quinta-feira, 30 de junho de 2011

Terrorismo

Delete. Governo Sócrates apagou informação dos computadores
Na semana que antecedeu a tomada de posse do novo governo, entre 13 e 17 de Junho, os funcionários dos gabinetes dos ministérios das Finanças e da Economia ficaram sem informação nos computadores com que trabalhavam, os emails profissionais deixaram de ter histórico ou lista de contactos e os discos rígidos foram limpos. "Foi como começar de novo, apesar de já trabalhar aqui há anos e de ir continuar a trabalhar aqui", disse ao i um funcionário de um gabinete do Ministério das Finanças. A ordem, tendo em conta testemunhos ouvidos pelo i, era a de não deixar qualquer informação nos computadores profissionais. "Um dia apareceu um técnico, perguntou-me se tinha guardado a informação de que precisava e fez uma limpeza total ao disco rígido, até instalou novamente o sistema operativo", explicou.

Esta operação de limpeza foi executada pelo Ceger, organismo responsável pela gestão da rede informática do governo (RiNG) e que está na dependência da presidência do Conselho de Ministros. Os emails profissionais dos funcionários estão armazenados na RiNG, que foi esvaziada de informação.

Fonte: Jornal i

Aí está, pura e dura, a herança socialista!

In Publico

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou hoje uma contribuição especial para o ajustamento orçamental, em sede de IRS, equivalente a 50 por cento do subsídio de Natal acima do salário mínimo nacional. Apenas vigorará este ano.

Programa do XIX Governo Constitucional

Discurso de apresentação do programa do Governo à Assembleia da Republica

quarta-feira, 29 de junho de 2011

PSP e GNR vigiam gratuitamente residências durante as férias

In Diário Digital

A PSP e a GNR iniciam na sexta-feira em todo o país um serviço gratuito de «especial vigilância» às residências que estão vazias por os donos estarem de férias.
Para tal, os proprietários das casas têm que fazer o pedido de vigilância pela Internet ou nos postos da GNR e esquadras da PSP.

O responsável pelos programas especiais da GNR, major Rogério Copeto, disse à agência Lusa que os pedidos pela Internet podem ser feitos 48 horas antes dos proprietários iniciarem as férias.

Numa iniciativa do Ministério da Administração Interna, a medida “Verão seguro – chave direta” visa assegurar de forma “direcionada e eficaz” a segurança das residências dos donos que aderirem a este programa através de um patrulhamento e uma vigilância “mais intensivos”.
A PSP e a GNR, que vão vigiar as casas entre 01 de Julho e 15 de Setembro, recebem a maioria dos pedidos nos postos ou esquadras.

No ano passado, as duas forças de segurança vigiaram gratuitamente um total de 8.240 residências nos meses de verão, referem dados da Polícia de Segurança Pública (PSP) e da Guarda Nacional Republicana (GNR).

Durão Barroso e Van Rompuy saúdam "voto de responsabilidade nacional" na Grécia

Bruxelas, 29 Junho (Lusa) - Os presidentes da Comissão Europeia, Durão Barroso, e do Conselho da União Europeia, Herman Van Rompuy, saudaram hoje a aprovação pelo parlamento grego do novo plano de austeridade, considerando que se tratou de um "voto de responsabilidade nacional".

Numa declaração conjunta divulgada em Bruxelas pouco depois do voto do parlamento grego, Durão Barroso e Van Rompuy afirmam que a Grécia deu "um importante passo em frente no necessário caminho da consolidação orçamental e das reformas estruturais" com vista ao crescimento, e um também "fundamental passo atrás" relativamente ao cenário de bancarrota que se avizinhava. (...)

De Luís Pedro Martins
LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
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O novo director da Fundação Konrad Adenauer para Espanha e Portugal, Thomas Stehling, promoveu em Lisboa, durante o fim-de-semana, a conferência regional anual daquela fundação alemã, dedicada à reflexão estratégica. Foi uma ocasião estimulante que permitiu ouvir sensibilidades diferentes, vindas sobretudo de responsáveis alemães, ingleses e espanhóis.

O tema central do encontro era a "Primavera árabe", mas o centro das interrogações estava sobretudo no futuro do euro. Paulo Portas falou na sessão de abertura, como novo ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal. Foi a sessão mais concorrida, com uma vasta plateia de embaixadores estrangeiros. Esperava-se uma apresentação da nova política externa do novo Governo de Lisboa.

Paulo Portas fez um vigoroso discurso de política externa, e para ouvidos externos, mas não falou sobre a política externa portuguesa. Explicou que não devia fazê-lo, antes da apresentação do programa do novo Governo no Parlamento. Preferiu explicar a nova situação política portuguesa e enumerar as condições que vão permitir a Portugal cumprir o acordo com a troika. A impressão final, na audiência, foi a de que tinha sido convincente.

Portugal tem realmente condições invulgarmente favoráveis para enfrentar a situação financeira - que é invulgarmente desfavorável. Os partidos da nova coligação governamental dispõem de maioria parlamentar confortável e de maioria eleitoral. Existe significativa convergência programática entre os dois partidos. Existe também uma hierarquia eleitoral clara entre eles, o que desincentiva quezílias desnecessárias.

O novo Governo foi constituído em tempo recorde e apresentou caras novas, com sólidos currículos profissionais. Dispõe da confiança do Presidente da República. (...)

Acresce que o maior partido da oposição foi o promotor e primeiro subscritor do acordo com a troika. A extrema-esquerda sofreu um recuo eleitoral vincado e o Partido Comunista limita-se a resistir no declínio. Por outras palavras, Portugal tem uma esmagadora maioria parlamentar, eleitoral e social favorável à aplicação do acordo internacional de saneamento financeiro.

Raramente, nas últimas décadas - talvez desde os primeiros mandatos da coabitação entre as maiorias absolutas de Mário Soares, em Belém, e de Cavaco Silva, em São Bento -, teremos tido entre nós condições mais favoráveis a reformas políticas. É certo que o desafio é enorme e o risco de saída do euro é simplesmente brutal. Mas Portugal teve já duas experiências de sucesso com o FMI, e os portugueses estão obviamente convencidos de que não há alternativa ao plano de reformas.

É agora imprescindível que o novo Governo não interprete mal estas boas notícias. Elas simplesmente representam uma enorme responsabilidade para o executivo. Não há desculpas para falhar. E o preço do fracasso seria colossal.

É imperioso que a coligação mantenha os boys fora dos lugares de controlo e que os apetites das máquinas partidárias sejam implacavelmente dominados. As habituais clientelas, públicas e privadas, têm de ser submetidas a uma dose maciça de concorrência. E o queixume terceiro-mundista contra o capitalismo deve dar lugar a um clima de confiança na empresa livre, na poupança e no investimento. Talvez não seja impossível.

João Carlos Espada
Director do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa;
Público 27/6/2011

“Paradoxo ridículo” e “repelente”.

«Viva o aborto!


«Durante a guerra civil espanhola, a 12 de Outubro de 1936, na Universidade de Salamanca, durante um empolgado discurso de Francisco Maldonado, alguém, mais tarde secundado pelo general José Millán-Astray y Terreros, gritou “viva a morte!”. Miguel de Unamuno, que presidia à mesa da sessão, não se conteve e no comentário improvisado insurgiu-se contra aquele urro denominando-o “grito necrófilo e insensato”, “paradoxo ridículo” e “repelente”.

«Este episódio veio-me à memória no dia de ontem aquando da eleição de Assunção Esteves ao cargo de presidente da assembleia da república com a unanimidade dos deputados a ovacionarem-na de pé, a comentarem elogiosamente o seu percurso político, o seu elevado sentido de estado, o seu empenho aguerrido e obstinado a favor da liberalização do aborto, nos dois referendos sobre o mesmo, demonstrando assim estar ao lado do futuro. Como se não bastara a eficaz necrófila Maria de Belém exclamou que ela, Assunção, fora a primeira escolha do seu tétrico partido.

«Soube-se também, pela comunicação social, que o cds, o tal partido que se proclama pró vida, deu indicação de voto aos seus deputados para a elegerem e que o funesto presidente da república logo lhe telefonou a felicitá-la - só falta, mas não deverá tardar, a costumeira lisonja pública de alguns Bispos a personagens da mesma espécie. A própria dedicou (?) aquele momento de alegria “às mulheres políticas que (supõe-se, como ela) trazem para o espaço público o valor da entrega e a matriz do amor e “sobretudo às mulheres anónimas e oprimidas”. Como uma ungida compromete-se a “dignificar” o cargo “com sentido de missão” e a dedicar cada dia “à redenção histórica da … circunstância” das “mulheres” e tudo isto com uma “alegria cristã” pois a “política é … o exercício de virtude” (os itálico são meus). O Anticristo não se expressaria melhor.

«Tudo isto se poderia, a meu parecer, sintetizar no grito repugnante de “viva o aborto!”.

«Escrevi, numa pressa de emergência, há tempos uma ladainha pedindo a Deus que nos livrasse dos políticos católicos. Muitos acharam que eu estava a brincar e outros acusaram-me, inclusive, de blasfémia sacrílega. É verdade que nunca pedi a aprovação eclesiástica para a mesma. Por isso, não a mandei imprimir mas limitei-me a partilhá-la com os amigos habituais. Porém, devo confessar que, na minha opinião, essa oração é mais urgente que nunca. Mas eu não passo de um bisbórrias.»


Nuno Serras Pereira, 22. 06. 2011

“a Europa está [cá] para ajudar"

As próximas horas serão «decisivas» para a Grécia, mas também para a zona euro e para a economia mundial, considerou hoje o presidente da UE, Herman Van Rompuy.

“Há momentos decisivos e as próximas horas serão decisivas, fundamentais para o povo grego, mas não apenas para o povo grego, também para a zona euro e mesmo para a estabilidade da economia mundial”, afirmou Van Rompuy no Parlamento Europeu.

O Parlamento grego deve votar na quarta-feira um impopular plano de austeridade, que prevê cortes avaliados em 28,4 mil milhões de euros até 2015, e privatizações para angariar 50 mil milhões de euros.

O programa foi acordado na semana passada com os doadores internacionais da Grécia, que exigem a sua aprovação para desbloquear um empréstimo de 12 mil milhões de euros, que permitirá a Atenas cumprir o pagamento da dívida em julho.

Neste contexto, Van Rompuy apelou aos dirigentes políticos gregos para “assumirem as suas responsabilidades”.

O presidente da UE reconheceu que o programa de austeridade é “duro”, mas assinalou que “a Europa não é a fonte dos problemas”.

“Os problemas foram criados há 10 anos, por falta de [responsabilidade] política, por falta de vigilância” das contas do país, acusou, denunciando nomeadamente a “fraude fiscal maciça” no país.

