sábado, 31 de dezembro de 2011

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Feliz Ano Novo



Para o PCP, com muito amor

«Não, o problema não é o PCP dar condolências ao povo norte-coreano pela morte do ditador que mantinha a Coreia do Norte num transe colectivo. O problema está no facto de vivermos num país onde os jornalistas têm medo de associar a palavra "ditador" à palavra "comunismo". Li e ouvi várias referências à morte do "líder" ou "presidente" da Coreia do Norte, e não li ou ouvi referências à morte do ditador do regime mais enlouquecido da galeria comunista. Ao pé daquele sujeito, Fidel Castro é um menino. Comparado com aquele comunismo oriental, o comunismo cubano é um spa tropical. Portanto, se as redacções não conseguem dizer que Kim jong-il era um "ditador", vão dizer o quê quando Castro morrer? Que era um notável líder? Um brilho celeste tristemente bloqueado pela canzoada yankee?

Não, o problema não é o humor involuntário do PCP. O problema é continuarmos a viver numa cultura que ainda não aceita críticas impiedosas ao comunismo, que ainda não aceita a equivalência moral entre comunismo e fascismo. O problema é continuarmos a viver cultura que é completamente estranha à narrativa deste filme de Peter Weir. Sim, a estória (isto é, a espessura das personagens durante a fuga do gulag) não nos agarra, mas a História do filme tem um peso que fala por si. Partindo de uma perspectiva polaca, Rumo à Liberdade diz-nos algo que continua a ser tabu: a II Guerra Mundial começou com uma dupla invasão da Polónia; os alemães invadiram pela esquerda e os soviéticos invadiram pela direita. Os comunistas de Estaline também iniciaram a II Guerra.

Peter Weir relembra na tela algo que Norman Davies já tinha carimbado no papel: a Europa não é sinónimo de Europa ocidental. Os agressores e as vítimas da história europeia não estão apenas na Europa ocidental. A Europa oriental também conta. Devemos, portanto, desenterrar esse pormaior: em 1939, comunistas e fascistas invadiram - ao mesmo tempo e em conluio - a Polónia. A URSS não entrou na II Guerra em 1941, mas sim em 1939. Aliás, a segunda agressão da guerra pertence à URSS: a esquecida invasão da Finlândia, em Novembro de 1939. Depois, enquanto a Alemanha já oferecia os habituais tabefes à França, a URSS anexou os Estados bálticos. Não acreditam? Então inquiram um estónio ou um lituano sobre este assunto, e depois reenviem a resposta ali para o "Avante".»

Henrique Raposo (www.expresso.pt)

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Você que até é um bocado socialista achava que Sócrates até tinha sido simpático com os mais pobres e que este governo é que lhes está a dar forte e feio?


Austeridade comparada

    Você que até é um bocado socialista achava que Sócrates até tinha sido simpático com os mais pobres e que este governo é que lhes está a dar forte e feio? Pois, desengane-se, quem tem razão são os que estão à sua esquerda: Sócrates deu forte e feio nos mais pobres - e Passos ainda está a dar mais. Uma verdadeira carnificina, incomparável na Europa. Uma vergonha. Até na Grécia, um país institucionalmente mais fraco do que Portugal, as coisas passaram-se de outra forma. O que aliás ajuda a perceber a confusão nas ruas: afinal aquilo era para não se lhes ir mais ao bolso. Esta última dedução não está, mas as conclusões acima estão num estudo recente sobre os efeitos das medidas de austeridade levadas a cabo nos 6 países europeus que mais as fizeram desde 2009. São eles: Estónia, Irlanda, Grécia, Espanha, Portugal e RU. O estudo reporta-se ao que foi feito até Junho de 2011 e por isso para Portugal ele diz respeito apenas ao governo do Eng. Sócrates. Mas como sabemos que de lá para cá as coisas pioraram...mas já lá vamos.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Justiça à "tuga"!!!



Onde arranjo um tio magistrado do MP? É que o meu vizinho faz um barulho desgraçado com o portão da garagem às tantas da madrugada. Queria obrigá-lo a meter o carro até às 21h.


O dono de uma pastelaria de Braga queixou-se hoje de “perseguição”, depois de ter sido detido 16 vezes em três meses pela GNR por alegadamente se encontrar dentro do estabelecimento uns minutos para além do horário de funcionamento.

“Basta ultrapassar o horário em dois minutos e já tenho a GNR à porta, é uma coisa verdadeiramente incrível”, disse Sérgio Lima.
Acrescentou que sempre que isso acontece é detido e levado no carro da GNR até ao posto da GNR no Sameiro, onde passa “à volta de uma hora” no preenchimento do auto de notícia.
Aquela pastelaria, situada na cidade de Braga, foi alvo de uma providência cautelar, interposta por um morador no prédio, magistrado do Ministério Público, que se queixou de excesso de ruído. 
O tribunal aceitou a providência e decidiu encurtar o horário de funcionamento da pastelaria, que era das 7h00 às 24h00 e passou para das 9h00 às 21h00.
A partir daí, como assegura Sérgio Lima, a GNR “não larga a porta”, seja de manhã seja à noite, para controlar a hora de abertura e de fecho. 

in Jornal Publico

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Outro ponto de vista


por Acácio de Brito

 “Dar e receber – o difícil e desejável equilíbrio (...) dar e receber, quando é feito com
o coração, é gratuito e gratificante”. (Maria José Quintela)

A época natalícia é sempre momento de reencontro connosco, com os outros e com a vida! Não obstante, é minha convicção que este momento de celebração da Vida está absolutamente adulterado, mormente, quando, no lugar do Menino, se coloca uma figura simpática, mas sem sentido – o pai Natal. Ora, se procuramos que este momento seja de autêntica festividade pelo sentido da mensagem do Deus Menino, não tem razão a natureza consumista que hoje, apesar do estado de crise, tem caracterizado esta época de Natal. Numa perspectiva mais intimista, mais próxima, recordo, com imensa saudade, o primeiro Natal que passei em Portugal, nos idos anos de 1976. Estava na capital do Império que tinha desabado, Lisboa, cidade imensa, que de todo não conhecia. Sentia-me, desse modo, profundamente só. Aliás, em nota de rodapé, confidencio que a minha aversão às castanhas assadas remonta a esse tempo pois associo-as
a esse momento de solidão. Todavia, tive então a melhor prenda de Natal da minha vida – a companhia de minha irmã Zezinha que, por si só, já bastava enquanto prenda, mas que me ofertou, com sacrifício imenso, um camisolão de flanela! Que lindo que era, que bem me soube!
A companhia, o sentido genuíno da oferta, tudo se conjugou para que recorde, com saudade imensa, um Natal,
o do ano de 1976, onde só aparenteN colaboração com o Outro. Não obstante, não nego o sentido agradável da prenda! Mas, poupem-nos... Mesmo em crise, chegámos ao exagero, ao limite. Não vale a pena! Hoje, num tempo com uma mundividência ávida do TER, muitas vezes nos esquecemos da dimensão autêntica e substantiva do SER.
A todos, os votos de um Santo e Feliz Natal em que o sentido da mensagem do Menino nos interpele sempre, tornando-nos desse modo, melhores com o Outro, nosso irmão.

in D.M. 23/12/2012

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Boas festas e um dos meus desejos para 2012

Estive quase para não ter tempo para escrever. E vou acabar por não escrever, porque o que queria dizer li aqui no Avatar e arriscava-me a ser acusado de plagiar, pois reflecte o meu pensamento desde há muito tempo. Sem mais demoras aqui fica por palavras deles um dos meus desejos de Natal.

por Carlos Garcez Osório no Avatar


«Confesso que nunca fui simpatizante de greves. Nunca aceitei muito bem o poder negocial que se funda na capacidade de causar prejuízos. Nunca compreendi como podem os sindicatos vangloriarem-se de uma qualquer greve ter sido uma vitória quando esse triunfo se mede pela proporção do dano causado. E pior, não compreendo e não aceito quando esse dano é causado directamente à população em geral. Neste tipo de greves quem sofre não é o Conselho de Administração ou a Entidade Patronal que se quer antagonizar, mas o Povo.
Mais incompreensível é o facto de alguns objectivos que se pretendem alcançar com as greves serem, no mínimo, ilegítimos. Neste caso da CP, tentar através de uma acção de força sindical alterar o resultado de processos disciplinares que são pendências que, obviamente, devem ser decididas em sede disciplinar e eventualmente em sede judicial, constitui uma pressão inadmissível. A lei proíbe, manifestamente, qualquer tipo de coacção sobre quem tem o poder de julgar.
Nesta altura do campeonato em que todos devemos estar preocupados com o aumento da produtividade nacional, esta greve da CP é como ter no barco um “gajo” a remar para trás, de propósito e todo contente.
Ora uma greve que é feita durante toda a quadra natalícia e que impede as pessoas de viajarem de comboio e em muitos, mas mesmo muitos, casos vai impossibilitar aquela que é, por excelência, a oportunidade anual de estar com toda a Família, é asqueroso.
O meu primeiro desejo para 2012 é que depois de se ter vendido parte da EDP aos chineses, se venda a CP à Coreia do Norte (por mim até pode ser dada)! ».


segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Feliz Natal


Boas Festas
e um
Próspero Ano Novo

são os votos de todos os editores da Rua do Souto

Outro ponto de vista


por Acácio de Brito

 “Poucos países fabricaram acerca de si mesmos uma imagem tão idílica como Portugal”. (Eduardo Lourenço)

