terça-feira, 17 de maio de 2011

Contra os políticos corruptos

A "Ficha Limpa", segundo Dom Mario Toso, é apresentada pela Igreja no Brasil como "algo bom que pode ser útil para combater os fenômenos de ilegalidade, violência, injustiça, e de eleição de uma classe política", porque "a classe política nos diversos países deveria subir um pouco no nível moral e de exemplaridade".

A lei "Ficha limpa" destina-se a excluir da vida pública e do processo eleitoral os políticos corruptos. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) participou em primeira linha da presente lei.

Dom Toso disse que "a Igreja tem uma tarefa essencialmente de formação espiritual e pode expressar desejos, pode fornecer orientações sobre a base de um aprofundamento racional de certas questões".

O bispo considerou que "esta boa prática tem tido bons resultados no âmbito político" e disse que nesta lei brasileira "se encontra uma série de condições que os candidatos, que são representantes do povo, devem cumprir".

"O que foi feito - continuou - é considerado exemplar, o que significa que pode ser considerado um ponto de referência válido. A Igreja o apresenta como algo bom, que pode ser útil para contrastar o fenômeno da ilegalidade, da violência, da injustiça e da escolha de uma classe política."

"A ‘Ficha Limpa' - prosseguiu - foi muito bem recebida; caso contrário, os bispos brasileiros não teriam conseguido propô-la ao Parlamento, que a aprovou", ainda que, para evitar mal-entendidos, disse que "os bispos não têm assento no Parlamento" e que "fazer que uma lei seja aprovada no Parlamento não depende da Igreja, mas dos leigos, dos que se sentam na Câmara e no Senado".

"Os bispos brasileiros - destacou - de alguma forma encontraram um ambiente que recebeu o seu pedido. Não sei se em todos os contextos, de todos os países, existe um ambiente semelhante e capaz de receber certas mudanças."

Dom Toso observou que, em alguns países, "tenta-se emendar a Constituição para favorecer o partido do presidente", para que se possa renovar o seu mandato. E lembrou-se que, particularmente no Norte da África, vê-se a necessidade de uma vida política diferente.

"Se muitos fogem dessa situação, não é por espírito de aventura, mas por necessidade, porque não se respeitam os direitos fundamentais, porque não há liberdade nem oportunidades de trabalho, nem tampouco possibilidades de participação", concluiu.

Roma, 13 de Maio de 2011 (ZENIT.org)

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