Herman Van Rompuy assegurou que “a Europa está [cá] para ajudar, para que o país tenha tempo de recuperar o seu equilíbrio e para voltar ao caminho do crescimento”.

por Agência Lusa,
Publicado no "i" em 28 de Junho de 2011

terça-feira, 28 de junho de 2011

Mulher acorda no próprio velório e morre de susto

Fagilyu Mukhametzyanov, russa, de 49 anos, foi declarada morta por engano. Acordou no meio de seu próprio funeral, com parentes em volta, não aguentou e morreu de susto. Mas desta vez morreu de vez.

O Daily News relata que, ao acordar no caixão, Fagilyu começou a gritar por constatar que poderia ter sido enterrada viva. O stress e angústia ocasionou um enfarte. Ela foi levada novamente ao mesmo hospital em que havia sido declarada morta por engano. Mas não sobreviveu. Os médicos declararam - agora sim, com precisão - o óbito.

“Estou muito nervoso e quero respostas”, disse o marido, Fagili Mukhametzyanov. “Ela não estava morta quando me disseram, e poderiam tê-la salvado”. O hospital diz que irá investigar o caso.

Métodos naturais

Métodos naturais: revolução natural na saúde da mulher

Thomas Hilgers lidera caminho rumo à compreensão da fertilidade da mulher

OMAHA, sexta-feira, 24 de junho de 2011 (ZENIT.org) - Como um jovem médico residente em 1968, o Dr. Thomas Hilgers estava preocupado com o tratamento de seus pacientes e se mantinha atualizado em relação aos progressos da medicina. Já como obstetra e ginecologista, bem como especialista em medicina reprodutiva e cirurgia, é o autor de "The NaProTechnology Revolution: Unleashing the Power in a Woman's Cycle" (A Revolução de NaProTecnologia: Liberando o poder do ciclo da mulher). O livro lembra o que o inspirou a fundar o Instituto Paulo VI para o Estudo da Reprodução Humana e desenvolver métodos de tratamento em uma ampla gama de questões ginecológicas, de acordo com os ensinamentos da Igreja Católica.

Em uma entrevista concedida a ZENIT, Hilgers explicou que o Creighton Model Fertility Care System é “um sistema único e, portanto, deve ter uma aplicação especial na saúde reprodutiva das mulheres". "Durante estes últimos 30 ou 35 anos - acrescentou -, investigamos continuamente isso e chegamos à Tecnologia Natural Procriadora (NaProTechnology)."

De acordo com Hilgers, NaProTechnology é muito mais do que uma forma avançada de planejamento familiar natural, trabalhando em cooperação com o ciclo das mulheres. "Na verdade, tornou-se uma nova ciência da saúde das mulheres", disse ele. A ciência da NaProTechnology tem três aspectos, disse: a forma médica, a forma pré-natal e a forma cirúrgica.

Em vez de simplesmente lidar com os problemas de fertilização, a NaProTechnology trabalha para resolver muitos dos problemas ginecológicos que as mulheres enfrentam. "É um giro de 180 graus na direção oposta de tecnologias de reprodução artificial", que, como explicado por Hilgers, são de supressão ou de destruição do potencial da vida humana, e não cooperativos com ele.

Ele diz que a NaProTechnology beneficia as mulheres que sofrem de uma variedade de problemas, incluindo - mas não limitado a - depressão pós-parto, cistos ovarianos, endometriose e ciclos irregulares; também pode ajudar a prevenir nascimentos prematuros, resultantes dos métodos reprodutivos artificiais.

"Há todo um departamento cirúrgico, com quase nenhuma cicatriz, que desenvolvemos - disse ele. Podemos operar e reconstruir os tecidos reprodutivos das mulheres como nunca foi feito antes." Ele acrescentou que muitas mulheres têm medo de cirurgia para cicatrizes graves, que causam mais problemas do que soluções. "Nós agora podemos operar de uma forma que não causa cicatrizes."

Hilgers disse que o tratamento pode variar de uma injeção de progesterona para aliviar a depressão pós-parto, a observação e tratamento de alterações do ciclo menstrual, com o fim de controlar a fertilidade, à cirurgia, tanto por via laparoscópica (fora do paciente) como tradicional.

Abusando da fertilidade

Hilgers debate, em seu livro, as consequências do surgimento da pílula, o número crescente de problemas médicos e sociológicos relacionados a isso, tais como: abortos, nascimentos fora do casamento, doenças sexualmente transmissíveis, várias formas de câncer, casos de abuso físico, aumento de divórcios, suicídios em adolescentes, bebês de baixo peso, mortes neonatais e o aumento do consumo de drogas, mais evidente nos últimos 40-50 anos.

"Vivemos fundamentalmente em uma cultura de abuso de fertilidade - disse Hilgers. As pessoas dão por descontada a sua fertilidade. Eliminam-na (com a pílula) ou a destroem (com) as diferentes formas de contracepção. E durante os anos da chamada ‘revolução sexual’, uma das coisas que alegaram é que não há vítimas. Mas eu acho que houve muito silêncio associado com a destruição da maioria das relações familiares e da epidemia de doenças sexualmente transmissíveis, que têm surgido como resultado disso."

"Os médicos falam dos benefícios para a saúde, mas não falam sobre os riscos para a saúde, exceto o que foi declarado pela Food and Drug Administration e que as pessoas não ouvem", disse ele. Explica que o uso da pílula contribui para a embolia pulmonar, coágulos de sangue, ataques cardíacos e infartos do miocárdio. Mulheres correm mais risco de câncer de mama devido ao uso da pílula, que também aumenta o risco de câncer do colo do útero, muitas vezes causado pela transmissão do vírus do papiloma humano (HPV).

O rápido crescimento

Quando Hilgers e sua equipe começaram a formar outros médicos em seus métodos, no começo dos anos 80, ele recorda que a resposta do âmbito médico não foi a que ele esperava inicialmente.

Em 1991, publicou um livro de medicina intitulado “A aplicação médica da planificação familiar natural: uma guia médica da NaProTechnology”, e a notícia se difundiu. “De repente, tínhamos 4 ou 5 médicos na aula, depois 10, depois 30”. No último mês de abril, o Instituto Paulo VI realizou um seminário de uma semana para 90participantes, a metade deles médicos, a outra metade instrutores de NaProTechnology e especialistas em cuidados reprodutivos.

Hilgers tem a esperança de que a sociedade comece a valorizar a vida humana e veja o caráter sagrado dos dons que Deus nos dá. “Nos próximos dez anos, veremos uma mudança, acho. Se prestarmos atenção, veremos que já houve uma mudança agora. Não é evidente, não é grande, mas acho que o potencial está aí - disse Hilgers, com esperança. É interessante pensar nisso.”


Na internet:
"The NaProTechnology Revolution": www.amazon.com/NaPro-Technology-Revolution-Unleashing-Womans/dp/0825306264

(Traci Osuna)

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Já cá faltava a incoerência socialista

O candidato a secretário-geral do PS António José Seguro disse quarta-feira, em Torres Vedras, que se for eleito não vai apoiar a revisão constitucional defendida pelo governo do social-democrata Pedro Passos Coelho.
"O PSD não contará com o PS para fazer a revisão constitucional", afirmou o candidato na apresentação da sua moção aos militantes da Federação Regional do Oeste.A recusa do apoio à revisão constitucional é uma das ideias defendidas pela sua candidatura.
Ora da ultima vez que li isto (memorando de entendimento com a troika) que foi de resto assinado pelo partido de Seguro, fiquei com a ideia que não só é obrigatório mexer na Constituição para cumprir o referido memorando, como essas alterações são parte das pretendidas pelo PSD/CDS.
Em que ficamos?O PS vai ou não honrar os compromissos assumidos? Seguro se eleito líder do partido vai ou não assumir o compromisso institucional de colaborar e participar no cumprimento do memorando de entendimento? Ou então, diz o que for preciso e o que quer ouvir o PS para o eleger. Será?

Quanto ao preâmbulo da Constituição, está obsoleto, 37 anos que foram volvidos a revolução de Abril de 1974 e deve ser ajustado à realidade. Senão vejam se isto faz sentido: «... estabelecer os princípios basilares da democracia, de assegurar o primado do Estado de Direito democrático e de abrir caminho para uma sociedade socialista...».

Fontes: Jornal de Negócios e Parlamento.pt

RIP

Quando disseram que o país estava mal, moribundo, quase morto, nunca pensei que se referiam a isto.

165 ME pagos de subsídio a magistrados mortos
Uma auditoria da Inspecção-Geral das Finanças às despesas da Justiça detectou 165 mil euros de pagamentos em excesso de subsídio de compensação a magistrados jubilados já falecidos, por inexistência de comunicação do óbito pelo Instituto de Registo e Notariado. 


Médicos mortos passam receitas a doentes já falecidos
Médicos que continuam a passar receitas mesmo depois de morrerem. Receitas que são aviadas em farmácias a vários quilómetros de distância da casa de doentes que por coincidência também morreram.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Bom S. João


Ó meu S.João da Ponte
A vossa Capela cheira
Cheira a cravo, cheira à rosa
Cheira à flor da Laranjeira

S.João vem cá abaixo
Que tu chegas cá num ai
No céu nem fazes ideia
Do que cá por Braga vai

Festa de São João em Braga
S. JOÃO EM BRAGA

Estagiária de Hillary Clinton vira actriz pornográfica

In Jornal de Noticias

Spades Sammie, ex-estagiária da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, desistiu de construir um futuro na política para se aventurar no mundo pornográfico.

A agora actriz pornográfica conta que, no passado, "teve planos para ser advogada, tendo mesmo trabalhado como assistente judiciária". Mas, devido a dificuldades financeiras, foi obrigada a abandonar os seus sonhos, "depois de descobrir que no mundo pornográfico podia ganhar muito mais dinheiro".

Cá para nós que ninguém nos ouve, se tem sido antes estagiária do marido da secretária de Estado americana, a agora porno-actriz teria com certeza mais experiência na área e estranhado menos a mudança de local de trabalho.

Silêncio!

Passos Coelho viaja amanhã de avião para Bruxelas. Hoje, o primeiro-ministro mandou trocar as cinco reservas na TAP, de executiva para económica.

Admire-se que o governo tomou posse à 2 dias e apenas falam dele  5 minutos nos telejornais. E mesmo assim tiveram que repetir noticias de dias anteriores.

O novo Governo de Pedro Passos Coelho vai pôr os secretários distritais transitoriamente na gestão dos governos civis, até à sua completa extinção, que faz parte do programa do executivo de coligação PSD/CDS-PP.


Cada vez gosto mais dele(s).

Esquerda à deriva ( V )

Miguel Portas "A renovação do Bloco tem de passar pela saída dos quatro fundadores"

Miguel Portas é político há muito tempo. Defende que tudo tem a sua época e o Bloco de Esquerda precisa de lideranças novas. Fala das declarações de Ana Gomes sobre o irmão Paulo. Não esconde que o cancro lhe mudou a vida e garante que é preciso uma renovação da esquerda.