Esta semana passaram 35 anos que cheguei a Portugal. Partindo de uma terra com uma temperatura de verão a rondar 40 graus, a chegada
à antiga capital do Império, com um frio de rachar, foi como que um baque ou corte radical de vida. Nesse tempo, 14 de Dezembro de 1976, eram ministros, entre outros, Medina Carreira e António Barreto, personalidades pelas quais nutro admiração intelectual. Não obstante, quando hoje opinam sobre o país e as vicissitudes por que passamos, podem suscitar, a quem chegou
a uma terra nova, da qual apenas tinha conhecimento pelos livros e pelo testemunho de quem por lá passava, algumas perplexidades. Sabemos que o que hoje vivemos é consequência de uma ausência de pensamento estratégico de décadas. Vivíamos, então, na base de um sonho em que tudo era gratuito. Aliás, a Constituição orientava-nos para termos
o céu na terra, de graça! Entretanto, em Braga, terra que adoptei como minha, e onde passei a residir
a partir de finais de 1977, acabava de ganhar as primeiras eleições autárquicas, na véspera da minha chegada a Lisboa, um jovem engenheiro. Braga, terra de que me enamorei là primeira vista. O que logo dela conheci, a zona do então Sabiá, tinha sido obra e rasgo de um verdadeiro Homem de governo, o Comendador Santos da Cunha. Passaram 35 anos! Muito tempo. Tempo de grandes transformações! Jovem adolescente, concluí no Sá de Miranda a minha formação secundária, entrecortando-a, por necessidades pessoais, com trabalhos de ocasião que me fortaleceram e ajudaram a perceber que nada se tem sem trabalho. Concluí a minha formação académica na Faculdade de Filosofia e, também, na UM, ambas na urbe bracarense. Nessa década de 70, acabado o forrobodó revolucionário, porque o dinheiro começou a escassear, dirigem-se os poderes de então para a ajuda externa, solicitando apoio ao FMI. Na década de 80, nova situação aflitiva, novo recurso ao FMI.
A culpa era sempre da conjuntura internacional. Nunca foi assumida como resultante da incompetência doméstica para o tratamento de assuntos de governação. Contudo, o apoio exterior solicitado na década de 80, considerado um sucesso, só o foi aparentemente, pois o seu final coincide com a chegada dos milhões da então CEE, referentes ao período de transição e, posteriormente, ao 1.o QCA. A eles se seguiram, nos últimos 25 anos, mais outros quatro apoios significativos que nos iriam transformar no paraíso da Europa. Não obstante, insistimos em não ouvir
o avisado desafio de Ernâni Lopes, ministro que concluiu, na madrugada de 28 de Março de 1985, o nosso processo de adesão, com palavras sábias por muitos não seguidas: “logo nessa madrugada disse que o mais fácil estava feito –
a partir daí é que iria começar o verdadeiro desafio para Portugal”. Aí está a génese moderna do nosso actual estado de coisa! Perante o desafio sério de procurarmos a autenticidade do verdadeiro saber, na única das áreas em que, de facto, nos podíamos diferenciar, a Educação, a opção foi para o facilitismo: formação profissional pensada na lógica de obtenção de fundos, obras faraónicas com importação maciça de tecnologia estrangeira
e a Educação, sector chave, entregue a quem pensava que o faz-de-conta conta alguma coisa no mundo real!
E chegámos ao que de onde, verdadeiramente, desde Abril de 1974, nunca conseguimos sair: à bancarrota, económica, financeira e social, que se resolve com mais ou menos, sacrifícios pecuniários. Contudo, o mais difícil encontra-se a um outro nível: nos valores que se perderam, que se insiste em continuar
a não valorizar. Portugal precisa de uma Educação que estimule a coragem de arriscar, ou se quisermos, uma curiosidade filosófica por coisas novas, que têm sido, grosso modo, pensadas como inúteis e desnecessárias. Enquanto as discussões permanecerem ao nível de uma pré-formatação dos mesmos actores, em papéis diferentes, ontem ministros, hoje opinadores, tudo ficará na mesma. Também por isso, em Braga, em 35 anos, o essencial não mudou, talvez porque “os portugueses (e os bracarenses) são marcados, desde há muito, pela noção de que, em Portugal, é ‘mesmo assim’, de que as coisas ‘são como são’ e nada muda ou pode mudar”. Não obstante, não tem que ser assim!

C.M. de 16/12/2011

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Rui Rio concorda com redução do número de freguesias no país

O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, disse hoje concordar com uma redução do número de freguesias do país, em especial das urbanas, no âmbito da reorganização administrativa autárquica.


“Desde há muitos anos que tenho defendido uma redução do número de freguesias, especialmente das denominadas freguesias urbanas. Tenho-o feito em público e em privado”, observa o edil, numa carta a que a Lusa teve acesso.

Rio alerta que a “reforma administrativa em curso” lhe tem dado oportunidade de falar “múltiplas vezes” sobre o tema, tendo em todas elas defendido “a mesma posição de sempre, ou seja: a redução do número de freguesias”.

O autarca recorda ainda que o documento da Junta Metropolitana do Porto (JMP) por si redigido “defende essa mesma redução logo no segundo ponto” e que essa posição foi por si “formalmente defendida junto do Governo na reunião que a direção da JMP teve com o ministro Miguel Relvas”.

O comentário do edil surge num direito de resposta enviado hoje ao jornal Público e distribuído à Lusa a título de “esclarecimento”, a propósito de uma notícia onde se diz que “Rui Rio discorda da redução de freguesias”.


in: http://www.destak.pt

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Outro ponto de vista


por Acácio de Brito

 “A Liberdade é a liberdade de dizer que dois e dois são quatro. Uma vez que se reconheça isto, tudo o mais virá por acréscimo”(George Orwell)

Alguém que pretenda governar deve ter, pelo menos, duas características, entre muitas outras: a capacidade de previsão e de escolha. Prever, porque o que se exige a um governante é o anúncio de uma realidade diferente. É perscrutar uma ambiência a que se tende a ascender. Escolher, porque se deve optar entre várias propostas de caminho a seguir. Em Portugal o que tem acontecido, de facto e de direito, é o contrário! Não obstante, fomos país de marinheiros que, de mundos nunca antes alcançados, tornaram as viagens intercontinentais coisa de somenos! Contudo, hoje, governados por marinheiros de lago virtual, atentos às vicissitudes do mero dia-a-dia, perdemos a audácia de apontar para o sem-lugar. Impõe-se-nos a necessidade de eliminar feriados e, sem pensar em coisa nenhuma, julgo que por deficiência de formação, os detentores de um poder efémero por natureza, decidem pelo fim da comemoração do 1.o de Dezembro, que é só e apenas o dia da Restauração da nossa Independência. De lamentar, nomeadamente, a negação e a ausência de referências. Nesta actualidade “pantanosa”, não se prevê, constata-se, verifica-se. Não se faz coisa nenhuma! Limitamo-nos a fazer de conta! Logo, não se escolhe.
O caminho a trilhar é-nos imposto por entidades tecnocráticas, das quais nada se sabe. Com um ponto em comum, foram ou virão a ser quadros da Goldman Sachs. Parafraseando o banqueiro Fernando Ulrich, estamos na mão de homens de 5.a ou 7.a categoria, que se permitem, ou melhor dizendo, a quem permitimos que, do alto da sua falsa importância, debitem opiniões e condicionem os poderes democraticamente eleitos e escolhidos. Mundo pequeno, este nosso, reduzido que está ao que nos é imposto! Mas será que não existe uma alternativa a esta letargia? Temos a certeza que sim. Se a aposta for em quem defenda as virtualidades da pessoa, da realização autêntica do humano e da valoração humanizadora das dimensões económicas, sociais e políticas, conjugadas, sempre, com uma atitude próactiva, podemos prever um mundo melhor e um Portugal mais justo. Prever um Portugal mais competitivo e solidário implica a escolha de um outro caminho. A vereda, ou atalho, com que nos têm presenteado, já provou que nos conduz a nenhures!
O tempo é de chegar, a porto seguro. Mas atenção que, com os mesmos que nos vêm dizendo, de há muito, coisas diversas, análises abstractas de coisa nenhuma, projecções do óbvio e do nenhures, enfim, os mesmos que vão propalando e dizendo o que conseguem vislumbrar da margem do rio, os chamados navegadores de águas pouco profundas, não vamos lá! Os momentos que passamos, difíceis para quem tem de viver do seu suor, sempre foram complicados. O problema reside em algo mais profundo, civilizacional, direi mesmo.
O busílis pode ser encontrado na recente intervenção de Sócrates, “o parisiense”, quando, ainda hoje, nos querem falsamente habituar à ideia que tudo são rosas. Contudo, obstinadamente, elas, por sua mesma natureza, têm espinhos.

in D.M. 9 Dez. 2011

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Com todo o respeito


por Miguel Brito


O sapo e o escorpião

O sapo ia atravessar o rio que transbordava e o escorpião precisava de chegar
à outra margem e o escorpião diz ao sapo – por favor, leva-me para o outro lado do rio. O sapo espantado, responde: nem penses, já sei que me ferras com o teu veneno mortal e não quero morrer! És tolo – retorquiu  o escorpião! – Se o fizer também me afogo e não quero morrer!
O sapo ficou pensativo e julgou – de facto, o escorpião tem razão! Acho que posso arriscar – pensou o sapo.
Ok, anda daí – gritou o sapo.
No meio do trajecto, o escorpião disse não resisto vou te morder, não posso escapar à minha natureza!
E o resultado é que se afogaram os dois.
Agora imagine que o sapo é o Ministro da Saúde e o escorpião, o Presidente da Distrital do PSD ou do CDS, conforme preferir.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Obrigado!

Por razões sem grande expressão, interrompo por agora a minha colaboração com este blog. Há males que vêm por bem e penso que a minha mensagem já foi bem difundida.
Além disso, penso empenhar-me na nobre tarefa política de mudar a Câmara de Braga e vencer - no âmbito da Coligação Juntos por Braga - o PS nas próximas eleições autárquicas de 2013.

Mais do que tudo, queria agradecer ao Paulo, ao Rui, ao Ramiro e ao Sérgio por me terem deixado usar e abusar deste blog e, por fim, deixar o meu reconhecimento a todos os que tiveram a paciência e a gentileza de me lerem.

Obrigado a todos!

Nuno Oliveira Dias

Passos Coelho e Paulo Portas participam no Congresso do Partido Popular Europeu em Marselha

Os líderes do PSD, Pedro Passos Coelho, e do CDS-PP, Paulo Portas, participam no Congresso do Partido Popular Europeu que começa hoje em Marselha, juntando-se a outros líderes europeus como Durão Barroso, Nicolas Sarkozy e Angela Merkel.

O encontro acontece na véspera do Conselho Europeu de quinta e sexta-feira e dias depois de o Presidente francês e a chanceler alemã terem afirmado esperar que, até março, os 17 países da Zona Euro cheguem a acordo sobre um novo tratado europeu que inclua "sanções automáticas" para aqueles que desrespeitarem o limite estabelecido para o défice, e em vésperas de mais um Conselho dos 27 em torno da dívida europeia e da situação económica da Europa.

O ministro dos Negócios Estrangeiros e presidente do CDS-PP, Paulo Portas, vai intervir no congresso hoje de manhã, num espaço dedicado às recentes revoluções no mundo árabe. Nesta mesa redonda, intervirão também Youssef Amrani, secretário-geral para a União para o Mediterrâneo, e Franco Frattini, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália.

Paulo Portas irá a Marselha acompanhado por Luís Queiró, que tem o pelouro dos assuntos internacionais no partido, o secretário-geral António Carlos Monteiro, o porta-voz João Almeida, estando ainda presentes os eurodeputados Nuno Melo e Diogo Feio.

Já o primeiro-ministro e líder do PSD, Pedro Passos Coelho, deverá discursar no Congresso do PPE na quinta-feira ao início da tarde.

Por sugestão da UMP, o partido de Nicolas Sarkozy, e do presidente do PPE, Wilfried Martens, o XX congresso de líderes populares europeus vai discutir o documento "fazer avançar a Europa".

