentar a conversa, discute-se um concurso, um membro da família apoia um concorrente, outro tem outro, e cada um tem a sua justificação e vão-se conhecendo os valores, uns dos outros, por esta via. Mas é verdade que a televisão tem uma lógica devoradora, ela tenta engolir tudo e há sinais de quando se passou a linha vermelha: quando o volume é mais alto e substitui a conversa ou quando as cadeiras abandonam o face-a-face e se viram para a televisão.

São Tomé / Presidenciais

Número de candidatos é o maior de sempre da história do país

As eleições presidenciais do próximo dia 17 em São Tomé e Príncipe são as mais concorridas de sempre, com nove candidatos a disputar a sucessão de Fradique de Menezes, impedido constitucionalmente de concorrer a um terceiro mandato.


Dos nove candidatos, cinco têm fortes ligações aos dois partidos mais votados nas legislativas de há um ano, a Acção Democrática Independente, agora no governo, e o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe-Partido Social Democrata, na oposição, presumindo-se que a disputa presidencial reabra a luta política de há um ano.

Os restantes quatro candidatos, o jurista Filinto Costa Alegre, e os economistas Jorge Coelho, Manuel de Deus Lima e Hélder de Barros, sem apoio expresso partidário, surgem neste escrutínio como sendo os que têm menos possibilidades de passarem à segunda volta, caso nenhum candidato alcance já mais de metade dos votos no dia 17.

Destes quatro candidatos, Filinto Costa Alegre, de 59 anos, é o que apresenta um histórico de empenho mais ativo na luta pela independência.

Em 1974 liderou a Associação Cívica Pró-MLSTP, que lançou as bases para a organização do que viria a ser a força política que liderou os destinos do país, entre 1975, com a declaração de independência, e 1991, com o fim do regime de partido único.

Com a abertura democrática, integra o grupo de fundadores do PCD, vencedor do primeiro escrutínio pluralista, mas viria a afastar-se deste partido por discordar da estratégia política entretanto prosseguida.

Um segundo candidato é Manuel de Deus Lima “Minho”, economista de 52 anos, atual embaixador são-tomense no vizinho Gabão, liderou por escassos meses, em 2008, o Movimento Democrático Força da Mudança, partido inspirado na figura do Presidente Fradique de Menezes.

Antes, na sequência das legislativas de 2006, ocupou a pasta dos Recursos Naturais do governo de coligação MDFM/PCD, resultante daquelas eleições.

Em 2002, quando era administrador do Banco Central de São Tomé e Príncipe pagou com a prisão um crime de peculato.

Outro candidato, Hélder Barros, 59 anos, foi ministro da Coordenação Económica, entre julho e outubro de 1994, no governo de iniciativa presidencial liderado por Evaristo Carvalho, que também concorre às presidenciais.

Atualmente trabalha para as Nações Unidas e mantém em São Tomé e Príncipe uma fundação ligada a atividades para a juventude.

Apresenta-se como candidato independente, embora tenha tido filiação partidária na ADI.

O último candidato, Jorge Coelho, 53 anos, foi presidente do conselho de administração da Empresa Nacional de Aeroportos e Segurança Aérea (ENASA).

Titular de dois mestrados, Economia e Sistema de Informação Digital, ambos feitos na Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, mantém uma cátedra na Universidade Estatal do Ohio, também nos Estados Unidos.

Destak/Lusa | destak@destak.pt
05 | 07 | 2011