Como comenta a saída do Rui Tavares do grupo do Parlamento Europeu onde está o Bloco na sequência de uma polémica com Francisco Louçã?

Registo com tristeza a saída dele da delegação e do grupo onde sempre votou livremente na condição de independente. De qualquer modo, na minha opinião, existe uma clara desproporção entre o motivo invocado e a consequência da decisão. A decisão dele não vai facilitar a discussão no interior do Bloco. Mas da nossa parte há vontade de manter uma relação de trabalho com ele no parlamento.

Estás arrependido de o ter convidado?

Boa pergunta [silêncio]. A história não se faz com "ses". Não esperava a decisão e é com tristeza que a vejo.

Não acha que para uma derrota em que o Bloco perdeu metade dos votos e deputados, é pouco aquilo que a Mesa Nacional propõe como discussão?

Acho que não é curto, porque não é uma solução que encerra o debate. Tem a característica de ser uma discussão que é interna, mas também pública. Nesta fase, antes de férias, realizar-se-ão assembleias de aderentes por todo o país. São encontros para ouvir, não para se dizer o que devem pensar. Depois o espaço de debate vai abrir na internet para toda a gente. Vai-se realizar um debate com convidados que não são do BE sobre os caminhos de convergência e recomposição da esquerda portuguesa. Acho que nos permitirá uma recolha de opiniões muito vasta e é em função disso que a Mesa Nacional de Setembro decidirá se se avança ou não para uma convenção ordinária antecipada.

Não está excluída à partida a realização de uma convenção?

É uma consequência possível do debate, defendida por muita gente, que não decorre exclusivamente dos resultados eleitorais. Deve responder à questão de qual deve ser a táctica e a estratégia do Bloco neste novo quadro político.

Ao não marcar já uma convenção, a direcção do BE não está a desresponsabilizar-se dos resultados eleitorais? Não seria necessário, como defende o Daniel Oliveira, a direcção ser confrontada com uma convenção?

O Daniel levantou duas questões fundamentais partilhadas também pela tendência mais à esquerda do BE (a Ruptura): a ideia que um mau resultado equivale a uma convenção extraordinária que deve conduzir à demissão da direcção. O Daniel apresenta uma proposta já com resultado consumado. Não me parece curial convocar uma convenção que antes de reunir já tem um resultado anunciado. Dito isso, o problema político existe: não há uma questão de legitimidade da actual direcção, ela foi eleita três semanas antes das eleições, mas há um problema de credibilidade política do núcleo dos fundadores do Bloco. Sobre isso não tenho dúvida nenhuma. Este núcleo fundador sempre foi o centro das decisões do BE.

Está a falar dos quatro (Louçã, Fazenda, Rosas e Portas)?

Destes e de mais um círculo de dirigentes muito próximos. Este núcleo, da mesma maneira que tem o mérito de ter levado o Bloco a 10% e 11 % no espaço de uma década, também tem uma pesada responsabilidade de o ter trazido para 5%, isso é iniludível, e desse ponto de vista é muito positivo que o BE tenha feito imediatamente três coisas. Reconheceu a derrota e atribuiu a mesma não só a factores externos mas também a factores internos: a erros ao longo dos últimos dois anos. E finalmente marcou um debate público e aberto que não se restringe aos militantes.


terça-feira, 21 de junho de 2011

Cadeiras de sonho


In Record

«... a grande estima de Pinto da Costa é direcionada para AndréVillas-Boas. “Tem uma vantagem. Para além da paixão pelo futebol, é tão portista como eu”, insistiu, comparando com Mourinho: “Não era portista, nasceu em Setúbal numa altura em que ainda nem havia portistas em Setúbal”».

Fonte: Record

Cavaco pede “solidez, consistência e durabilidade” ao novo Governo

Cavaco Silva avisou ainda que o novo Governo vai enfrentar uma crise económica e financeira em que vão ser pedidos aos portugueses “os maiores sacrifícios desde que foi instaurada a democracia”. Por isso, aconselhou Pedro Passos Coelho a “compromissos alargados", além da coligação PSD-CDS em que assenta o Executivo.

Num discurso que se seguiu à tomada de posse de Pedro Passos Coelho como primeiro-ministro e dos seus onze ministros e secretários de Estado, Cavaco Silva pediu ao novo executivo que “enfrente de imediato e com determinação os grandes desafios que lhe são colocados no plano económico e social”, considerando que a sua principal missão será cumprir o memorando de entendimento com a troika, por ser esse o “caminho que melhor serve o interesse nacional nos próximos anos”.

Cavaco afirmou ainda que a posse de um Executivo com “apoio maioritário permite reunir as condições de governabilidade necessárias para um tempo que vai exigir grandes sacrifícios dos cidadãos e um enorme sentido de responsabilidade patriótica”.

Um dia depois do falhanço na eleição de Fernando Nobre para presidente da Assembleia da República, Cavaco Silva disse que competirá ao novo Executivo, “aos dirigentes dos dois partidos”, garantir que “a coligação governativa tenha solidez, consistência e durabilidade”. E acrescentou que “Portugal não está em condições de viver crises políticas consecutivas”, prometendo uma “cooperação activa” com o Governo. “Nunca faltei com a minha palavra e com a minha lealdade a um executivo”, assegurou.

O Presidente avisou ainda que o novo Executivo não se esgota apenas no cumprimento do programa de resgate da troika. Há outras preocupações, como “atenuar os elevados custos sociais” das medidas que vão ser tomadas. “É prioritário garantir uma repartição equilibrada dos sacrifícios e uma utilização muito criteriosa dos recursos públicos, com vista a ajudar os cidadãos efectivamente mais carenciados”, afirmou.

Sintonia entre Cavaco Silva e o novo primeiro-ministro existe quanto à impossibilidade de o país falhar. “Portugal não pode falhar”, afirmou Passos. “Não podemos falhar”, disse, por seu turno, Cavaco Silva, “sob pena de a situação [do país] se tornar economicamente irreversível e socialmente insustentável”.

Por Romana Borja-Santos, Nuno Simas
http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/cavaco-pede-solidez-consistencia-e-durabilidade-ao-novo-governo_1499616

Esquerda à deriva ( IV )

Rui Tavares abandona BE e passa a eurodeputado independente

Depois da guerra de palavras e acusações entre Rui Tavares e o líder do Bloco de Esquerda, o eurodeputado passa a independente e abandona o Bloco de Esquerda.
Numa nota à imprensa divulgada em Bruxelas, Rui Tavares, independente que havia sido eleito em 2009 para o Parlamento Europeu integrado nas listas do Bloco de Esquerda, diz que perdeu a «confiança pessoal e política no coordenador nacional» do partido, tornando-se assim «impossível» continuar integrado na delegação bloquista, pelo que passou à condição de independente integrado no grupo dos Verdes europeus.


O conflito entre Tavares e Louçã começou quando o coordenador do BE colocou uma mensagem no Facebook em que culpa Rui Tavares por ser fonte em duas notícias nas quais estava escrito que os quatro fundadores do Bloco foram Luís Fazenda, Miguel Portas, Francisco Louçã e Daniel Oliveira, quando ao invés deste último deveria estar o nome de Fernando Rosas. «Explicou depois o jornalista que tinha sido levado ao engano por uma informação de uma conversa com Rui Tavares», escreveu Louçã na mensagem.

Rui Tavares, eurodeputado pelo BE, reagiu com uma nota de imprensa na qual exige um pedido de desculpas a Louçã. «Como é evidente, nunca disse a qualquer jornalista, ou a qualquer pessoa, em privado ou em público, que Daniel Oliveira fosse um dos quatro fundadores do Bloco de Esquerda, e jamais omitiria o nome de Fernando Rosas para o substituir fosse por quem fosse».

SOL com Lusa

Um Bispo com 42 anos

El obispo Novell habla sobre su vocación, la familia, sexo y amor y las ideologías en la Iglesia

El prelado de Solsona vuelve a sorprender con sus respuestas llenas de espíritu evangélico y la audacia propia de quien vive y sueña con la nueva evangelización.

-Lo suyo con Cristo, ¿fue un flechazo?
-Me atraía su manera de vivir y me hice una propuesta: «De este, ¡yo me fío!».

-En esta sociedad laica, no se estila.
-Hoy no es noticia que en todas las Iglesias de España haya diez mil jóvenes que reciban al Espíritu Santo. Ni que un joven decida hacerse sacerdote, o ingresar en un convento.

-Sí son noticia los escándalos de abusos sexuales perpetrados por miembros de la Iglesia.
-No tiene interés que un perro muerda a un señor, y tiene interés mediático que un señor haya mordido a un perro. Dinámica de la hiperinformación.

-¿Hay ovejas descarriadas en el rebaño?
-Algunas. Todos, un poco, somos un poco descarriados y todos tenemos que volver cada día al redil, y renovar nuestra fidelidad a Cristo.

-¿Por qué hombre muerde a perro en la Iglesia?
-Eso no es una oveja descarriada. Eso es terrible. Un pastor, a quien el Señor le ha confiado una misión, se aprovecha para algo terrible: abusar de un niño. Eso es muy grave y tiene que ser extirpado de la Iglesia con toda claridad y contundencia.

-¿Vivimos con la muerte en los talones?
-Vivimos en una sociedad más de muerte que de vida. Catastrófica. Con una cantidad de abortos que hacen temblar. Se frivoliza sobre lo más sagrado: la vida. Vivimos heridos por el pecado.

-¿El pecado y el vicio han derrotado al amor?
-Hay gente que ama de un modo bellísimo, y matrimonios que son ejemplos de amor sincero. Pero es verdad también que se ha prostituido el amor de un modo tal que es difícil para un joven, hoy, llegar a comprender que el amor es algo realmente bello.

-¿Quién ha prostituido el amor?
-Hay una pulsión en el género humano, el deseo sexual, que si uno no lo humaniza pues es fácil que empiece por el derrotero de intentar descubrir qué es el placer venéreo, el placer sexual, y que le sepa a poco porque, en el fondo, el placer sexual, cuando no va unido al amor verdadero, siempre deja como vacío. El primer día quizás, no sé, debe ser cosa extraordinaria, pero por lo que he escuchado, me han contado, me han explicado, eso deriva a probar otras cosas porque no llena. Lo sexual habla del amor, y sin amor lo sexual queda como vacío.

-¿Quién destruye la familia?
-Una sociedad de libertad a ultranza sin objetivo. El querer «ser libre y hacer lo que me da la gana».

-¿El celibato es una gracia y una bendición?
-Así lo vivo, así lo he visto en tantísimos compañeros y sacerdotes mayores, que me han precedido. El celibato religioso o sacerdotal en la iglesia latina es, en gran parte, lo que explica la capacidad misionera inmensa, y también explica que la iglesia ortodoxa se haya quedado estancada y en recesión muy fuerte en sus mismos países de origen.