O PPE vai também, durante estes dias, realizar a sua cimeira ordinária de chefes de Estado e de Governo na preparação do Conselho Europeu.

O Presidente da Arménia, Serzh Sargsyan, é convidado especial no congresso.

http://www.ionline.pt

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A Natureza-Morta na Europa: Séculos XIX-XX (1840 - 1955)

A Perspectiva das Coisas. A Natureza-Morta na Europa
Segunda parte: Séculos XIX-XX (1840 - 1955)
21 de Outubro de 2011 a 8 de Janeiro de 2012
Galeria de Exposições da Sede da Gulbenkian, em Lisboa


Dando continuidade à exposição apresentada em 2010 sobre o tema da natureza-morta na Europa, a segunda parte será dedicada à modernidade do século XIX e às alterações fundamentais ocorridas na primeira metade do século XX.

A renovação do interesse pela natureza-morta por parte dos artistas da vanguarda francesa será documentada através das obras dos Realistas e também da nova linguagem do Impressionismo. Em exposição estará uma peça-chave deste contexto, a Natureza-Morta de Claude Monet, que faz parte das colecções do Museu Calouste Gulbenkian. A natureza-morta foi, no final do século XIX, tema que interessou de sobremaneira os pintores Pós-Impressionistas como Cézanne, Van Gogh e Gauguin, que estarão representados através de obras de referência.

A exposição demonstrará como a natureza-morta, enquanto género pictórico, se transformou em veículo de uma experimentação ainda mais radical com Picasso, Braque e Matisse. Poder-se-á entender como permitiu a alguns artistas um olhar reflexivo sobre a sociedade contemporânea, enquanto outros se envolveram nas novas realidades da experiência subjectiva, como é o caso de Magritte e Dalí. A fragmentação e reinvenção da própria categoria de natureza-morta serão exploradas através da amostragem de peças escultóricas ou de objectos de uso corrente transformados em obras de arte.

Eis a viagem que é proposta através dos vários tempos e geografias da natureza-morta na pintura ocidental, ilustrada com obras maiores dos autores que mais reflectiram sobre este género. A natureza-morta foi sem dúvida pretexto para as indagações dos pintores e é hoje motivo de fascínio para o público em geral. A exposição será comissariada por Neil Cox, Professor da Universidade de Essex, especialista em arte francesa do século XX, com tese de doutoramento sobre Picasso e uma vasta obra publicada bibliografia.

http://www.museu.gulbenkian.pt/exposicoes.asp?lang=pt

Para andar para a frente.

Alemanha e França apresentam linhas de um acordo para salvar a moeda única.

Os líderes da Alemanha e de França chegaram ontem a um acordo genérico para regras orçamentais mais duras e punitivas na União Europeia, que entendem ser um dos passos para a resposta global à crise na zona euro. Angela Merkel e Nicolas Sarkozy apresentarão este acordo para aprovação dos restantes países europeus na cimeira da próxima sexta--feira, considerada crítica para a sobrevivência da moeda única. Num sinal de pressão adicional sobre a zona euro, a Standard&Poor’s, a maior agência de notação financeira do mundo, avisou ontem os seis países mais sólidos da zona euro que passa a haver 50% de probabilidades para um corte do rating.

Na cimeira os países do euro serão pressionados a aceitarem o acordo, de que a Alemanha não abdica para ceder a assistência temporária do Banco Central Europeu aos países em maiores dificuldades no mercado de dívida. Os restantes países do grupo dos 27 têm até sexta-feira para decidir se querem fazer parte do grupo com um Pacto de Estabilidade e Crescimento reforçado.

“Veremos se será com 17 ou com 27”, afirmou ontem Nicolas Sarkozy, ao lado de Angela Merkel, na conferência de imprensa conjunta em Paris. “Mas vamos em frente a todo o vapor para reestabelecer a confiança no euro e na zona euro”, acrescentou.

Por outras palavras, membros como o Reino Unido e a Polónia podem bloquear as mudanças no universo a 27 – fora do euro –, mas os estados da zona euro não têm margem para fazê-lo, o que colocará problemas aos governos da Irlanda e da Holanda, que poderão ser forçados pela pressão política interna a realizar um referendo (de resultado incerto). Os países fora do euro que aceitarem o acordo são livres de o fazer.

Ir “em frente a todo o vapor” significa alterar parte da arquitectura actual da zona euro, transferindo mais soberania para a Comissão Europeia e reforçando o carácter austeritário do antigo Pacto de Estabilidade e Crescimento. O acordo implica ampliar o poder de vigilância orçamental (retirando margem aos estados na política orçamental), instaurar um esquema de pesadas sanções automáticas para quem falhar os objectivos e pagar integralmente a dívida pública da região, sem partilha de riscos com os credores privados.

Os líderes das duas maiores economias europeias assumiram que na actual situação de emergência para o euro a aliança franco-alemã tem “importância estratégica”. França acabou por ceder na questão da vigilância orçamental e das sanções automáticas (embora tenha conseguido que o Tribunal Europeu de Justiça não ganhe poderes para rejeitar orçamentos nacionais). Os franceses cederam, também, na questão da emissão conjunta de dívida, as chamadas eurobonds – França e Alemanha não darão qualquer sinal nesse sentido na próxima sexta-feira.

A posição alemã cedeu na questão da obrigatoriedade da imposição de perdas aos credores privados nos casos de futuros resgates financeiros a países do euro. Esta partilha de risco era visto como um dos factores que alimentou o receio e a desconfiança dos mercados. “A Grécia é e será a excepção”, afirmou Merkel. “A mensagem para os investidores em todo o mundo é de que na Europa nós pagamos as nossas dívidas”, juntou Sarkozy.

As notícias da existência de um acordo e a aprovação no domingo de um pacote de austeridade em Itália (e de outro ontem na Irlanda) geraram ontem uma reacção positiva no mercado de dívida, com os juros de Itália a dez anos a caírem abaixo de 6%. A reacção positiva esmoreceu no final do dia, quando a S&P colocou a Alemanha, a França, a Holanda, a Áustria, a Finlândia e o Luxemburgo (os seis países do euro com nota máxima AAA) em vigilância negativa, citando como justificação o agravamento da crise na zona euro e a falta de previsibilidade e de progressos na sua resolução. Um corte dificultaria o financiamento de futuros pacotes de resgate europeus – afectando os juros suportados, por exemplo, por Portugal no empréstimo da troika.


http://www.ionline.pt/mundo/merkozy-ultimato-quem-quer-estar-no-clube-da-austeridade

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Com todo o respeito


por Miguel Brito

A tartaruga que viajou em classe executiva

Há notícias que me comovem.  No jornal da uma, conta-nos que uma tartaruga em vias de extinção e rara, proveniente do México, ia ser devolvida ao seu “habitat” natural.
Primeiro louvo o trabalho de quem trabalha com animais: logo com tartarugas!
Além dessa nobreza de os cuidar, alimentar e proteger, a tartaruga engordou vinte e tal quilos, o que me chamou atenção foi a viagem da tartaruga ter sido na TAP, uma companhia em vias de extinção e que ao contrário da tartaruga não foi encontrada abandonada, mas que se preparam para a abandonar!
A tartaruga foi em classe executiva para chegar bem ao seu destino, foi preciso desocupar o avião, tirar duas filas, para que a tartaruga fosse confortavelmente!
Ora, a missão da tartaruga está cumprida é para o seu habitat que ela tem que ir!
E a TAP? Para onde segue, para a Alemanha? Para Madrid?
E não aparece ninguém, como aquele tratador que cuidou a tartaruga como um filho e o levou para o seu destino?
Não aparece ninguém que arrume a TAP? Que tire e ponha lugares para que ela possa chegar a bom porto?
Ano 2060, foi hoje anunciado pela estação alemã que  A TAP (transportes aéreos portugueses) foi devolvida ao céu de Angola, Cabo Verde, Moçambique, Macau e Brasil por um excêntrico coleccionador de relíquias de origem chinesa.


Itália: Ministra do Trabalho chora ao apresentar medidas de austeridade

Sentada ao lado de Mario Monti, Elsa Fornero tinha como missão apresentar as medidas de austeridade aplicadas à pasta que tutela.(...) A ministra do Trabalho começou a lacrimejar enquanto apresentava o plano delineado pelo governo tecnocrata de Monti.

A palavra foi retomada pelo primeiro-ministro, que teve menos dificuldades em explicar aos italianos os sacrifícios aos quais a partir de agora ficam sujeitos.

O grosso das medidas que Elsa Forneso tinha de apresentar aplica-se à reforma das pensões – aumento da idade de reforma, cálculo da pensão aplicado apenas às contribuições, incentivos à permanência no trabalho até aos 70 anos, entre outras.

http://sol.sapo.pt/inicio/Internacional/Interior.aspx?content_id=35454

domingo, 4 de dezembro de 2011

Outro Ponto de Vista


por Acácio de Brito

 “Se és capaz de preencher o minuto que foge Com sessenta segundos de tarefa acertada (Kipling, If)

A pretexto da greve “geral” realizada, republico, com algumas nuances, crónica anterior que versa sobre a administração pública, por razões de ter sido este o sector que participou, de forma mais aguerrida, na referida jornada de luta.
A administração pública precisa de reformas urgentes para se transformar num espaço mais eficiente e com utilidade para os cidadãos.
O país já não suporta uma visão burocrática que não é capaz de dar resposta cabal às responsabilidades e competências que o Estado assumiu perante a sociedade. Nomeadamente, quando o mundo privado, que tem no aproveitamento das oportunidades de lucro o “leitmotiv”, procura manter uma estrutura competitiva com capacidade de resposta aos sinais que recebe do mercado.
É condição necessária e suficiente para o sucesso, no universo privado, que as hierarquias sejam responsáveis e responsabilizadas pelos resultados, obrigando-as a empregar os colaboradores no local e na forma onde sejam mais eficientes. Numa economia de mercado, esta dimensão instrumental, mas essencial, implica que as pessoas obtenham posições sociais e laborais compatíveis com as suas capacidades e dedicação.
A visão moderna, tecnocrática na sua essência, procura constatar e defender de forma racional que o mercado de trabalho deve procurar encaixar em cada emprego o colaborador mais adequado, aquele que apresenta maior mérito. Encontrada e desejada a meritocracia, por que não também envolvê-la
e implicá-la no sector da administração pública? Constatamos o ressurgimento deste modelo a seguir para a administração pública, que não deve ser complementada pela (re)definição dos cargos directivos de confiança político-partidária, porque é errada nos pressupostos e nas consequências! No modelo actual, não tem utilidade para o cidadão que cada funcionário ou cada unidade do Estado passe a responder pela respectiva produtividade, pois é o serviço a determinar a satisfação dos cidadãos e não o seu contrário. Não obstante, a função pública não terá reforma possível enquanto só responder a sinais endógenos e não se sujeitar à regra mater do mercado: o utente em primeiro lugar. Até porque o funcionamento deficiente da administração pública fica a dever-se, sobretudo, ao facto de não depender da satisfação das necessidades da pessoa. Para alterar este regime anacrónico de desenvolvimento, deve a administração passar a ser sujeita a uma concorrência que lhe possa servir de lenitivo. Finalmente, não é o sistema burocrático que tem de ser sujeito a liberalização, mas sim muitos dos serviços que
o Estado presta em exclusividade, sem outra razão que não seja a de perpetuar o poder e o “mérito” de políticos burocratizados.
O Estado tem todas as razões para regenerar-se, emagrecendo e colocando, aí sim, a meritocracia dos seus servidores ao dispor do cidadão e contribuinte. Não basta copiar modelos, não é suficiente o recurso a teorias de “management”, se não inteligirmos o essencial. Mudar para que tudo fique na mesma tem sido a prática recorrente, com consequências gravosas para todos nós.

