quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O "menino-guerreiro", versão CDS de Braga

Palavra de honra: a malta que, pelo menos no papel, manda nesse grémio recreativo em que se transformou o CDS de Braga, deve viver num universo paralelo.

Pelos vistos, clamam agora pela tríade S. Paulo, Pinsky e Cavaco, na defesa da tese de que alguma vez tenham combatido por algo na vida (política entenda-se). Mas a verdade é que apareceram (se é que chegaram a aparecer) pela primeira vez na política bracarense a meia dúzia de meses da eleição que a direita podia ter ganho a Mesquita. E para quê? Para entrarem na campanha autárquica mudos e saírem dela calados. E derrotados.

Após a derrota eleitoral, o "estado-maior" decidiu, numa medida de grande coragem e senso estratégico, manter o mesmo rumo e a mesma estratégia, razão pela qual continuamos todos sem ouvir a este CDS de Braga uma palavra sobre a cidade: nem uns tiros de pólvora seca, para enganar. Devem ser tácticas da guerra-fria...

São assim os "meninos-guerreiros", versão CDS de Braga. Para eles, o "bom combate" é aquele que lhes permite dizer que foram à guerra sem que, no entanto, alguém jamais os tenha visto disparar um único tiro. O "cheiro a carne assada humana" nunca será para eles uma recordação. São uns valentões, mas só quando estão escondidos atrás da saia da mãe. Pobre Ricardo Rio, que teve de aguentar o frete de ser a "mamã" involuntária destes gladiadores de polichinelo.

Enquanto apreciava estes belicosos delírios lembrava-me que, há dias, ouvi num programa televisivo um cineasta/comentador de futebol dizer, com um ar grave e pesaroso, a propósito da situação de um clube de futebol que atravessa um período conturbado, que "se estava a passar algo de semelhante no Egipto". A mim, que por acaso ainda sofro por esse clube de futebol, aquilo deu-me vontade de rir. Com o CDS de Braga passa-se hoje quase o mesmo, mais ainda agora, com os "meninos guerreiros" a reclamarem medalhas por supostos actos de heroísmo em guerras nunca travadas. A diferença é só uma: já deixei de sofrer pelo CDS há um bom par de anos.

Mas, para lá do lado cómico da questão, há algo que nos deve preocupar a todos: era bom, era mesmo essencial, que a direita ganhasse as próximas eleições autárquicas em Braga. Só que, com "combatentes" destes, a coisa fica difícil...

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