-¿Los ortodoxos viven como rajás?
-Una chica rumana me dijo: «Los curas en Rumanía, ¡qué gorrones! Las mejores casas, cochazos... ¿Por qué?». Le dije que cuando se tienen que mantener tres o cuatro hijos hay que «recoger» para no pillarse los dedos. «¿Quieres casarte?, pues paga tanto, ¿quiéres que te bendiga la casa?, pues paga tanto...». En cambio, el sacerdocio celibatario da una libertad y una pobreza, que permite la presentación de una Iglesia mucho más evangélica.

-¿Qué ideología tiene la Iglesia?
-Ninguna. Custodia a una persona que es capaz de cambiar los corazones de la gente.

-¿Qué sintió cuando unos chicos a los que usted les dio catequesis le invitaron a conocer su casa?
-Una gran tristeza. Tras recibir la confirmación, esos chicos no habían cambiado nada, y de un modo obsceno y provocador me desafiaban mostrándome un antro cutre donde insinuaban que allí tenían sus primeras experiencias sexuales.

-¿Cuál es el futuro de esa generación?
-El trabajo educa. Y las experiencias verdaderas de amor. Me temo que muchos se quedarán en la cuneta. El único que tiene solución verdadera es Cristo.

Ingeniero de la Iglesia
Xavier Novell i Gomà (Montfalcó d´Agramunt, 1969) es el prelado más joven de España. Ingeniero técnico agrícola, fue ordenado sacerdote en 1997 y trabajó como docente en la Facultad de Teología de Cataluña. Doctor en Teología por la Universidad Gregoriana de Roma, desde diciembre de 2010 está al frente de la diócesis de Solsona. En «Carta a los jóvenes» (Espasa) invita a avanzar hacia una vida creyente con la aspiración de despertar en quienes no creen el interés por la propuesta cristiana. Lleva veinte años trabajando con los jóvenes.

http://www.religionenlibertad.com/articulo.asp?idarticulo=16138

PSD vai propor Assunção Esteves à presidência da AR

Assunção Esteves é a nova candidata do PSD para a presidência da Assembleia da República, depois de ontem o nome de Fernando Nobre ter sido chumbado por duas vezes, adianta o Público.

Assunção Esteves já foi eurodeputada e juíza do Tribunal Constitucional, tendo sido eleita deputada pelo círculo eleitoral de Lisboa.

Se for eleita, Assunção Esteves será a primeira mulher a desempenhar o cargo.


O PSD viu-se obrigado a apresentar outro candidato depois de Fernando Nobre ter sido ontem vetado por duas vezes, não reunindo votos sificientes para ser eleito.

http://www.abola.pt/mundos/ver.aspx?id=270532, 21-06-2011

Nuno Crato

Mais exames nacionais. O novo ministro da Educação, do Ensino Superior e da Ciência considera que os professores devem ser avaliados com base na evolução dos resultados dos alunos nos exames nacionais, propondo por isso a realização destas provas no final de todos os ciclos de ensino. Esta foi uma das ideias defendidas por Nuno Crato no Fórum Portugal de Verdade, organizado pelo PSD em 2009.

Crato defende que os professores devem ser “avaliados com base nos resultados” dos alunos e criticou repetidamente o facilitismo nos exames nacionais. “Só há uma maneira de fazer isto que não signifique inflação nas notas. Uma avaliação externa” das provas, afirmou.

O novo ministro defende também mudanças na estrutura do Ministério da Educação, com a extinção, por exemplo, do GAVE (Gabinete de Avaliação Educacional), tornando-o um gabinete independente. Nuno Crato sugere que poderá ser tutelado por uma empresa privada, à semelhança do que acontece nos EUA, ou por uma universidade, como em Inglaterra. “Não são precisos muitos decretos para fazer isto, não é preciso muita coisa. É preciso um ministro que tenha a coragem de chegar e dizer ‘o gabinete de avaliação educativa está encerrado’”, assegurava o novo ministro no mesmo fórum.

Os programas escolares não devem ser feitos pelo Ministério da Educação, acredita ainda Nuno Crato, que diz que o ministério só deve dar indicações-padrão: objectivos concretos relativos ao que cada aluno deve ficar a saber no final de cada ciclo. O ministro defende uma maior autonomia das escolas e acredita que o ministério não pode ter “a educação como sua pertença”. A passagem para as aulas de 90 minutos foi dada como exemplo por Crato, que defende que os horários escolares devem ser geridos pelas próprias escolas: “Não percebo como nenhum partido disse ‘o que é que o Ministério da Educação tem a ver com isso?’”.

A formação de novos professores é uma aposta “fundamental”, segundo o novo governante, que defende um exame de acesso à profissão. Matemático e professor universitário, Nuno Crato tem para já “expectativas positivas”por parte do Sindicato Nacional do Ensino Superior e as reticências da Fenprof: “Não é um nome que nos descanse”, afirmou ao i o secretário-geral, Mário Nogueira.

http://www.ionline.pt/conteudo/131471-o-que-pensavam-os-novos-ministros-quando-nao-sabiam-do-futuro

Paulo Macedo

Do conjunto de independentes do novo elenco, é o que menos divulgou o que pensa sobre o sector que vai tutelar. Sabe--se apenas que o ex-homem forte dos impostos, e que foi administrador da seguradora Médis, quer que os portugueses deduzam menos despesas de saúde em sede de IRS. Defendeu-o em Fevereiro numa conferência na Universidade Católica. Para um aumento da receita fiscal, Macedo propunha uma redução dos benefícios fiscais e das deduções. Mas essa será uma tarefa nas mãos do ministro das Finanças e que está prevista no acordo com a troika. A diminuição das deduções em saúde foi um dos cavalos de batalha de Passos Coelho nas negociações com o governo para a aprovação do Orçamento de 2010.
Sendo um homem de números, Macedo tem apresentado mais propostas relacionadas com as Finanças. Para pôr a casa em ordem aconselhou uma prestação de contas por ministério, fazendo depender o aumento da competitividade da redução de custos com pessoal e juros.

http://www.ionline.pt/conteudo/131471-o-que-pensavam-os-novos-ministros-quando-nao-sabiam-do-futuro

Vitor Gaspar

Vítor Gaspar é o principal ministro do governo PSD/CDS – e aquele sobre o qual os portugueses menos sabem. É um economista e académico puro, cuja carreira de duas décadas teve um objectivo central: o euro. Ohomem que tem por missão cumprir a mais dura consolidação orçamental para evitar o risco de uma saída forçada de Portugal da moeda única é um defensor radical da mesma – é, na Europa, dos economistas mais comprometidos com o projecto.

“Com uma carreira à volta da integração monetária europeia eu não reclamo um ponto de vista de espectador imparcial”, disse há um ano numa intervenção no Porto, citada pelo blogue Massa Monetária. “Recentemente fiz um discurso na Reserva Federal de Dallas com o título ‘A segunda década do euro: o sucesso continua!’ O organizador estava bem ciente da minha parcialidade.”

O agora ministro acompanhou as negociações portuguesas no âmbito do Tratado de Maastricht, criou e liderou o departamento de investigação do Banco Central Europeu e liderou o grupo de conselheiros económicos do Presidente da Comissão Europeia. (Vítor Gaspar não foi reconduzido no cargo no segundo mandato de Durão Barroso por ter sido considerado demasiado teórico, apurou o i – a recomendação terá vindo de António Nogueira Leite e não de Barroso).

O percurso de Portugal com a moeda a que o novo ministro das Finanças dedicou a carreira tem sido muito difícil. O novo ministro das Finanças reconheceu isso mesmo há cerca de um ano na apresentação de um livro publicado pelo Banco de Portugal. Vítor Gaspar, tal como o seu colega na pasta da Economia (ver texto ao lado), reconhece o desequilíbrio orçamental português, mas enquadra-o num contexto mais amplo. Nessa mesma apresentação – feita com rigor e subtil sentido de humor – Gaspar deu a sua opinião sobre os maiores desafios da economia portuguesa: “Crescimento da produtividade e competitividade”, “crescimento sustentado e criação de emprego”, “correcção dos desequilíbrios macroeconómicos fundamentais” e “reforço e generalização da concorrência e transformação da estrutura produtiva”. Muitas destas áreas são da responsabilidade de Álvaro Santos Pereira, que tem uma visão semelhante dos problemas – resta saber qual a opinião de Gaspar sobre a reestruturação de dívida (mal encarada pelo BCE, onde Gaspar tem um percurso significativo), vista como inevitável pelo seu novo colega. Certo é que ambos os ministros são uma opção coerente com o rigor e a agenda liberal impostas pelo programa da troika: defensores de mais concorrência, mais flexibilidade no trabalho e maior responsabilização individual.

Como defensor do euro, Vítor Gaspar tem apontado para a necessidade do reforço da regulação e supervisão financeira (tarefas nas mãos de Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, que declinou o convite para as Finanças). Com este perfil é de esperar que o novo ministro das Finanças cumpra e aprofunde os mecanismos de transparência das contas públicas em Portugal. A dúvida? Se o teórico do euro será capaz de suportar a enorme pressão política da pasta das Finanças.

http://www.ionline.pt/conteudo/131471-o-que-pensavam-os-novos-ministros-quando-nao-sabiam-do-futuro

Santos Pereira

Álvaro Santos Pereira é um dos ministros menos conhecidos pelos portugueses – mas é o que mais claramente publicou em livros e blogues a sua opinião sobre aspectos-chave da pasta que irá liderar, a Economia. O novo ministro é uma escolha coerente com o programa liberal da troika, embora se distinga por algumas diferenças de opinião importantes, como a reestruturação da dívida ou a subida da carga fiscal.

Santos Pereira tem a dura tarefa de relançar o crescimento da economia, mas já admitiu que isso será difícil de conciliar com o pagamento integral da dívida pública. “O livro [“Portugal na Hora da Verdade”, publicado há um mês] mostra que as dívidas da economia nacional são de tal forma elevadas que será muito difícil evitar uma reestruturação a curto ou médio prazo”, afirmou ao “Expresso”. “Porém, tal reestruturação tem de ser devidamente negociada com os nossos credores e parceiros europeus e não deve ser feita de forma menos civilizada, como aconteceu em 1892.”

O novo ministro terá de trabalhar em articulação com as Finanças e deverá pressionar para cortes suplementares de despesa que permitam reduções dos impostos. “Espero bem que o próximo governo consiga renegociar [com a troika] o aumento de impostos sobre as famílias e as empresas”, afirmou há semanas em entrevista à Antena 1. A sua preferência vai para a dieta no Estado, onde recomenda uma redução drástica, por exemplo, do número de entidades públicas (“entre 30% e 50%”, disse à TVI24).
Para crescer defende que a desvalorização fiscal (corte na taxa social única) é das medidas mais importantes – também aqui quer uma descida “drástica, entre 10 e 15 pontos” da taxa (mais em linha com o FMI que com o PSD, que tem falado de 4 pontos), compensada com cortes na despesa e subida do IVA (“as taxas reduzidas devem subir”).