Diário do Minho,  3 de Dezembro
www.diariodominho.pt

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Com todo o respeito


por Miguel Brito

As eleições para os órgãos representativos da concelhia da Juventude Socialista de Braga, mostram bem a assertividade da escolha de “Braga – Capital Europeia da Juventude”; quando dizem que os jovens estão afastados da política, a “secção” júnior de Braga, dá um exemplo de participação e de cidadania.
De um colégio eleitoral a passar os dois milhares de inscritos, cerca de 1.300 foram votar e escolher – uma espécie de primárias – das eleição do PS para o futuro Presidente da Câmara de Braga, que depois de sufragado pela secção sénior e confirmado pelo senado composto por Presidentes de Junta, é apresentado ao povo!
É um processo de escolha inédito, a recordar os hambúrgueres gourmet H3, com carne sem sabor, para ser apresentado a um povo sem dentes, mas com uma campanha de marketing forte!
A campanha foi animada e ordeira, e a equipe de juniores do Merelim foi em massa a votos. Um mais afoito ainda gritou: golooooo!
Da bancada o mestre: olha o respeito, somos Capital da Juventude e o futuro é dos jovens e a malta aplaudiu.

Simples e claro

CDS-PP vota com "convicção" Orçamento do Estado para 2012

O voto do CDS-PP no Orçamento do Estado para 2012 é feito com “convicção” perante um documento que mostra ser “difícil”. Quem o afirma é Paulo Portas que falou ainda de um orçamento que “tem de ser cumprido”(...). Já esta madrugada e depois da reunião da comissão política nacional do CDS, o líder dos centristas saudou ainda o esforço de diálogo demonstrado pela maioria ao longo do debate que hoje chega ao fim com a votação final global do documento no Parlamento.


Paulo Portas voltou esta madrugada a pronunciar-se sobre o Orçamento do Estado para 2012 para considerar que o seu partido irá votar no dia de hoje na Assembleia da República "com convicção" e favoravelmente um documento "difícil", mas que "tem que ser cumprido".

No final da reunião da comissão política nacional do CDS, que decorreu na sede do partido, no largo do Caldas, em Lisboa, Paulo Portas explicou que a votação favorável e com convicção no Orçamento se deve ao facto de “Portugal ter sido levado a uma situação em que foi obrigado a pedir emprestado dinheiro para poder pagar salários e pensões e evitar uma rutura no sistema financeiro".

Para o líder dos centristas a aprovação deste orçamento, “que é difícil, mas tem que ser cumprido", é "um passo muito significativo" para "libertar" Portugal da "situação de dependência externa em que foi colocado".

Portas salienta ainda a forma como decorreu a discussão do orçamento e o diálogo que foi conseguido para que o documento fosse ao encontro de parte das reivindicações do PS.

"Antes não havia maioria absoluta, e portanto o diálogo era necessário, e havia pouco diálogo. Desta vez há uma maioria que é clara, que é estável, que é duradoura, mas o Governo e a maioria tiveram abertura para fazer gestos e tomar decisões e fazer propostas que iam encontro de temas que o principal partido da oposição tinha reclamado como mais importantes", sustentou.

Para o líder do CDS é importante salientar a "ética social na austeridade", contida no documento e que está patente, nomeadamente, no descongelamento das pensões mínimas.

http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?t=CDS-PP

Ministros das Finanças chegam a acordo sobre alavancagem do FEEF

Os ministros das Finanças da Zona Euro chegaram a acordo sobre uma parte da alavancagem do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), que passará a oferecer "seguros" contra o risco de obrigações soberanas do euro. Mas foram forçados a admitir que ainda não conseguiram chegar ao bilião de euros que julgam necessário para proteger a moeda única. Para isso é preciso a ajuda do FMI.

O FEFF tem actualmente a capacidade de disponibilizar 440 mil milhões de euros, mas terá de ser capaz de alavancar este valor em mais 250 mil milhões de euros, revela um comunicado hoje divulgado pelo FEEF e citado pela Bloomberg.

E apesar de Klaus Regling não ter avançado com um valor final da capacidade do FEEF, considerando que era impossível saber, Jean-Claude Juncker, presidente do Eurogrupo, revelou, em conferência de imprensa, que a capacidade do FEEF será inferior a um bilião de euros.

As opções estão “desenhadas para aumentar a capacidade do FEFF para que os novos instrumentos disponíveis possam ser usados eficientemente”, afirma Klaus Regling (na foto), presidente do FEEF, citado no comunicado.

O acordo a que hoje os ministros das Finanças chegaram inclui um “seguro”. O FEEF poderá emitir certificados que vão oferecer uma protecção sobre as novas emissões de obrigações por parte de estados-membros, explica o comunicado.

Juncker revelou ainda que a Zona Euro vai analisar a possibilidade de impulsionar os recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI) através de empréstimos bilaterais. “Acordámos explorar rapidamente um aumento dos fundos do FMI através de empréstimos bi-laterais”, para que desta forma “o FMI possa de forma adequada” acompanhar a alavancagem do FEEF “e cooperar mais de perto” neste processo, adiantou durante uma conferência de imprensa após a reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro.

Uma das vias que tem sido explorada nos bastidores passa por o Banco Central Europeu (BCE) abrir uma linha de financiamento para o FMI, passando a ser este a intervir directamente na Zona Euro. Mas a Alemanha e o Bundesbank têm levantado objecções.

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=522795

Irão

Oslo, 30 nov (Lusa) - A Noruega fechou a embaixada em Teerão, capital do Irão, na sequência do ataque e o saqueamento da missão britânica por manifestantes islamitas, anunciou hoje o governo norueguês.

O pessoal diplomático norueguês ainda está em Teerão e ainda não foi tomada qualquer decisão sobre a evacuação da embaixada, declarou Hilde Steinfeld, uma porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros norueguês.

"A embaixada foi fechada ontem [terça-feira] depois do ataque da embaixada britânica", afirmou. "Nós avaliamos a situação permanentemente", disse quando foi questionada sobre a duração do encerramento.

http://aeiou.visao.pt/irao-noruega-fechou-embaixada-em-teerao=f636383#ixzz1fBEW4qAc

terça-feira, 29 de novembro de 2011

« Il y a bien un architecte »

[Última entrevista a Danielle Mitterrand, viúva de François Mitterrand, antigo Presidente da República de França]

Danielle Mitterrand : l'ultime interview

Danielle Mitterrand est décédée dans la nuit de lundi à mardi. Nous l'avions rencontrée à son domicile le 27 octobre dernier à l'occasion des 25 ans de France Libertés.

C'est une femme fragile, mais au regard intense et lumineux qui nous a reçues le 27 octobre dernier à son domicile rue de Bièvre. Elle était fatiguée. Elle avait souhaité donner deux ou trois interviews, pas plus, pour célébrer les 25 ans de France Libertés, sa fondation et son combat. Elle voulait vraiment parler à La Vie, nous avait confié sa responsable de communication. Elle nous avait choisi.
Interview testament ? C'est le sentiment que nous avons eu, Corine Chabaud et moi-même, lorsque deux heures durant, l'ex-première dame de France, a accepté de relire pour nous le fil de sa vie. De l'enfance heureuse dans une famille unie et viscéralement engagée, à la Résistance jusqu'à la vie aux côtés de "François" puis du Président. Vie faite des abnégations que l'on sait, dans cette étrange existence d'épouse publique qui a dû partager avec une autre, mais une vie aussi faite de combats personnels, parfois contraires à la raison d'État et à la prudence, pour la dignité, la justice, le pacifisme. Sincère, passionnée, pleine d'humour mais aussi touchante souvent dans ses aveux de fragilité, Danielle Mitterrand n'a esquivé aucune question. Et dans l'extrême sobriété, quasi monacale, d'un rez de jardin rue de Bièvre, en cette veille de Toussaint, la conversation a roulé aussi sur sa compassion pour la souffrance depuis toute petite et sur ce lien inextinguible que l'on entretient avec ses morts. Par delà le doute.


Élisabeth Marshall



« Je suis agnostique. Je doute »

Danielle Mitterrand a décidé d'accorder à La Vie sa dernière interview. Pourquoi ? "Je lui ai fait plusieurs propositions. Elle a choisi La Vie car elle a toujours trouvé que c'était un magazine très respectueux, à l'esprit positif" nous disait hier matin son attachée de presse. Lors de ce long entretien le 27 octobre, à son domicile rue de Bièvre, Danielle Mitterrand semblait fatiguée -elle toussait beaucoup, mais surtout sereine. Comme une femme engagée au parcours cohérent qui a le sentiment du devoir accompli. Voici un extrait de l'interview qu'elle nous a donnée. Nous la publierons en intégralité dans La Vie daté du 24 novembre.

Quel est le fil conducteur de vos combats ?

L’affection. Les liens avec tous ces gens que j’ai soutenus. Je me suis beaucoup investie auprès des Kurdes. Je leur ai rendu visite, par exemple dans la ville d’Halabja où la population avait été gazée. C’était atroce. Nous sommes parvenus à faire sortir beaucoup d’orphelins des camps. Ce dossier m’attendrit, car ce sont des enfants qui ont tout perdu. Souvent, ils m’appellent « maman ». Cela ne me déplaît pas. Je parle. J’écoute même les gens qui n’ont pas les mêmes idées que moi. J’ai un gros défaut : j’aime être aimée. En revanche je n’apprécie ni le vedettariat ni l’adulation. Le dalaï-lama m’a rendu un bel hommage. Il a salué ma vie pleine de sens. Je l’aime beaucoup. Il rit tout le temps. Il estime qu’aucun problème ne doit nous abattre, qu’il présente ou non une solution. Autrefois, j’ai aussi apprécié la rencontre avec sœur Emmanuelle : elle agissait, mettait les gens face à leurs responsabilités. Pas comme Mère Teresa, qui faisait plutôt de la charité. Il y a Fidel Castro aussi, à qui j’ai dit mes quatre vérités, au sujet de la peine de mort et des prisonniers politiques cubains. Un jour, je lui ai demandé : « Comment pouvez-vous supporter d’entendre mes critiques ? ». « Parce que je vous aime bien ». J’ai rencontré aussi Mumia Abu-Jamal dans le couloir de la mort en Pennsylvanie en 1999. Je me souviens du bruit terrible des portes qui se referment… Comme François, je suis contre la peine de mort et la loi du talion. C’est pourquoi je me réjouis que la condamnation à mort de ce militant noir américain soit depuis peu commuée en détention à perpétuité. Même si passer sa vie en prison n’a rien de réjouissant.

