quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O segredo

Rui Pereira é um ministro que vale a pena seguir, para perceber até onde pode chegar a desfaçatez na política.

Tudo na sua carreira política é estranho. A escolha para ocupar a pasta da Administração Interna foi desde logo muito contestada, porque o novo ministro não hesitou em abandonar o lugar de juiz do Tribunal Constitucional, para o qual tinha acabado de ser nomeado. A ambição de ser ministro falou mais alto.

Assim que tomou posse, as primeiras decisões foram no sentido de contrariar tudo aquilo que o seu antecessor, e número dois do PS, tinha decidido para o sector das polícias. Obrigado a recuar, recuou, mas manteve o lugar.

Já mais recentemente, o ministro entrou para o "Guiness da incompetência", com a encomenda, tarde e a más horas, de blindados considerados indispensáveis para a segurança da cimeira da NATO, a cimeira começou e acabou e... blindados, nem vê-los!...

Mas o ministro, indiferente à própria incompetência, manteve-se confortavelmente sentado na cadeira de ministro.

Nas últimas eleições presidenciais, pela primeira vez desde o 25 de Abril, milhares de pessoas viram-se impedidas de votar. O ministro mandou fazer um inquérito. Para quê? Para dizer que a culpa toda é de um seu subalterno, que já foi devidamente despedido.

Perante estes e outros factos que me dispenso de enumerar, resta perguntar: que segredo faz com que este personagem se mantenha, inabalável, como ministro da Administração Interna de Portugal?

Raquel Abecasis
RR on-line 14-02-2011

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