Também inevitáveis são as privatizações – na pasta da Economia e Obras Públicas terá nas mãos a TAP e os CTT –, embora admita que “há o risco de vender a preços de saldo” nesta altura. Sobre a Caixa Geral de Depósitos admitiu ao “Jornal de Negócios” que “a médio ou longo prazo, faz sentido equacionar uma privatização total da CGD”. O ministro é muito crítico da opção pelas parcerias público-privadas, várias das quais nos transportes, área sua.

http://www.ionline.pt/conteudo/131471-o-que-pensavam-os-novos-ministros-quando-nao-sabiam-do-futuro

«Estranho dia o de ontem»

«Houve surpresa quando se viu Passos Coelho a insistir em Fernando Nobre. Não tanto por este ser bom ou mau para o cargo a que se candidatava, mas pela forte probabilidade daquilo poder dar para o torto.

«Ora, se podia dar para o torto, por que não procurar soluções alternativas? Neste assunto, eleição do presidente da Assembleia da República, o PSD tinha duas hipóteses: 1) insistir em Fernando Nobre, com o risco de não o eleger; e 2) arranjar outro candidato, como solução seguramente ganhadora: juntos, o PSD e o CDS têm 132 deputados, mais 16 do mínimo necessário para a eleição de um presidente de AR, vantagem confortável mesmo quando o voto é secreto.

«Mas, não, o PSD foi pela hipótese 1), arriscando-se à derrota que aconteceu. Há duas interpretações para a insistência. Perder aquela eleição era irrelevante; perde-se Nobre, vai-se para outro candidato e, dessa vez, junto ao CDS, ganha-se... Mas fica a dúvida: não se prejudicou, entretanto, a dinâmica de que o novo Governo precisa? A segunda interpretação: o PSD insistiu porque dera a palavra antes. Mas não valia mais contornar uma hipótese tão arriscada?

«"A habilidade em política consiste em dizer o que vai acontecer. E, de seguida, a habilidade de explicar porque é que tal não aconteceu..." A frase é cínica, mas é de alguém que merece ser ouvido e, aliás, tem admiradores no novo Governo: Winston Churchill.»

por FERREIRA FERNANDES
Hoje, http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1884102&seccao=Ferreira%20Fernandes&tag=Opini%E3o%20-%20Em%20Foco

segunda-feira, 20 de junho de 2011

«Uma história portuguesa»

«Numa altura em que Pedro Passos Coelho e Paulo Portas se preparam para pedir ao país sacrifícios sem precedente, deviam olhar de quando em quando para esse mesmo país como ele na realidade é. E o que é não anima ninguém. Há uma história, em particular, que merecia meditação. O Centro de Estudos Judiciários (o CEJ), que foi fundado para formar juízes (que são um poder soberano) e magistrados do Magistério Público, descobriu que 137 candidatos tinham copiado num exame. Isto, que em outro qualquer sítio do mundo arrastaria a condenação e a vergonha de uma escola primária, não pareceu comover particularmente os directores do CEJ. Depois de maduras reflexões, chegaram estes cavalheiros à conclusão que a melhor saída para um embaraço tão comprometedor era "passar" os 137 prevaricantes com dez. Não queriam, segundo consta, que eles por acaso ganhassem fama de "malandros".

«Se Portugal se levasse a sério, como o levam a sério na oratória patriótica, outras soluções seriam evidentes. Na medida em que, para qualquer pessoa de carácter, copiar num exame constitui um roubo e uma fraude, o CEJ estava estritamente obrigado a promover a respectiva expulsão e a garantir que nenhum deles jamais poria um pé num tribunal. Mas, se a benevolência prevalecesse, como costuma prevalecer em Portugal, a repetição do exame, como propôs Boaventura Sousa Santos, presidente do Observatório da Justiça (bem gostava de saber o que por lá se observa), sempre abria uma escapatória, se não muito digna, pelo menos discreta. Infelizmente, até agora, a CEJ não marcou um novo exame. Espera por quê?

«Espera, como é óbvio, que o mundo inteiro se pronuncie. Alguns dos 137 "copiadores" já disseram que as circunstâncias (a informalidade da ocasião, a conversa livre e a "ausência de acompanhamento da prova") convidavam à cópia. A Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), condenando o incidente, exige explicações pormenorizadas de um acto manifestamente sem explicação ou desculpa. Como, de resto, o Sindicato dos Magistrados do Magistério Público, para o qual a nota única (o célebre 10) "mancha a honra de todos" (e, de facto, não "mancha"?). O caso entretanto subiu ao Conselho Superior de Magistratura e chegou ontem ao Supremo Tribunal de Justiça. Não se consegue imaginar maior complicação para um caso tão simples. Pedro Passos Coelho e Paulo Portas começam hoje a reformar o irreformável.»

Vasco Pulido Valente
Público 18/6/2011

«Um governo é sempre um ovo Kinder»

«Não há muito tempo, um ex- -ministro de Durão Barroso, Nuno Morais Sarmento, a quem não é atribuída qualquer espécie de amizade e contemporização com Pedro Passos Coelho, menorizava as capacidades de liderança do primeiro-ministro indigitado, afirmando que Pedro Passos Coelho ainda era um "ovo Kinder". E de facto era. E é. Conseguiu o que muitos, mesmo no seu partido, julgaram impossível quase até à última hora - ser eleito primeiro-ministro com uma maioria confortável -, mas isto não faz dele, instantaneamente, um primeiro-ministro fantástico. Sobre as suas capacidades no cargo, continua tão ovo Kinder como antes. É a primeira vez, vai experimentar, vai ser testado num período terrível da vida nacional, tem de governar em coligação com um homem que o considera muito inferior a si próprio (Paulo Portas) e, no cenário catastrófico da Europa, ele pode ser um génio e correr tudo muito mal.

«Não é só Passos que é um ovo Kinder; em geral todos os governos são ovos Kinder. Este, ao ser constituído, na sua maioria, por estreantes, faz com que as dúvidas sobre as suas capacidades sejam ainda mais naturais. Isto para o bem (existe sempre um estado de graça no desconhecimento) e para o mal (as críticas imediatas que a falta de currículo numa altura destas suscita logo às primeiras). Muitos estreantes serão seguramente muito melhores do que alguns poços de experiência, mas só se percebe que brinde vem dentro do Kinder depois de o partir.

«Dito isto, resta saber como o novo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, vai gerir a pasta sob tutela exterior e qual é a sua verdadeira relação com o primeiro-ministro, essencial para que a coisa funcione. Espantosamente, numa altura decisiva da vida nacional, em que os apelos à participação dos "melhores" se propagam, dois dos "melhores" de Passos Coelho, Eduardo Catroga e Vítor Bento, resolveram dizer que não.

«Há boas notícias, no entanto. Assunção Cristas também não percebia muito de macroeconomia antes de se ter tornado a deputada-revelação da última legislatura como porta-voz das Finanças do CDS - supõe-se que utilizará a mesma aplicação no Ambiente e na Agricultura. Nuno Crato tem passado os últimos anos a discorrer sobre políticas de educação - tem agora a sua hora. Paula Teixeira da Cruz é, na realidade, a pessoa que no PSD mais tem pensado sobre justiça desde o tempo da liderança de Marques Mendes - bem-vinda à acção.

«A saúde precisa de um bom gestor e Paulo Macedo poderá cumprir a tarefa - se não deitar fora o menino (os cortes a que está obrigado pela troika) com a água do banho, o Serviço Nacional de Saúde decente a que os portugueses se habituaram nos últimos 15 anos. Francisco José Viegas e Carlos Moedas são do melhor que o PSD conseguiu ir buscar nos últimos tempos. De resto, Aguiar-Branco será um competente ministro da Defesa e Portas um satisfeito MNE. O chocolate do Kinder é, pelo menos, aceitável.»

por Ana Sá Lopes,
Publicado no "i" em 18 de Junho de 2011

domingo, 19 de junho de 2011

Tesouros do meu baú


Volker Hartung & Cologne New Philharmonic
Tchaikovsky Nutcracker Suite nº 3 'Sugar Plum Fairy'

Acusado de conduzir bêbado e a fazer sexo no banco traseiro


« Um norte-americano está a ser acusado de ter provocado um acidente de viação numa via rápida do estado da Virgínia (EUA) quando o seu automóvel seguia a 85 milhas (137 quilómetros) por hora e estaria alcoolizado e a fazer sexo com uma mulher no banco traseiro».


Ora aí está uma acusação que devia passar a louvor. Eu imagino o que deve ser conduzir bêbado a 140 km/h. E nem faço ideia do que será conduzir a essa velocidade sentado no banco de trás a fazer sexo. Ora juntar as duas coisas, bêbado e a fazer sexo numa autoestrada a 140 km/h. Este gajo é o meu herói.
Então se ia a conduzir um Lamborghini...

Fonte: Correio da Manhã

Portugal conquista quatro medalhas nos Europeus de canoagem

Resultados das tripulações de Portugal nos Europeus de Belgrado

200 metros
K1 Teresa Portela – MEDALHA DE BRONZE.
K2 Leonel Correia/Filipe Duarte – meias-finais.
K2 Beatriz Gomes/Joana Vasconcelos – 7.º
C1 Hélder Silva – 6.º

500 metros
K1 Teresa Portela – 5.º
K2 João Ribeiro/Emanuel Silva – MEDALHA DE BRONZE
K2 Joana Sousa/Inês Esteves – meias-finais
K4 Helena Rodrigues/Teresa Portela/Joana Vasconcelos/Beatriz Gomes – 4.º
C1 Hélder Silva – 7.º

1.000 metros
K1 Fernando Pimenta – MEDALHA DE BRONZE
K2 Joana Sousa/Inês Esteves -7.º
K4 Fernando Pimenta/João Ribeiro/Emanuel Silva/David Fernandes – MEDALHA DE OURO.

5.000 metros
K1 Fernando Pimenta – desclassificado
K1 Joana Sousa – 11.º


Fonte: Publico 

sábado, 18 de junho de 2011

19º Governo Constitucional da Republica Portuguesa


Não me vou deter em grandes considerações sobre os ministros que compõem o governo que saiu das eleições de 5 de Junho. Está aqui, é este e tem uma longa luta pela frente.

Uma única nota para memória futura: nunca Portugal precisou tanto de um governo competente, sério, eficaz, destemido e merecedor do voto de confiança dado por mais de 50% dos eleitores nestas eleições. Nunca os portugueses precisaram tanto de acreditar nos políticos. Nunca tivemos um governo tão jovem em quem depositamos os destinos e futuro de todos. Cá estarei, cá estaremos os portugueses, para zelar que cumpram o que prometeram. E o que Portugal acordou com o BCE/CE/FMI.