Croyez-vous comme votre mari aux forces de l’esprit ?

Oui, il m’a peut-être influencée dans ce sens. Je suis agnostique. Je doute. Je ne crois pas en Dieu car je pense qu’il a été fabriqué par les hommes qui avaient besoin de lui. Mais devant la naissance d’un enfant, ses petits doigts si bien dessinés… Je me dis : « il y a bien un architecte ». Ou quand je vois ce que Jules Verne a imaginé, maintenant réalisé, je m’interroge. Le seul grand malheur que j’ai connu, c’est la mort de mon premier enfant, Pascal, à deux mois et demi, de maladie. Pour les autres, mes parents, François, je me suis résignée à leur disparition, car la vie est un cycle. Et je sens qu’ils sont là. Quand j’ai un gros problème, je pense à eux, je me sens reliée à eux. Comme l’eau nous lie à la terre. Pour François, je relis aussi beaucoup ses écrits, rangés dans la bibliothèque de ma chambre, envahie par les livres, notamment la nuit quand j’ai des insomnies. Il était visionnaire. En 1971, au congrès d’Épinay, il prônait déjà la rupture avec le capitalisme. Malheureusement, il n’y est pas parvenu. Nous avons perdu beaucoup de temps. Mais ce système est à bout de souffle. Sans doute pas loin de s’effondrer. Ah, si nous vivions comme Pierre Rabhi ! Un toit, un coin de terre où élever poules et lapins, comme lorsque mon père a perdu son travail pendant la guerre… Vive la sobriété heureuse !

Quel message souhaitez-vous laisser derrière vous ?

La vie est la valeur la plus importante. Le XXe siècle a apporté beaucoup de progrès en matière de technologies. Mais elles doivent être au service de la vie. J’attends que l’on sorte de la croissance, qui amplifie la pauvreté et les inégalités. Je milite pour une société nouvelle. L’argent rend fou. Il n’est pourtant qu’un outil. Il faut que les valeurs marchandes ne comptent que ce pour quoi elles doivent compter. Il faut que la peur recule. Aujourd’hui, on a peur de perdre sa maison, son travail, sa santé, d’aller dans la rue, de rencontrer son voisin. On a peur de vivre. À tort. Il faut bâtir un monde solidaire.

interview par Corine Chabaud
http://www.lavie.fr/actualite/france/danielle-mitterrand-l-ultime-interview-22-11-2011-22005_4.php

Comissão política do CDS reúne-se hoje

A comissão política nacional do CDS-PP reúne-se hoje em Lisboa para analisar a situação política, nomeadamente as alterações apresentadas pela maioria ao Orçamento, e o relatório do eurodeputado democrata-cristão Diogo Feio sobre as agências de notação.

O secretário-geral do CDS-PP, António Carlos Monteiro, defendeu à Lusa que as propostas da maioria permitiram melhorar a situação de "alguns milhares de funcionários públicos", apesar de o PS "não ter apresentado alternativas em matéria de redução da despesa".

"Na análise da situação política não deixará de ser dada a devida relevância ao facto de o Governo e a maioria terem dado extrema importância à coesão social interna e a credibilidade externa do país nas proposta na especialidade do Orçamento do Estado", disse António Carlos Monteiro.

"Apesar de o PS não ter apresentado alternativas em matéria de redução da despesa, a maioria conseguiu apresentar melhorias, poupando alguns milhares de funcionários públicos" aos cortes nos subsídios, acrescentou.

Por outro lado, o secretário-geral democrata-cristão salientou o IVA na taxa intermédia para as atividades culturais como outra das "preocupações expressas publicamente" que foi possível "acomodar".

Na proposta do Governo o IVA destas atividades subia da taxa mínima para a taxa máxima de 23 por cento, mas os grupos parlamentares do PSD e do CDS apresentaram uma proposta conjunta para que ficasse na taxa intermédia.

Outro dos pontos da reunião da comissão política do CDS será a discussão do relatório elaborado por Diogo Feio sobre as agências de notação financeira.

O relatório começou a ser elaborado depois de, no início de julho, a agência Moody's ter cortado em quatro níveis o rating de Portugal, colocando a dívida do país na categoria de "lixo".

Entre as propostas defendidas por Diogo Feio no documento está a abertura dos mercado a novos agentes, pois embora não exista qualquer prova ou queixa de violações das regras de concorrência, há um domínio da Moody's, S&P e Fitch, num funcionamento que "é claramente oligopolista". (...)

Outra das propostas que o eurodeputado faz no seu relatório diz respeito à transparência, preconizando que na próxima legislação sobre as agências de notação deve estar prevista a existência de prazos, o mais alargados que seja possível, para avisos prévios da publicação de notação".

O eurodeputado do CDS-PP, que irá utilizar o relatório como base para propostas que irá apresentar no Parlamento Europeu, advoga ainda a necessidade de ponderar a possibilidade de criar um sistema de avaliações independentes das dívidas soberanas, bem como "um sistema responsável por centralizar e sistematizar a informação relevante sobre as dívidas soberanas".

Por Agência Lusa, publicado em 29 Nov 2011

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Outro Ponto de Vista


Acácio de Brito
 “A Liberdade não é gratuita”

Já um ano passou e novo surto de contestação social emerge com uma radicalidade inusitada. Greve geral! Que sentido? Reconheço validade intrínseca nesta forma de protesto. Mas se, emocionalmente, a adesão a esta forma de luta pode parecer lógica, a racionalidade que deve imperar nas nossas escolhas impede-me de fazer parte dos inúmeros portugueses, muitos forçados e impedidos de se deslocarem ao seu local de trabalho, que optaram por esta forma de dizer basta. Não obstante, a situação que hoje vivemos tem a sua origem, o seu “pecado original”, no desvario, na irresponsabilidade e na mentira institucionalizada de quem teve a responsabilidade de governo. No anterior, e mesmo em alguns anteriores, de forma assumida e descarada. Quanto ao protesto, concordo com alguns dos seus pressupostos, mas ele deveria ser consequente. Nomeadamente, quando ainda não passaram seis meses, em que tantos deram, democraticamente, aos actuais detentores do poder uma nova oportunidade para fazer melhor fazendo bem, tentando resolver o verdadeiro problema que se situa, sobretudo, na competência ou, de outra forma, no sentido da responsabilidade de bem-fazer. Estes senhores que têm a responsabilidade democrática de fazer um bom governo, têm-no feito, nos últimos tempos, como prova o abono de confiança, cada vez maior, constatável nos nossos credores. Até porque existem soluções, que não passam pela gente que nos conduziu aos braços musculados do triunvirato, mas, sim, por quem propõe a verdade, competência, transparência e autoridade democrática, sem promessas vãs de coisa nenhuma.
E o caminho a trilhar deve ser de esforço, muito trabalho e equilíbrio. É possível e, sobretudo, desejável. Agora não devemos ouvir sequer os mesmos que ontem diziam uma coisa e hoje, com a mesma convicção, dizem o seu contrário. Não!
O tempo nem sequer deve ser para diagnósticos que já estão devidamente feitos. O momento deve ser de escolha, de exigência e intransigência com os que, prometendo o paraíso celestial na terra, nos oferecem o inferno terreno quotidiano.
E este desafio deve ser tratado em nome dos que hoje não têm emprego, não têm coisa alguma! Hoje temos pobres, nossos irmãos e constatamos a insensibilidade dos vários poderes em tratá-los não como um de nós, mas como um número, como um valor estatístico. NÃO! SÃO PESSOAS que choram, riem e sofrem como todos nós! Afinal, o Portugal moderno, com estradas e obras sem fim, é uma tragédia para tantos!
A resposta deve ser encontrada em três dimensões: (i) com uma educação que proponha uma escola exigente, competente e disciplinada; (ii) com uma justiça que não se embrulhe em jogos sindicais e mais ou menos palacianos; (iii) com uma classe política que seja expurgada dos seus piores, os corruptores de toda a nossa sociedade! Educando bem, com exigência e sem malabarismos “novo-oportunísticos”, com sentido de justiça e deixando o mercado funcionar com regras, a crise actual é potenciadora de um amanhã menos sombrio. Vereda com muitos escolhos, seguramente, mas sem trabalho, sem suor e algumas lágrimas não se chega a lado algum. Façamos uma greve geral a tudo o que temos,  indevidamente, utilizado! Os vindouros, que já estão aí, agradecem.

In DM 25/11

O dia-a-dia de uma criança manoba

Relato do padre Fausto Tentorio, martirizado em outubro nas Filipinas

Por Piero Gheddo

ROMA, sexta-feira, 25 de novembro de 2011 (ZENIT.org) - A vida do padre missionário Fausto Tentorio, martirizado no último 17 de outubro na ilha de Mindanao, nas Filipinas, é vislumbrada neste relato escrito por ele mesmo e publicado no boletim Mondo e Dintorni, do “laboratório missionário” de Lecco, em dezembro de 2001. É um texto de grande significância sobre o ambiente em que o padre Fausto viveu seus trinta anos de missão entre os manobo, uma tribo local. O testemunho poderia ser lido para os nossos jovens nas escolas, para terem uma ideia do quanto são privilegiados em contraste com a realidade de outros jovens de lugares distantes.

Neste 11 de novembro, o padre Fausto recebeu postumamente a Medaglia d’Oro alla Memoria, do governo da Lombardia.

Segue seu relato.

“Vou narrar um dia na vida de uma criança manoba, no decurso do ano escolar que dura aqui dez meses, do início de junho até o final de março, tirando os sábados e domingos.

A jornada começa cedo. Eles costumam levantar ao canto do galo, entre as quatro e cinco da manhã, dependendo de quantos quilômetros cada um tem que andar até chegar à escola. Assim que acordam, antes ainda de levantar, eles se estiram no estrado para vencer o frio que penetra pelas paredes da choça, feitas de varas entrelaçadas de bambu. Pouco depois, afastam o pedaço de pano que lhes serviu de cobertor e pulam do leito forrado de palha.

