sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

César e o CDS...

Costuma-se dizer que “à mulher de César não basta ser séria, é preciso que pareça também”. Ora, muitos olham para esta expressão e interpretam-na de uma forma que em nada tem a ver com o seu real significado. Não sei se por mera ignorância linguística ou até por parcos conhecimentos de hermenêutica, a verdade é que o “não basta ser séria” pressupõe desde logo que a senhora em causa o é efectivamente.
Aquilo que hoje se passa no CDS/PP de Braga muito tem a ver com essa expressão. Perante a apresentação de uma Lista B, que deveria ser motivo de orgulho para todos os que, de facto, querem um CDS mais forte e dinâmico no concelho, depressa foi interpretado, talvez pelos parcos conhecimentos da “hermenêutica politica”, pela lista opositora como um acto de intromissão no seu quintal e um desafio insultuoso ao partido. Desde logo cabe aqui esclarecer que num partido democrático, a pluralidade de ideias e as disputas multifacetadas são, ou pelo menos devem ser vistas como tal, um exercício de vitalidade. Só em mentes perfeitamente amorfas e limitadas no seu horizonte, pode ser considerado um insulto ou um abuso. Lá está, quem não sabe é como quem não vê.
A Lista B é presidida por uma militante do partido que, juntamente com um determinado número de militantes, decidiram formar um equipe e apresentar uma alternativa à actual composição que gere os destinos da concelhia. Nada mais natural e nada mais benéfico para o partido no concelho. Aqui não vejo onde se possam sentir ultrajados e ofendidos de tal forma, que se exaltem com artigos de opinião e ataques violentos e sem um pingo de civilidade a quem compõe a lista e a quem a apoia. Parece-me absurdo.
Existe também uma face da politica que deve ser tida em conta, a saber, a moral. Antes de apontarmos o dedo, devemos fazer uma introspecção e perceber se, de facto, temos essa “bola toda”, como dizem os nossos irmãos do país do samba. Se estivemos dois anos em exercício de funções e a nossa actividade politica se resumiu a agitar bandeiras em torno do candidato Ricardo Rio, talvez piscando o olho ao poleiro municipal, se a nossa história nos mostra que o único argumento politico de peso que nos levou a uma vitória foram as rendas, em relação às quais a secretaria geral nos resolveu o problema, sem que para isso tivéssemos que desenvolver qualquer esforço, se na prática fizemos 0, ficamos a valer 0 e temos uma mão cheia de nada para colocar no relatório de actividades do mandato, seria prudente que nos resumíssemos a nada e olhássemos para o chão quando encarássemos os militantes que foram na onda das rendas e de promessas que nunca foram cumpridas. Como disse, não basta parecermos sérios, temos de o ser na realidade.
Este nervosismo agressivo só se justifica com uma de duas explicações, a saber, ou o candidato que é o único profissional da politica e cujo currículo a isso se resume, depende deste resultado para manter o emprego, ou afinal a democracia é muito bonita mas é nas palavras, porque na verdade, o medo de não atingir o objectivo, leva-nos ao desespero de nos excedermos nas acções, de nos arrogarmos a contar uma história que não conhecemos e na qual não participamos e ainda nos dá a falsa moral de apontar o dedo a quem tem um trabalho já longínquo e de provas dadas quer junto dos militantes do partido, quer junto dos eleitores, sem qualquer pudor ou consciência moral.
Independentemente de qualquer resultado a Lista B já ganhou. Já ganhou na utilidade das propostas, já ganhou na elevação de discurso, já ganhou na seriedade porque não se limitaram a parecer.
Ao contrario do que tentam dizer os esquizofrénicos do poleiro, ali não há trânsfugas, ali não há traidores...ali há pessoas livres que pensam o partido, que sabem o que querem para Braga e que têm um projecto real...não um holograma. Mais uma vez, e no que a pessoas de dúbia verticalidade diz respeito, a Lista B sai a ganhar pois não tem funcionários da politica, tem pessoas da vida real, não tem outros que andam sempre colados à corrente que lhes parece ganhadora pois o que interessa são meia dúzia de linhas, às quais dão a importância do estrelato, tem antes aqueles que lutam pelo que acreditam, quer percam, quer ganhem, aqueles cuja vida em sociedade não se resume a fazer recortes de jornal e segurar pastas...enfim, tem qualidade, tem pessoas com provas dadas na cidade e no país pelos melhores motivos, porque foram competentes, porque foram inovadores porque também deram o seu contributo a Braga e a Portugal com o seu trabalho...mas o trabalho da vida real e não o dos corredores de S. Bento.
Em jeito de conclusão cabe reafirmar que com duas listas, parece-me, à distância de quem não participa na politica activamente há já algum tempo, mas que dedicou uma década da sua vida a essa actividade, sem remunerações, sem poleiros e apenas por acreditar que podia fazer desta cidade melhor, quem sai a ganhar é, certamente, o CDS/PP.

1 comentário:

Rui Queirós disse...

Concordo plenamente, foram uma lista vencedora logo que a apresentaram, não interessa o resultado, apenas continuem a trabalhar bem e certamente o partido agradece. Agradece o partido e os miliantes por saber que o CDS-PP não está esquecido em braga.
Bom trabalho.