Finalmente e para terminar, mesmo ainda antes de serem empossados. OBRIGADO.
Obrigado pela coragem de assumir um risco que sei ser grande, obrigado por travar esta batalha que não duvida seja sangrenta, obrigado pois vão assumir e sofrer por uma culpa que sei não ser vossa. 
É muito mais do que alguém pode pedir a alguém.
OBRIGADO e mãos ao trabalho. 
Boa sorte.

VIVA PORTUGAL.

Fonte: Publico

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Brevemente cá no burgo.

(clique para aumentar)


Compatibilidade Canina

Hoje em dia há várias critérios para escolher qualquer tipo de bem ou produto; ou é por simples gosto pessoal, ou por influência de terceiros, ou simplesmente por que está na moda. Mas, pode-se somar ainda mais critérios, nomeadamente, a compatibilidade. Este último critério já se estende à escolha do fiel amigo, o cão.

Existe agora um site - http://www.doggelganger.co.nz/ - que analisa os traços fisionómicos da pessoas, e mediante as suas características cruza-as com os feições dos caninos atribuindo uma percentagem de compatibilidade.

Eu já testei, e eis o canino que mais se assemelha comigo:

Nota: Este site destina-se à adopção de cães e não à sua compra.


quarta-feira, 15 de junho de 2011

Polémicas locais

Alameda D. António Ribeiro

Um dos "casos" de que se fala muito em Braga por estes dias, tem sido o facto de uma empresa privada Lokal Livre Lda., propriedade do filho do actual presidente da câmara, estar a explorar comercialmente um espaço publico, encerrando uma vez por semana a referida alameda cobrando para o acesso a quantia de 5 Euros. Este corte será efectuado nos dias em que se realizam espectáculos no referido espaço, e está limitado a todas as regras em vigor para o efeito, inclusive o controle de ruído dos espectáculos, que está dependente de uma licença atribuída semanalmente.

Todos sabemos que o facto de este assunto ser factor de maior discussão e indignação publica se deve ao facto de ser o filho presidente da câmara a ser mais uma vez o beneficiário directo desta autorização camarária. Lembro no entanto, que esta iniciativa recebeu o apoio unânime da vereação da câmara com a abstenção do próprio presidente. E todos temos presente o mais recente episódio, a da construção de uma infraestrutura  de raiz pelo café Astória que funcionava como bar autónomo, num espaço publico da Praça da Republica, e sem qualquer licenciamento para o efeito. Estrutura essa que já foi removida.

Vamos agora aos factos conhecidos e mais discutidos. Primeiro, o facto de se efectuar um corte de uma via publica para a realização de espectáculos, cujas receitas revertem directamente para uma entidade privada. Relativamente a este assunto, nada me escandaliza, como o não faz o facto de ser encerrada o acesso da S. Marta e outros envolventes para a realização da Rampa da Falperra, que embora não cobre entradas, aufere das verbas provenientes de publicidade, alguns espaços comerciais, transmissões televisivas, etc, etc. E este é apenas um exemplo. Como é a ocupação de espaços públicos das famosas "barracas" de S. João, quando devidamente legalizadas. Os exemplos são imensos.

Existe ainda o factor ruído. Muitos moradores queixam-se que o ruído lhes perturba o descanso a que têm direito. Pelas informações que possuo, foi atribuída à empresa uma licença de renovação semanal, condicionada ao cumprimento das normas legais em vigor para a realização de espectáculos publico, nomeadamente o do ruído. Logo, quando não cumprido, qualquer pessoa que se sinta prejudicada pode accionar os meios legais para a imposição do cumprimento desta normas.

Relativamente ao licenciamentos dos espectáculos, da ocupação de espaço publico e todas as outras inerentes, pelo que sei tudo se encontra devidamente legalizado e que todas as normas estão aplicadas e a ser cumpridas. Apenas foi concebida a gratuitidade do espaço ocupado por um palco na referida alameda.
Por isso, independentemente de se tratar do filho do presidente da câmara, nada me ocorre dizer a não ser que se algo falhar deve ser obrigado a cumprir como qualquer outra pessoa/entidade.

Gostava de relembrar que por mais do que uma ocasião esta zona foi referida como sendo perigosa, principalmente a partir de determinadas horas, quer por ser local da prática de prostituição, toxicodependência e pela criminalidade associada a estas actividades. Não era por isso um local de atravessamento recomendado a partir de determinadas horas da noite. Era até local a evitar. Esta solução veio pelo menos garantir que durante o período em que vigorar o espaço terá ocupação sim, mas uma que não cause embaraços nem levante questões de segurança aos cidadãos.

Até ontem, todas a informação que tive acesso, eram todas de fonte jornalística, umas mais tendenciosas do que outras, e o que podemos ouvir sobre o assunto em qualquer esplanada enquanto tomamos um café, e sabemos bem que quem conta um conto acrescenta um ponto.

Esperei por isso por informações de uma fonte que considero acima de todas e quaisquer duvidas.
Depois de ler no blogue Juntos por Braga do Ricardo Rio este artigo, fiquei então seguro de que a minha opinião estava correcta. E até ver, será esta que defenderei.

Nota: claro que falta aqui uma nota de encerramento. Será que se fosse o nosso leitor, simples anónimo e cidadão bracarense, a querer montar este negócio, nestas condições e no mesmo local o conseguiria. Duvido sinceramente. E não estou a falar do aspecto económico envolvido, até pela compra de todos (ou quase) os espaços do local em questão. Não acho que eu, você, ou outro cidadão tivéssemos essa oportunidade. Logo, é bom ser filho do presidente da câmara de Braga.

Fontes: Blogue Juntos por Braga, Correio do Minho, Diário do Minho

segunda-feira, 13 de junho de 2011

«Onze notas sobre as eleições e o futuro»

«O primeiro aspecto que me chocou nestas eleições foi ver comentadores que ao longo de semanas tinham andado a ‘explicar’ as razões por que o PS e o PSD estavam tecnicamente empatados nas sondagens ‘explicarem’, com o mesmo à-vontade, as razões pelas quais o PSD tinha vencido com 11 pontos de diferença. As mesmas pessoas que há uns dias enfatizavam os ‘tiros no pé’ de Passos Coelho descreviam agora as razões que estavam na base do seu brilharete.
Que desfaçatez!

«Os comentadores ainda não perceberam que não devem comentar sondagens, para não terem de dizer amanhã o contrário do que disseram ontem?

«O segundo aspecto tem que ver com o resultado do PSD. Esse valor foi empolado pela bipolarização que Passos Coelho forçou com Sócrates e pelo voto útil que ‘migrou’ nos últimos dias do CDS para o PSD.

«Passos Coelho, ao contrário do que muita gente disse, fez muito bem em afirmar categoricamente que nunca faria Governo com o PS. Essa afirmação contribuiu para separar bem as águas, diferenciando o PSD do PS e forçando os eleitores a definirem-se. Foi esta a primeira razão para o bom resultado que alcançou. A segunda foi a vitória clara sobre Sócrates no frente-a-frente televisivo. A terceira foi o medo de muitos eleitores tentados a votar no CDS mas que, no último momento, fizeram agulha para o PSD, receando que o voto em Portas acabasse por desembocar numa vitória eleitoral do PS.

«O CDS foi, pois, muito penalizado pelo voto útil no PSD. Conheço várias pessoas que estavam inclinadas a votar CDS mas que acabaram por votar PSD para derrotar Sócrates.

«A boa performance de Portas e vários erros do PSD na pré-campanha chegaram a colocar o CDS no patamar dos 15%, mas este valor esfumou-se na recta final pelas razões apontadas.

«A derrota do PS era porventura inevitável, mas foi agravada pela má prestação de Sócrates nos momentos decisivos: derrota no frente-a-frente com Passos Coelho e desorientação total na última semana de campanha, quando percebeu que não podia ganhar. Aí perdeu a compostura, deixou de falar como primeiro-ministro, concentrou-se demais em Passos Coelho e chegou ao ponto de disparar sobre a troika! Foi patético ver o chefe do Governo que tinha acabado de negociar o acordo com o FMI e a UE dizer aos gritos: «Não é a troika que governa Portugal, são os portugueses!». Parecia o líder de um partido radical, transmitindo a ideia de já ter dado as eleições como perdidas.

«O outro partido derrotado foi o BE, com naturalidade. A crise económica beneficiaria sempre o PCP, dada a sua implantação operária. Perante o fantasma de medidas duras, os trabalhadores sabem que quem os pode proteger é o PCP e não o BE. Por outro lado, as ‘causas’ que celebrizaram o BE (aborto, casamentos gay, etc.) foram assumidas pelo PS e estão adquiridas. O papel do BE esgotou-se. A única forma de ter algum futuro seria tornar-se um partido de Governo, proporcionando coligações de esquerda com o PS. Mas o BE seguiu outro caminho, recusando encontrar-se com a troika e assumindo-se como um mero partido de protesto, condenando-se a uma votação residual.

«Ao contrário do que alguns ainda defendem, o único Governo possível era (é) uma coligação PSD-CDS. O PS não poderia integrar o futuro Governo. Estas eleições eram uma escolha entre a continuidade e a mudança – e ganhou a mudança. As eleições separaram bem as águas, e seria traiçoeiro voltar a juntá-las depois das eleições.

«O próximo Governo precisa de três coisas: ser determinado, corajoso e célere a decidir. Ora, se o PS integrasse o Executivo, este não poderia ser nada disso. Seria uma força de bloqueio. Acresce que, se o PS fosse para o Governo, estaria sempre com um pé dentro e outro fora – porque quereria capitalizar o descontentamento. Seria, portanto, um factor de enfraquecimento do Executivo, um cavalo de Tróia. E impediria a limpeza que é necessário fazer no aparelho de Estado: sempre que um boy fosse afastado, o PS começaria a falar de ‘saneamentos políticos’.

«Àqueles que defenderam ou ainda defendem esta ideia eu pergunto: alguém no seu perfeito juízo diria que, nos EUA, republicanos e democratas deveriam juntar-se para formar um Executivo forte?

«PSD e PS são feitos para liderar alternativas e não para se juntarem.

«É preciso afastar o fantasma de que a agitação social pode bloquear as reformas. Estamos em democracia. O que vale é o voto. Se um Governo com maioria superior a 50% não conseguir governar, então estamos numa situação pré-insurreccional. É evidente que certas reformas terão sempre a oposição dos sindicatos. Mas sem isso não haverá reformas. O estranho é que não haja protestos nas ruas – isso significaria não se estar a fazer nada.

«De qualquer modo, o próximo Governo deve avançar depressa, aproveitando um certo atordoamento da esquerda decorrente da derrota eleitoral. Há toda a vantagem em acelerar as reformas mais polémicas, não esperando mesmo nalguns casos pelos prazos da troika.

«Ao contrário do que muitos defendem, as medidas de austeridade têm de ser suportadas sobretudo pela classe média, que tem condições para apertar o cinto. As empresas não devem ser afectadas, porque são elas que geram riqueza e criam emprego. E as pessoas que estão em dificuldades também não têm mais margem para sacrifícios.