Já de pé, sem parar de se mexer, eles sacodem a esteira sobre a qual dormiram, quase sempre roída pelos ratos que, nessas paragens, já são de casa. E a recolocam sobre o estrato de varas de bambu, que ficará erguido durante o dia.

No lusco-fusco de antes da aurora, porque só amanhece entre as cinco e meia e seis da manhã, eles começam seus afazeres do lar. Se é menina, ajuda a mãe a fazer o fogo, varrer o chão, preparar de comer ou cuidar dos irmãozinhos caçulas. Se é menino, ajuda o pai a trazer lenha, buscar água e levar o pasto para a criação – búfalos, cavalos, cabras –, se é que possuem alguma.

Despachadas as tarefas, eles vão se lavar na fonte ou no rio. Quase nunca têm sabonete: eles pegam uma pedra áspera e a esfregam na pele, tratando de arrancar o sujo. Lavam a roupa ali mesmo, também sem sabão e sem nada, torcem-na e voltam a vesti-la.

De volta em casa, preparam-se para a escola. Tiram a roupa lavada e a estendem: até o meio-dia vão ficar enxutas. Botam o uniforme da escola e olham se a mãe cozinhou alguma coisa para o café. Se tem, é batata doce fervida, e se não tem, eles pegam o pouco que vão levar à escola para almoçar: milho moído grosso ou arroz cozido. Rara vez vai de acompanhamento um peixe seco ou salgado, meio ovo cozido em água fervente, ou só sal puro, mesmo. E tudo é transportado enrolado numa folha de bananeira.

É hora de preparar a “mochila”, ou o saquinho de plástico, botando dentro a comida, um caderno, uma caneta e um lápis. Estão prontos para partir às seis ou às sete, conforme a lonjura da escola, e vão se chamando aos gritos enquanto passam na frente das cabanas das outras crianças. Caminham para a escola todos em grupo, os pés descalços e os calçados na mão, para tentar não gastar a sola, colinas acima e abaixo e atravessando torrentes sem ponte, debaixo de chuva ou de sol, por cima do barro ou do pó, percorrendo uns cinco, seis quilômetros.

Na escola, enxugam o suor com a mão e fazem fila para o iça- bandeira e o hino nacional. São as 7h15. Depois do hino, eles encaram dez minutos de ginástica, embora tenham recém-andado seis quilômetros a pé, limpam o jardim da escola e as salas e, finalmente, às oito, vão para a aula. Cada um tem a carteira que ele próprio teve que fazer e trazer de casa no começo do ano. Em cinquenta metros quadrados, cinquenta crianças se reúnem. Ou mais. Alguns, que ainda não fizeram a própria cadeira, ficam sentados no chão.

As aulas são em tagalog, a língua nacional, ou no dialeto das professoras (sebuano ou ilongo), com alguma frase de vez em quando em inglês. Seja como for, para os pequenos manobos são todas línguas estrangeiras, como são estrangeiros seus companheiros não manobos. Os primeiros meses de aulas são, por isso, duros de verdade: eles se sentem como peixes fora d’água. Se conseguirem resistir, pode ser que eles continuem na escola. Senão, vão largar as aulas e depois será difícil retornarem. As professoras, de qualquer forma, só acompanham os mais interessados.

Às 9h45 há um intervalo de quinze minutos e as crianças saem da escola para respirar um pouco. Quem não tomou café começa a sentir o estômago rosnar e não resiste à tentação de abrir o pacotinho de comida trazida de casa, adiantando o almoço.

Depois, ao meio-dia, Deus dirá... Às dez, eles voltam às aulas até as 11h30, quando param de novo até a uma. A hora mais importante é o almoço, para quem não comeu antes, e ele é consumido em no máximo dez minutos. O resto do tempo eles usam para uma soneca embaixo de alguma árvore ou para brincar.

A tarde é mais difícil. O sono começa a pesar, especialmente para os que acordaram às 4h30. Aproveitando mais um breve repouso, às duas e meia da tarde, eles dão uma olhada no tempo. Se ele não está de cara boa e eles moram longe ou têm rios para atravessar, vão já pegando a sacolinha plástica, sapatos na mão, e, muitas vezes sem avisar a professora, voltam a pé para casa, torcendo para não topar com nenhuma cheia nos rios. Se o tempo é bom, eles ficam na escola até as quatro.

Quando voltaram para casa, guardam as coisas a salvo dos ratos, tiram o uniforme, botam de volta aquelas roupas que tinham lavado de manhã e escondem os calçados num cantinho da choça, esperando que os cachorros não os peguem para brincar pela aldeia.

Depois de descansar um pouquinho, eles recomeçam as tarefas domésticas. Meninas ajudam a mãe a fazer a janta e cuidam dos irmãozinhos. Meninos ajudam o pai a tratar os bichos, buscar água e pegar lenha. Lição de casa? Nem pensar! Perto das seis, quando a noite começa a cair, eles jantam: batata doce, arroz ou milho cozido na água. Se tiver, alguma verdura e peixe salgado. Carne é um luxo. Às sete já está escuro e é tempo de estender a esteira na palha para dormir de novo. Não é incomum que as crianças cheguem tarde da escola e adormeçam no chão, pulando o jantar.

É a vida dos pequenos manobos.

O que eles querem? O que eles esperam? Às vezes, é difícil para eles mesmos dizer.

Eles não têm muita chance de escolha, mas, devagarinho, estão entendendo que é importante estudar, saber ler e escrever, aprender o idioma e, principalmente, fazer parte da sociedade. Quem se fechar em si mesmo estará perdido.

Um duro desafio para as crianças, mas, com a ajuda de vocês, nós esperamos que elas tenham um futuro mais luminoso.

Fausto Tentorio

Espanha e os valores cristãos

Espanha: haverá uma reviravolta legislativa a favor dos valores cristãos?

Fala o especialista Rafael Navarro-Valls, professor da Universidade Complutense de Madrid

por Nieves San Martín

MADRID, quarta-feira 23 de novembro de 2011 (ZENIT.org) – Entrevistado pelo Zenit o professor Rafael Navarro-Valls ofereceu uma visão geral sobre o atual panorama moral da Espanha e sobre uma possível mudança legislativa sobre questões relativas aos valores cristãos.

Rafael Navarro-Valls, professor na Faculdade de Direito da Universidade Complutense de Madrid e secretário-geral da Real Academia Espanhola de Jurisprudência e Legislação, colabora regularmente com ZENIT no que diz respeito à questões de direitos humanos e da relação com a "Antropologia e a fé cristã, de acordo com a Doutrina Social da Igreja.

Nesta entrevista o advogado enfrenta concretamente as novas perspectivas jurídicas em matéria de tutela dos nascituros, o assim chamado "matrimônio entre pessoas do mesmo sexo," a queda de governos no mundo por causa da crise econômica sem recorrer às urnas, o possível déficit da democracia, e a questão de como remediar a erosão do sistema ecológico moral de um país.

O senhor acredita que temos que lidar com uma reforma da Constituição para questões como a defesa do nascituro? Ou seria suficiente uma reforma das leis em questão?

- Rafael Navarro-Valls: Em termos de tutela da vida humana há um movimento constitucional orientado a acolhê-la de um modo ou de outro. Assim, 18 estados mexicanos em um período relativamente curto de tempo mudaram suas constituições para proteger a vida desde a concepção até a morte natural. Algo semelhante aconteceu na Europa com a constituição da Hungria, que define o matrimônio como "união entre um homem e uma mulher," protege a vida do nascituro desde a concepção até a morte natural, e proíbe a eugenética. Na Espanha, a mudança da Constituição exige uma mudança no processo legislativo tão complexa, que parece mais apropriado reformar a legislação ordinária, começando de uma visão sobre os direitos humanos muito mais rigorosa, que impeça que o aborto seja concebido como um direito. Deve-se evitar que devam ser financiadas pelos contribuintes e também que seja acessível à qualquer menor sem o consentimento dos parentes.

Embora seja uma realidade muito pequena no nosso país, como se poderia resolver a questão do assim chamado "matrimônio entre pessoas do mesmo sexo"?

- Rafael Navarro-Valls: "É minoritário, não apenas no sentido sugerido pela pergunta (um número relativamente pequeno de matrimônios entre pessoas do mesmo sexo), mas também no cenário mundial. Atualmente, existem exatamente 193 países membros da ONU. Destes, somente 10 o contemplam. É natural que seja assim, porque a própria noção jurídica de matrimônio (união destinada, entre os outros, à procriação) o exige. Na Espanha, os órgãos jurídicos mais qualificados (Conselho do Estado, Conselho do poder Judicial, Real academia de jurisprudência, etc.) Rejeitaram por unanimidade o conceito de matrimônio da união entre pessoas do mesmo sexo. Até mesmo um conhecido homossexual espanhol (grande escritor e político), no debate antes das eleições recentes, disse que compartilhava esta idéia. Por esta razão, a maioria das legislações se orientaram à uma união civil de escopo amplo, que inclui a convivência entre pessoas do mesmo sexo. (...)

O senhor acha que os recentes desenvolvimentos, com poderes econômicos que fazem cair governos, são na realidade uma redução da soberania dos povos e pressupõem uma democracia deficitária, sujeita aos ditames do mercado supranacional?

Rafael Navarro-Valls: A criação da União Europeia tornou muito mais estreito os laços entre as Nações e ampliou o conceito de "mercado comum". Isso cria uma série de benefícios econômicos para os países membros e, portanto, uma ênfase da globalidade entre eles. Mas o "mercado" não sendo a panacéia de todos os bens, organiza de tal modo que as consequências negativas da crise sejam transmitidas com maior intensidade no interior do "mercado". Este déficit democrático não é uma necessidade, mas é uma das possíveis regras do jogo. Desde que seja transitória, deve ser considerada como uma “emergência”, não como um deficit. Algo similar às medidas tomadas por Roosevelt nos Estados Unidos para limitar o desastre do 'crack' de 1929.

O senhor acredita que as medidas legislativas para solucionar a erosão do sistema ecológico moral de um país sejam suficientes?

- Rafael Navarro-Valls - Os advogados sabem que, em matéria de valores sociais, o Direito tem uma influência maior por meio daquilo que poderíamos chamar de sua atividade negativa. Isto é, por exemplo, podem ajudar a corroer o ecossistema familiar de forma mais eficaz do que restaurá-lo. Em outras palavras, as legislações têm sido muitas vezes mais eficazes contribuindo na consolidação das tendências desintegrantes da família do que em integrá-la. Às vezes, essas leis se consolidam em uma espécie de "experiências de não retorno", uma vez que tenham penetrado no tecido social. É uma tarefa difícil restaurar o tecido social corroído por Estados intervencionistas com uma conceituação da lei como um instrumento concebido para impor do alto uma moral ou uma "filosofia de vida." Sem uma atividade legal mais ou menos positiva. É necessária a ação conjunta de todos aqueles que estão implicados na ordem social (Igreja, sociedade civil, partidos políticos, indivíduos, etc.) para restaurar o equilíbrio perdido.

Neste sentido, Dante Alighieri tinha razão quando disse que: "os lugares mais quentes do inferno estão reservados para aqueles que em tempos de grandes crises morais mantêm a sua neutralidade."

Em defesa do casamento

Uma segunda chance para o matrimônio

Dicas de como reduzir os divórcios

ROMA, terça-feira, 22 de novembro de 2011(ZENIT.org) – As consequências negativas de casamentos destruídos são bem conhecidas. A recente publicação do Institute for American Values forneceu algumas sugestões de como reduzir este pesado fardo.

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“Segunda chance: Uma proposta para reduzir divórcios desnecessários”, escrito por William J.Doherty, professor da Family Social Science at the Univesity of Minnesota, e Leah Ward Searas, ex-chefe de justiça do Supremo Tribunal da Geórgia.

Na investigação, foi descoberto que existe uma forte evidência para a teoria de que muitos casais divorciados são bastante similares àqueles que permanecem juntos. O que contradiz o senso comum de que a maioria dos divórcios ocorre somente após muitos anos de conflito. Eles também descobriram que não é verdade a idéia de que, uma vez feita a petição de divórcio, os casais desconsiderem a possibilidade de reconciliação.

Os autores citaram algumas pesquisas realizadas nas últimas décadas, mostrando que, entre 50% e 60% dos divórcios ocorrem com casais que eram relativamente felizes e tinham baixo nível de conflito no ano precedente ao divórcio.(...)

Em muitas situações o número de divórcios poderia ser reduzido e isso seria um excelente benefício para as crianças.

- Existem evidências claras de que os pais são menos propensos a ter relacionamentos de alta qualidade com seus filhos.
- Crianças com pais divorciados ou não casados são mais susceptíveis a serem pobres.
- A mortalidade infantil é maior e, em média, as crianças têm pior estado de saúde em comparação aos colegas que têm pais casados.
- Adolescentes de famílias com pais divorciados são mais propensos ao abuso de drogas ou álcool, de entrar em conflito com a lei, e viver uma gravidez na adolescência.
- Crianças que vivem em lares com homens sem laços familiares correm maior risco de abuso físico ou sexual.
- Divórcios aumentam o risco de fracasso escolar e diminui a possibilidade de obter um bom emprego.
-Filhos de pais divorciados têm 50% a mais de chance de um dia terem seus casamentos fracassados.
-Nenhuma estabilidade.

Além disso, a expectativa de que após o divórcio o ex-cônjuge será livre para casar com outra pessoa, com quem será feliz, proporcionando aos seus filhos maior estabilidade, não é um resultado comum, apontou o relatório. A taxa de divórcios no primeiro casamento é de 40% a 50%, e para a segunda união é de 60%. Isso significa que as crianças passam por muitas transições familiares, aumentando cada vez mais as consequências negativas.

Os autores também demostraram que o matrimônio é mais do que apenas um assunto privado e que a estabilidade familiar, ou a falta dela, tem importantes consequências econômicas. Em recente estudo tendo por base um modelo econômico muito cauteloso, foi estimado que divórcios e gravidez fora do casamento custa aos contribuintes dos Estados Unidos no mínimo $12 bilhões por ano.

Analisando como este imenso dano social e econômico pode ser reduzido, o relatório alegou que é errado supor, que uma vez feita a petição de divórcio pelos casais, não há como voltar atrás. Em recente pesquisa foi demonstrado que 40% dos casais americanos já decididos pelo divórcio dizem que, um ou ambos, estão interessados na possibilidade de uma reconciliação.Infelizmente, afirmam os autores, os juízes e advogados de divórcios, normalmente, não fazem qualquer tentativa para promover a reconciliação, concentrando-se em uma resolução rápida para o processo.

Entre as evidências contidas no relatório, estava o resultado de uma amostra de 2.484 pais divorciados. A mesma demonstrava que cerca de um em cada quatro pais acredita que seu casamento ainda poderia ser salvo. O processo de divórcio dos pais envolvidos estava quase no final. Para casais que procuram o divórcio o percentual de abertura à reconciliação poderia ser bem maior, adicionaram os autores.

Recomendações

O relatório prosseguiu fazendo uma série de recomendações que poderiam ajudar a reduzir o número de divórcios.

O período de espera para o divórcio varia de estado para estado. Nos Estados Unidos, dez estados não tem prazo de espera, 29 tem prazo menor que seis meses, sete estados seis meses, e em cinco estados a espera é de um ano ou mais. O relatório sugeriu um período mínimo de um ano a partir da data de apresentação do divórcio até que ele entre em vigor.

Este adiamento poderia dar tempo ao casal para reconsiderar a decisão de se separar. Afinal de contas, muitos estados têm um período de espera para se casar, a fim de desencorajar as decisões impulsivas. Além disso, às vezes, a decisão de divorciar é feita em um momento de crise emocional, e uma pessoa em tal estado não pode pensar sobre as consequências do divórcio a longo prazo.

Junto com um período de espera é fundamental oferecer serviços para promover a reconciliação. Atualmente, afirmaram os autores do relatório, a qualidade dos aconselhamentos matrimoniais disponíveis em muitas comunidades é insuficiente.

Em muitos casos, os conselheiros matrimoniais não são adequadamente formados. Além disso, muitos conselheiros sentem que devem manter a neutralidade quanto à possibilidade do casamento terminar em divórcio ou não, o que não estimula a esperança para um casal à beira do divórcio.

Programas de educação para o aprimoramento do matrimônio, especialmente para aqueles em maior risco de divórcio, foi outra recomendação. Avaliações de alguns dos melhores programas têm mostrado que estes são bastante eficazes.

Estas e outras recomendações sugeridas no relatório se forem implementadas, devem ajudar a reduzir o número de divórcios, um resultado que seria benéfico para muitas pessoas e para a sociedade como um todo.

Por Pe. John Flynn, LC

Monumento à criança não nascida.

Un monumento al niño no nacido

En una ceremonia que contó con la presencia del ministro de Salud de la República Eslovaca Ivan Uhliarik, el 28 de octubre pasado se inauguró en la localidad de Nova Ves Bardejovske un memorial del niño no nacido

La estatua es obra del joven escultor eslovaco Martin Hudáčeka.

La iniciativa de la estatua es de un grupo de jóvenes madres eslovacas, conscientes del valor de la vida humana y de la necesidad de abolir el aborto.

El monumento expresa no sólo el pesar y arrepentimiento de la madre que ha abortado, sino también el perdón y el amor del niño por nacer hacia su madre.

http://www.religionenlibertad.com/articulo.asp?idarticulo=19166

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

É já neste fim-de-semana. Seja solidário.


Saiba mais: http://www.braga.bancoalimentar.pt/

S.O.S. Família

A ideologia do género, na sua escalada contra a família natural, obteve no ano passado uma importante vitória, com a aprovação parlamentar do casamento legal entre pessoas do mesmo sexo. Uma tal reforma subverteu, em termos legais, o matrimónio civil, agora equiparado à união de duas pessoas do mesmo sexo. Mas, como a lei em vigor não permite que estas uniões possam adoptar, está em curso uma tentativa de substituir o conceito de filiação pela volátil noção de «homoparentalidade».

A homoparentalidade significa, em termos práticos, que é pai ou mãe não apenas quem gera biologicamente, mas também – e esta é a novidade – o seu cônjuge. Assim sendo, nada obsta a que uma infeliz criança possa ter duas mães ou dois pais e, a bem dizer, até alguns mais.

São recorrentes o uso e o abuso do princípio da igualdade, como fundamento jurídico desta pretensão. Mas o casal natural – homem e mulher – está legitimado para adoptar não só por estar casado mas, sobretudo, por ser realmente um potencial pai e uma possível mãe. Ora tal não acontece quando são duas pessoas do mesmo sexo. Por isso, é lógico que não se lhes permita a adopção, que frustraria a legítima expectativa do menor, o qual não precisa de vários tutores, mas de uma verdadeira família, ou seja, de um pai e de uma mãe.

As uniões do mesmo sexo querem o privilégio de um estatuto parental não fundado na geração biológica, mas na sua relação conjugal. Como se o facto de ser casado com o pai, ou a mãe, concedesse a alguém o direito de ser mãe, ou pai, dos seus filhos!

Mas se, por absurdo, se viesse a concretizar esta ameaça contra a família e se concedesse esta aberrante benesse às uniões de pessoas do mesmo sexo, seria então necessário, por razão do dito princípio da igualdade, dar esse mesmo direito aos casais de pessoas de diferente sexo. Com efeito, se o marido do pai também é pai, com mais razão o deveria ser o marido da mãe. E se a mulher da mãe é mãe, também o deve ser a mulher do pai.

Mais: se o filho do progenitor é também, juridicamente, filho do cônjuge deste, tem de ser igualmente herdeiro dos ascendentes da pessoa que casou com seu pai ou mãe. Portanto, se o príncipe herdeiro do Reino Unido tivesse a infelicidade de «casar» com Elton John, o filho deste passaria a ser filho do príncipe e, como tal, herdeiro do trono britânico, apesar de não ter nenhuma relação de parentesco com os referidos monarcas! Seria cómico, se não fosse dramático.

Na realidade, a homoparentalidade, ao substituir a filiação natural, destrói as noções de paternidade e maternidade. Porque ou a filiação legal está fundada na geração, ou então as palavras «pai» e «mãe» deixam de fazer sentido e nem sequer se distinguem. De facto, por que razão o marido do pai, ou a mulher da mãe, têm que ser, respectivamente, pai e mãe do filho do marido ou da mulher? Se pode ser pai, ou mãe, quem de facto não gerou tal filho, o marido do pai poderia ser mãe – na realidade, não sendo progenitor, não é mais pai do que mãe … – como a mulher da mãe deveria poder ser pai. No limite, o filho de dois indivíduos do mesmo sexo poderia ser legalmente filho de dois pais, de duas mães ou até – quem diria! – de um pai e de uma mãe!

«Se se põe de parte o Direito, que distingue o Estado de um grande bando de salteadores?», perguntava Santo Agostinho (De civitate Dei, IV, 4, 1), recentemente citado por Bento XVI. Se se ignora a ecologia familiar, se se falsifica a noção de casamento, equiparando-o às uniões entre pessoas do mesmo sexo, e se se substitui a filiação pela «homoparentalidade», que resta senão uma fraude e uma mentira?! Se à família se nega o seu fundamento natural, é a sua identidade que é negada e, na realidade, nada mais seria do que a factualidade de uma qualquer aventura em comum.