«Aliás, uma das grandes vantagens da presença do CDS no Governo são as suas preocupações sociais – com os desempregados, com os pensionistas, com os desvalidos –, inspiradas na Doutrina Social da Igreja. O bom resultado obtido pelo CDS em Setúbal mostra que esta ideia foi percepcionada.

«Para o próximo Governo poder ter sucesso, Passos Coelho e Portas terão de interiorizar o seguinte: se se enredarem em jogos partidários, em equilibrismos, em compromissos, em tentativas de agradar aos militantes, preocupando-se em distribuir cargos e colocar os boys, estarão aniquilados.

«Só os verdadeiros reformistas, os que têm coragem de enfrentar os interesses, de cortar a direito, de romper barreiras, podem ter sucesso.

«É essa a grande responsabilidade que pesa hoje sobre Passos Coelho e Paulo Portas.

«Como nota final, diga-se que este resultado não podia ‘servir’ melhor Cavaco Silva. Pediu uma maioria sólida para o Governo, e tem uma maioria sólida (57% dos deputados). Pediu uma clarificação política, e teve uma clarificação política. Tudo o que disse e fez, incluindo a decisão de dissolver a Assembleia, teve uma resposta positiva nas urnas – já que as eleições mostraram que o país ansiava por uma mudança.»

por José António Saraiva,
jas@sol.pt; 13.6.2011

quinta-feira, 9 de junho de 2011

"Recuso-me a esperar que o Governo caia de podre", diz Seguro

António José Seguro frisou hoje que se candidata a secretário-geral do PS "por vontade própria", num discurso em que recusou uma oposição "bota abaixo", mas também a passividade de esperar que o Governo caia de podre.

Ao contrário da sessão de apresentação da candidatura de Francisco Assis, que quarta-feira apareceu sozinho na sede nacional do PS, António José Seguro teve a presença de largas dezenas de militantes, na sua maioria anónimos e em que apenas estavam dois secretários de Estado dos executivos de José Sócrates: António Braga e José Junqueiro.
"Somos o principal partido da oposição, somos a alternativa, comigo não contem para ficar à espera que o próximo Governo apodreça para tomar o seu lugar. Sempre fui e sou contra os rotativismos", declarou António José Seguro, ex-ministro de António Guterres, na sessão de apresentação da sua candidatura à liderança do PS.

"Apresento-me com toda a minha força"

Seguro começou por dirigir palavras com carga emotiva aos seus apoiantes. O estilo foi este: "Ao ver as vossas caras felizes e cheias de esperança, essa emoção está reforçada: Sim, é verdade sou candidato à liderança do nosso partido", declarou nas suas primeiras palavras, recebendo uma prolongada salva de palmas.

Depois, deixou uma referência indireta sobre os últimos episódios na vida interna do PS.

"Sou candidato por vontade própria, apresento-me com toda a minha força", declarou, antes de também se demarcar de estratégias calculistas para chegar à liderança do PS.


"Este é o tempo certo para estar na política por causas"

"Alguns, em minha defesa pessoal, tentaram convencer-me para não me candidatar, dizendo que quem vem agora é para queimar, que era melhor deixar ir outro e para me guardar para mais tarde. Não concordo: Este é o tempo certo para quem está na política com convicções e por causas", disse, recebendo nova salva de palmas.

Numa introdução sobre as razões da sua candidatura que durou mais de 30 minutos, António José Seguro explicou como entende o papel do PS na oposição.

"Defendo uma relação sadia com o próximo Governo, não aposto no bota-abaixo nem no negativismo - e oxalá os restantes partidos saibam entender e abram-se sem tabus a novos diálogos e a novos compromissos. Vamos assumirmos com alternativa, desde já com propostas findo este ciclo de debate interno, queremos fazer parte da solução e não do problema", declarou.

http://aeiou.expresso.pt/seguro-formaliza-candidatura-a-lideranca-do-ps=f654714

'Passos foi o 1.º político a ganhar eleições dizendo o que pensa'

Quando teve a percepção de que Passos Coelho ia ganhar as eleições?

Estivemos sempre em vantagem. Mas nos últimos dez dias tínhamos mais segurança e os ataques também aumentaram. O debate entre Passos Coelho e Sócrates surpreendeu em todos os sentidos, tanto o eleitor como o adversário. Sócrates estava habituado a dominar e a falar só do que quer e ficou algumas vezes sem reacção. Foi muito importante para conquistar a confiança das pessoas.

Quais as principais diferenças entre esta campanha e as do Brasil?

A lógica de campanha é completamente diferente. No Brasil, temos os tempos de antena com uma regularidade que vai desde 15 de Agosto até 30 de Setembro, dia sim, dia não. E o embate dá-se muito mais nos tempos de antena e nos ‘comerciais’ do que no ‘free media’, como vocês funcionam aqui em Portugal. As televisões, as rádios, os jornais…

Qual foi a maior dificuldade?

Trabalhar o dia-a-dia da ‘free media’. Porque aqui faz-se parte de uma campanha ao vivo, uma campanha em directo. É diferente do Brasil, onde se consegue produzir uma mensagem mais fechada. Não tem essa sobreexposição. E também há os debates, mas com regras muito definidas, tempo para cada um, não há interferência do moderador, ele não faz perguntas. É muito mais rigoroso. Depois, houve o jingle (hinos, como vocês chamam), que foi uma coisa nova e criou muita polémica mas que as pessoas gostaram. Eu apanhei muito por causa deles (risos). Foi o ruído por mudar Passos Coelho e por ser muito alegre. As duas letras são minhas e foi muito divertido fazê-las.

Tentou modelar Passos Coelho?

Não. O que se fez foi potenciar o que ele tinha de bom. O mais interessante desta campanha é que o ‘não-marketing’ foi o grande marketing. Não trabalhámos Passos Coelho e deixámo-lo o mais natural possível. Porque é um candidato consistente, ainda que pouco conhecido. Mas, ao mesmo tempo, tínhamos outros dois candidatos, Sócrates e Portas, que eram excessivamente marketing. Eram sound-_bytes demais. Essa autenticidade de Passos Coelho foi uma mais-valia. É uma circunstância positiva: tínhamos um candidato com conteúdo, com histórico, que sabia como falar com as pessoas, principalmente na rua, com um discurso próprio e formatado. Foi muito mais ele a contribuir para que nós só déssemos forma às coisas do que o marketing a interferir directamente. Se Passos Coelho tivesse um perfil mais artificial não teria avançado tão rapidamente.

Essa foi a característica de Passos Coelho mais fácil de explorar?

Sem dúvida.

E qual foi a mais difícil?

Teve alguns momentos em que nós dissemos ‘ai meu Deus, podia ter sido menos autêntico’ (risos).

Foi difícil convencer Laura a entrar na campanha?

Não houve invasão da nossa parte. A entrada de Laura na campanha foi um consenso entre os dois de que seria uma participação natural e na medida em que ela desejasse.

A primeira aparição foi naquele vídeo da Páscoa, não foi?

(risos) Sim. Mas eu não tive qualquer participação nesse vídeo.

Sentiu que estava a a lutar contra uma máquina de propaganda muito forte como sempre foi conhecida a do PS? Quem é que se notou mais?

Fortíssima. A máquina do PS é muito forte e consolidada, mas as pessoas estavam muito cansadas e isso ajudou bastante.

Daqui a 4 anos, ou na próxima campanha que houver, vai voltar a trabalhar com Passos Coelho?

Gostaria muito. Acho a trajectória dele muito bonita. Eu dizia sempre: ‘queria tanto um candidato que falasse tudo o que quisesse e que ganhasse’ (risos). Foi muito legal.

Uma característica de Sócrates que considere positiva. E uma negativa.

É uma figura muito carismática e tem uma relação com a população de muitos anos e isso é muito forte. Mas tem o problema do excesso de marketing.

E Paulo Portas?

Fortaleceu a questão do apoio aos mais necessitados. O problema era o exagero de frases feitas.

Alessandra Augusta, brasileira, 40 anos, foi a responsável pelo marketing da campanha que levou Passos Coelho até S. Bento. Falou ao SOL antes de regressar a Brasília. sofia.rainho@sol.pt

Portas já entregou caso de Ana Gomes ao advogado

O líder do CDS-PP, Paulo Portas, já pediu ao seu advogado uma avaliação às declarações feitas por Ana Gomes para verificar e decidir se irá agir judicialmente contra a eurodeputada. "Paulo Portas pediu ao seu advogado que avaliasse as declarações de Ana Gomes. Quando tiver a sua opinião saber-se-á", disse ao i fonte do CDS-PP.

Ana Gomes defendeu que o líder do CDS não tem condições para voltar a ser ministro, argumentando que há casos por esclarecer, como o dos submarinos ou a ligação do partido ao processo Casa Pia. A eurodeputada defendeu que "junto do então ministro Paulo Portas funcionou uma central de desinformação e calúnia que alimentou o tratamento na imprensa do caso Casa Pia em 2003 e 2004".

A dirigente socialista foi mais longe ao recordar que, nessa altura, a revista "Le Point" noticiou que "dois ministros do governo de Durão Barroso fariam investidas em meios de prostituição, um deles até disfarçado de cabeleira postiça".

Ao i, Ana Gomes não quis dar mais explicações sobre as declarações que fez à rádio Antena 1, mas garante que assumirá todas as consequências do que disse. "Assumo inteiramente a responsabilidade. Se houver [processo] estou preparada para isso", diz a eurodeputada.

Esta não foi a primeira referência feita pela eurodeputada a Paulo Portas nos últimos tempos. No blogue Causa Nossa, Ana Gomes escreveu no dia 31 de Maio sobre o que classifica de "rabos-de--palha" do presidente do CDS, mas sem nunca falar no seu nome. (...)

Os especialistas ouvidos pelo i não têm dúvidas de que Paulo Portas tem motivos para agir judicialmente. "Há claramente motivo para uma queixa-crime por difamação devido às suspeições que são levantadas", diz o advogado Correia Fernandes, esclarecendo que o líder do CDS tem agora seis meses para o fazer e poderá também avançar com um pedido de indemnização cível.

Caso isso aconteça será pedido ao Parlamento Europeu o levantamento da imunidade parlamentar. As regras não são muito diferentes do parlamento português e caberá à comissão parlamentar dos Assuntos Jurídicos avaliar a situação e propor, através de um relatório, se deve ou não ser levantada a imunidade parlamentar.

A decisão será votada no plenário do Parlamento Europeu, depois de a eurodeputada ser ouvida, mas "nos últimos anos a regra é a imunidade ser levantada", diz ao i fonte do Parlamento Europeu. Isto se Portas decidir avançar com um processo por difamação contra a eurodeputada. Caso contrário será apenas mais uma polémica da política portuguesa.

por Luís Claro, Publicado no "i" em 09 de Junho de 2011

Esquerda à deriva ( III )

A herança envenenada

Pela primeira vez em Portugal, um primeiro-ministro eleito perdeu umas eleições legislativas. E isso aconteceu com o pior resultado que o PS teve nos últimos vinte anos. Sócrates despediu-se depressa, tinha preparado no teleponto um longo discurso em que, mais uma vez, procurou negar a verdade e fugir às evidências - sobretudo a de que deixa um país encurralado e à beira da ruína e um PS embalsamado e com os seus valores patrimoniais fundamentais muito abalados.

O que o discurso revelou - apesar do que dizia o teleponto - foi, por um lado, um Sócrates aterrorizado com o juízo da história e com o lugar que ela certamente lhe reserva, associado à bancarrota de 2011. E, por outro lado, a obsessão em condicionar o natural debate interno sobre as lições que há que tirar deste desaire, que se traduziu na perda, em seis anos, de um milhão de votos.

Tudo indica que a vida não vai ser fácil para o Partido Socialista, que fica agora à mercê de uma diabolização política que não vai tardar, em previsível resposta ao funambular optimismo dos últimos tempos. É que Sócrates deixa nos braços do PS uma herança envenenada, que é a de ter que "ser oposição" a um programa que ele próprio assinou. O socratismo corre, assim, o risco de se tornar numa verdadeira maldição para o PS.

Isso só não acontecerá se houver, desde já, lucidez e coragem para reconhecer que, com este julgamento dos portugueses, o tempo dos álibis acabou e se abre agora um tempo de debate e de balanço. Um tempo de debate, porque infelizmente a capacidade de ouvir, de pensar e de debater, que deve sempre acompanhar o exercício democrático do poder, foi um défice constante, e crescente, destes seis anos. E um tempo de balanço, porque só com efectivo espírito de responsabilidade, mas também com verdadeiro sentido patriótico, será possível reconquistar a credibilidade perdida.

Em suma, o PS precisa, antes do regresso ao combate político, de dar ao País um forte sinal político, mas também ético, feito de humildade e de verdade. Este vai ser, sem dúvida, o maior e o mais imediato desafio da sua próxima liderança.

Com a vitória da "coligação" PSD/CDS, o País entra agora numa nova fase. Se se trata de um novo ciclo político ou, apenas, de uma nova legislatura, só o tempo o dirá. Mas seria bom ter consciência que a crise em que Portugal tem vivido traduz, no essencial, um prolongado e difícil impasse, constituído por um cerrado nó de problemas que esta primeira década do século XXI, em particular nos últimos dois anos, agravou pesadamente.

E estes problemas são fundamentalmente três: o problema cultural, o problema económico e o problema financeiro. O primeiro decorre da falta de valores e de visão estratégica que permita pensar com consistência um rumo para o País, capaz de se afirmar ao mesmo tempo no quadro europeu, no âmbito lusófono e na globalização. É isso que pode dar aos portugueses uma ideia global de si próprios como sociedade e como nação, dotados de convicções e de projectos colectivos.

Só com este problema bem equacionado se poderão definir as audazes apostas que é preciso fazer para resolver o problema económico, de modo a conseguir essa articulação tão difícil, que é a de se atingir um crescimento significativo do País, aumentando o emprego para os portugueses, nomeadamente para as qualificadas novas gerações. E só com estas bases é que o problema financeiro virá a ter outra solução que não seja a dos habituais cortes atrás de cortes, amparada num constante aumento de pressão fiscal.

Incapazes de, até ao momento, equacionar e resolver este nó de problemas, acabámos nas mãos de uma troika que o fez à sua maneira, segundo um "memorando" cujo cumprimento nos condiciona em tudo no imediato, sem, contudo, garantir nada a prazo, como de resto a tragédia grega bem tem mostrado nesta últimas semanas. (...)

É por isso que me parece uma funesta ilusão alimentar, como se tem feito, a ideia mais ou menos sebastiânica de que a saída da crise decorre automaticamente da aplicação do "plano de ajuda" externo estabelecido com o BCE, a CE e o FMI. Por mais incontornável que, dadas as circunstâncias, ele seja no imediato, este plano não dispensa - muito pelo contrário - uma exigente reflexão sobre o rumo do País e as suas possíveis opções estratégicas no médio e longo prazo.

Portugal precisa de se pensar. Portugal precisa sobretudo de se libertar do paradigma do betão e dos serviços, que tudo tem bloqueado com as suas mitomanias em carrossel. Portugal precisa de olhar para o seu imenso potencial em termos de recursos naturais, de indústrias criativas, de economia do mar - era esta, afinal, a troika para que devíamos olhar.


por MANUEL MARIA CARRILHO; 9 / 6 / 2011
http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1873708&seccao=Manuel%20Maria%20Carrilho&tag=Opini%E3o%20-%20Em%20Foco&page=-1

Se as eleições americanas fossem hoje, Obama empataria com adversário republicano

Como é que se sabe que o efeito Bin Laden sobre a popularidade de Obama já era? O descontentamento dos americanos com a forma como o seu Presidente está a lidar com a economia atingiu um novo pico. De acordo com uma sondagem Washington Post-ABC News, seis em dez americanos desaprovam a actuação de Obama relativamente à economia e ao défice.

A mesma sondagem, realizada no início de Junho, indica que existe um pessimismo generalizado no país, numa altura em que o desemprego subiu para os 9,1 por cento e o preço dos combustíveis continua elevado – factores que podem comprometer seriamente a reeleição de Barack Obama no próximo ano. Dois em três americanos dizem que o país está na direcção errada e quase seis em dez consideram que a economia ainda não começou a recuperar da recessão de 2008.

Este pessimismo americano tem-se manifestado nas sondagens dos últimos meses, mas foi subitamente atenuado pelo anúncio da morte de Osama bin Laden, no início de Maio, que melhorou substancialmente a imagem de Obama na opinião pública. A sondagem do Washington Post e ABC parecem mostrar que esse período de graça terminou.

As más notícias para o Presidente americano continuam: a mesma sondagem revela um empate técnico entre Obama e Mitt Romney, o ex-governador do estado de Massachusetts que anunciou a semana passada a sua candidatura à Casa Branca pelo Partido Republicano. Pergunta: “Se as eleições presidenciais tivessem lugar hoje e os candidatos fossem Obama e Mitt Romney, em quem votaria?” Tanto Obama como Romney receberam 47 por cento da intenção de voto; quando a pergunta foi dirigida a eleitores registados (cuja probabilidade de votar é maior), Romney obteve uma ligeira vantagem, 49 por cento contra 46 por cento.

Uma outra sondagem, da Quinnipiac University, divulgada ontem em Washington, dá vantagem a Obama: 47 por cento contra 41 por cento para Romney. Quase metade dos inquiridos – 48 por cento – considera que Obama não merece ser reeleito; 46 por cento defendem a sua reeleição.

Romney, que já tinha disputado as primárias republicanas em 2008, antes de perder para John McCain, emerge nas duas sondagens como o mais sério candidato do campo republicano para 2012, embora o alinhamento esteja longe de estar concluído: ainda há potenciais candidatos que não anunciaram as suas intenções – Sarah Palin, Jon Huntsman, Michele Bachmann, ou mesmo o ex-mayor de Nova Iorque Rudolph Giuliani.

Nas últimas sondagens, Romney ganhou grande distância em relação a todos eles – até há pouco tempo, ele não atingia sequer 20 por cento das intenções de voto, e tinha uma menor vantagem sobre os outros potenciais candidatos republicanos.

Mas Peter Brown, subdirector do centro de sondagens da Quinnipiac University, lembrou ontem que é muito cedo para tirar conclusões. Faltam 18 meses para as presidenciais e os números irão variar até lá. O futuro das eleições, avisou, vai estar noutros valores: “O preço do galão de gasolina e a taxa de desemprego são mais importantes do que os números das sondagens”.

http://www.publico.pt/Mundo/se-as-eleicoes-americanas-fossem-hoje-obama-empataria-com-adversario-republicano_1498082

Marcelo diz que é possível ter novo Executivo até dia 23

O comentador político Marcelo Rebelo de Sousa admitiu na noite de quarta-feira ser possível ter um Governo formado até dia 23 sem violar a Constituição, considerando “forçadas” as críticas do PCP à intenção de acelerar o processo de nomeação.

“Estes acordos [para a formação do novo Governo] fecham-se em dois, três ou quatro dias. Os nomes estão ponderados e, portanto, não será difícil de, aqui por dez dias, ter nomes de ministros e de secretários de estado”, disse à Lusa Marcelo Rebelo de Sousa.

Admitindo que o Presidente da República possa dar posse ao novo Governo no dia 22 ou 23 de Junho, o ex-líder do PSD diz que, dessa forma, Pedro Passos Coelho poderá participar na próxima cimeira europeia já como primeiro-ministro que “é o que faz mais sentido”.

“Não faria sentido nenhum que estivessem todos à espera do primeiro-ministro saído das eleições e aparecesse o primeiro-ministro que já não é e ficassem, não sei quanto tempo, à espera até ouvirem o novo primeiro-ministro”, justificou.

O antigo presidente do PSD, que falava à margem de uma tertúlia sobre a relação entre a Ética e a Política, em Aveiro, comentou ainda as declarações de Jerónimo de Sousa sobre a intenção de Cavaco Silva de acelerar o processo de nomeação do novo Governo, considerando que se trataram de críticas “forçadas” para se “demarcar” do Presidente da República.

Na terça-feira, o secretário-geral comunista afirmou que “se o Presidente da República, que já avançou com o contacto ao líder do PSD, julga que pode ultrapassar a Constituição e esta obrigação constitucional de ouvir e consultar todos os partidos”, então “não está a cumprir o juramento que fez”.

No entanto, Marcelo Rebelo de Sousa rejeita que esta situação viole a Constituição, alegando que, “formalmente, só haverá indigitação depois de o Presidente da República ouvir os partidos”, o que deverá acontecer na próxima semana.

“Aquilo que houve foi uma solicitação do Presidente para que aquele que toda a gente percebe que vai ser o primeiro-ministro indigitado acelerar o seu trabalho”, adiantou, defendendo que isso é necessário para haver um Governo que possa cumprir os prazos que existem até Junho e Julho.

Sobre a formação do novo Governo, Marcelo admite a existência de ministros que “podem, eventualmente, acumular vários ministérios, o que poupa haver fusões de ministérios”, e diz que o futuro ministro das Finanças “terá de ter um peso acrescido” no Executivo.

“Por isso se fala muito em ser vice-primeiro-ministro ou ter um estatuto qualquer que lhe dê capacidade de olhar para todo o Governo e coordenar todo o Governo", acrescentou.

Questionado sobre qual o perfil que deve ter o titular da pasta das Finanças, o comentador respondeu que existem dois: “um mais técnico e menos politico, e outro mais politico, embora também técnico. Isso vai ser, sobretudo, decidido pelo primeiro-ministro”.


Lusa/SOL; 9/6/2011