E não é preciso ser bruxo para adivinhar que as principais vítimas da destruição da família natural, em que tanto se empenha a ideologia do género, são, como sempre, as mais vulneráveis: as crianças.

P. Gonçalo Portocarrero de Almada
Voz da Verdade, 2011-11-20

O milagre dos peixes que a greve exige...

É sempre inconfortável escrever contra uma greve.

Vivemos demasiados anos sob uma ditadura, que proibiu qualquer forma de protesto, para nos sentirmos bem a falar contra uma paralisação de trabalhadores, ou a tomar qualquer posição que possa ser interpretada como «fascista», epíteto que por mais absurdo que seja, tem um peso imenso para uma geração que viveu o 25 de Abril.

E, no entanto, crescer emdemocracia implica isso mesmo: o direito, eodever, de denunciar uma greve, quando em consciência se considera que constituiam erro, e até uma manipulação de quem tem outros interesses, ou mesmo um“posto” a defender. Uma greve tem, como principal objectivo, prejudicar um patrão, obrigando-o a ceder. É eficaz, quando aquilo que ele perde, é superior aquilo que ganha se mantiver a postura inicial.

Mas hoje prevê-se que, tal como indicam os números das adesões às últimas greves, a maioria dos grevistas trabalhe para o Estado ou para empresas publicas, e paralise serviços prestados à população. Só que, desta vez, os prejudicados não são os patrões/governantes, a quem pouca diferença faz o caos por um dia, mas aqueles que trabalham no sector privado e assim não conseguem chegar ao emprego, não têm onde deixar os filhos, correm o risco de não receber o dia, e tudo isso contra a sua vontade. Os mesmos que, acrescido a isto, serão depois penalisados nos seus impostos que em lugar de contribuirem para o bem comum, serão utilizados para cobrir os custos desta greve.

Mas, é claro, que uma greve também pode ser uma forma de alerta.

Contudo, como é que se podem exigir simultaneamente coisas tão contraditórias, como protecção acrescida para os mais pobres e fragéis e ao mesmo tempo menos cortes, nomeadamente nos subsídios e na despesa?

Se alguém tem a solução pede-se que a apresente rapidamente, porque não há nenhum português que não vote nela. Senão, talvez a única opção seja mesmo trabalhar e pagar, por muito duro que seja. E claro que é.

24 | Nov | 2011
Isabel Stilwell, editorial@destak.pt

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

« J’ai peur d’avoir de nouveau faim quand le pain sera fini. »

Mère Teresa, fondatrice des Missionnaires de la charité, a reçu le prix Nobel de la paix en 1979 pour son oeuvre en faveur des exclus.


Inédit en France, c’est un florilège de méditations, de conseils, de lettres, d’enseignements, adressés par Mère Teresa aux membres de sa famille religieuse à travers le monde. Regroupés par Brian ­Kolodiejchuk, directeur du centre Mère-Teresa et postulateur de sa cause en canonisation, ces textes dessinent en creux le portrait d’une femme qui voulait se donner toujours mieux, toujours plus à Dieu à travers les pauvres. Quand l’amour est là, Dieu est là, à paraître le 24 novembre et dont nous publions des extraits en avant-­première, est un plaidoyer pour les exclus, un appel sans relâche à aimer. À travers les 450 pages de ce recueil, paru aux États-Unis en 2010 à l’occasion du centenaire de la naissance de la religieuse, la fondatrice des Missionnaires de la charité creuse, inépuisable, son sillon de pédagogue et de mère spirituelle. C’est bien du Christ « dans son déguisement désolant » dont nous parle la sainte, inlassablement. Si elle dépeint, d’anecdotes en souvenirs, le quotidien d’une vie de service immergée dans les misères les plus noires, c’est pour en extraire la moelle ­spirituelle : faire goûter la teneur du don ; inviter ses sœurs religieuses, surtout, à toujours aimer davantage, « jusqu’à en souffrir ».

Ces pages disent aussi son immense amour pour la famille, première cellule de la charité, mais qu’elle voit devenir, en Occident, le siège d’une pauvreté toute spirituelle. Face à un monde « assoiffé d’être aimé », elle appelle de manière lancinante à la proximité. Car le prochain, que son interpellation n’a de cesse de nous désigner, n’est pas seulement l’inconnu de la rue, mais aussi le familier ; le compagnon du quotidien.

Extraits :

« Le fruit du silence est la prière. Le fruit de la prière est la foi ; le fruit de la foi est l’amour. Le fruit de l’amour est le service. Le fruit du service est la paix. (page 21)

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Vous devez être emplies de silence, car, dans le silence du cœur, Dieu parle. Un cœur vide, Dieu le remplit. Même Dieu Tout-Puissant ne peut remplir un cœur plein – plein d’orgueil, d’amertume, de jalousie ; nous devons renoncer à ces sentiments. Tant que nous nous y accrochons, Dieu ne peut pas le remplir. Silence du cœur, pas seulement de la bouche – qui est aussi nécessaire – mais plus encore, ce silence de l’esprit, silence des yeux, silence du toucher. Alors vous pouvez L’entendre partout : dans le bruit d’une porte qui se ferme, dans la personne qui a besoin de vous, dans le chant des oiseaux, dans les fleurs, les animaux – ce silence qui est émerveillement et louange. (page 33)

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La faim n’est pas seulement ­l’absence de pain, c’est la faim d’amour, d’être aimé, d’être désiré. Cette terrible solitude des vieillards et des gens isolés est une faim terrible. La nudité n’est pas seulement l’absen­ce d’un morceau de tissu ; la nudité, c’est aussi ce manque de dignité, ce beau don de Dieu, la perte de la pureté du cœur, de l’esprit, du corps. Être sans logis, ce n’est pas seulement l’absence d’une maison faite de briques ; être sans logis, c’est aussi être rejeté, être un « rebut » de la société, indésirable, mal aimé, négligé. Là, au milieu de ces gens, vous pouvez mettre et je peux mettre mon amour de Dieu en actes vivants. (page 68)

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Nous avons tellement de gens comme cela, au cœur de New York, au cœur de Londres, dans ces grandes villes européennes, avec seulement un morceau de journal [comme couverture, ndlr], allongés là. Nos sœurs sortent le soir, de 22 heures à 1 heure du matin, dans les rues de Rome, et elles apportent des sandwiches, elles apportent quelque chose de chaud à boire. À Londres, j’ai vu des gens rester debout contre le mur de l’usine pour se réchauffer. Comment ? Pourquoi ? Où sommes-nous ? Donc, je crois qu’il est bon pour nous de ­commencer par aimer à la maison. Puis, une fois que nous aurons appris à aimer de cet amour qui fait souffrir, alors nous serons capables de donner cet amour, nos yeux s’ouvriront, nous verrons, nous verrons. Très souvent, nous regardons mais nous ne voyons pas ou bien nous voyons mais nous ne voulons pas regarder. (page 125)

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Pour moi, la plus grande injustice faite aux pauvres n’est pas tant que nous les avons privés de choses matérielles, mais que nous les avons privés de cette dignité d’enfant de Dieu, du respect que nous devons à une personne dont [nous] pensons « elle n’est bonne à rien, elle est paresseuse, elle est ceci, elle est cela » – tant d’adjectifs que nous rajoutons. Pour moi, c’est cela, la plus grande injustice […] et je leur dis toujours : « Que feriez-vous si vous étiez à leur place ? Si vous aviez l’estomac vide jour après jour et que vous voyiez vos enfants mourir de faim, de froid ? » (…) Il est facile pour nous qui avons l’estomac plein de proférer ce genre d’adjectifs. Et c’est la plus grande injustice. (page 130)

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Un jour, j’ai recueilli une petite enfant de six ans dans la rue. Et je voyais à son visage que cette enfant avait très, très faim. Alors je lui ai donné un morceau de pain et la petite a pris le pain et elle a commencé à le manger miette par miette ; alors j’ai dit à l’enfant : « Mange le pain, tu as faim, mange le pain. » Et elle m’a regardée et elle a dit : « J’ai peur d’avoir de nouveau faim quand le pain sera fini. » Alors, elle pensait qu’en le mangeant lentement, lentement, elle se sentirait moins affamée. La douleur de la faim est terrible et c’est là que vous et moi devons intervenir et donner jusqu’à en souffrir. Je ne veux pas que vous donniez comme ça, je veux que vous donniez jusqu’à en souffrir. Et ce don est amour de Dieu en actes. (page 223)

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Il y a beaucoup, beaucoup de gens (des vieux, des infirmes, des malades mentaux, des gens qui n’ont personne, aucun être pour les aimer) qui ont faim d’amour. Et peut-être que cette sorte de faim se trouve dans votre propre maison, votre propre famille. Peut-être qu’il y a une personne âgée dans votre famille, peut-être qu’il y a un malade dans votre famille. Avez-vous jamais pensé que vous pouviez montrer votre amour de Dieu en donnant peut-être un sourire, peut-être rien qu’un verre d’eau, peut-être rien qu’en restant assis là à parler un petit moment ? (page 224)

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Un monsieur hindou m’a un jour demandé, un fonctionnaire très important, haut placé : « Ne tenez-vous pas beaucoup à tous nous convertir ? » Et j’ai dit : « Naturellement, le trésor que j’ai, Jésus, naturellement que je veux le partager avec vous, mais la conversion doit venir de Lui. Mon rôle est de vous aider à faire des œuvres d’amour et alors, par ces œuvres d’amour, vous vous trouvez naturellement face à face avec Dieu et c’est entre vous que ce trésor, Son amour, s’échange. Et alors soit vous êtes converti, vous acceptez Dieu dans votre vie, soit non. » (page 288)

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Dans les bidonvilles, Jésus choisit comme déguisement la misère et la pauvreté de nos gens des bidonvilles. Vous ne pouvez pas respecter le vœu de charité si vous n’avez pas la foi nécessaire pour voir Jésus dans les gens avec lesquels nous entrons en contact. Autrement, notre travail n’est rien de plus que du travail social. (page 216)

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Vous devez faire de votre maison un centre d’amour brûlant, le soleil de l’amour de Dieu doit d’abord être dans votre maison. Vous devez être cette espérance de bonheur éternel pour votre mari, pour votre femme, pour votre enfant, pour votre grand-père, votre grand-mère, pour vos domestiques – tous ceux qui ont un lien avec vous. Vous travaillez dans une grande entreprise, vous êtes un coopérateur, mais vous ne connaissez même pas vos proches. Là-bas, vous devez être la flamme brûlante de l’amour de Dieu pour les gens qui travaillent avec vous ou qui travaillent pour vous. Est-ce qu’en levant les yeux, ils peuvent voir la joie d’aimer sur votre visage ? Est-ce qu’en levant les yeux, ils peuvent voir la joie d’un cœur pur ? Est-ce qu’en levant les yeux, ils peuvent voir Jésus en vous ? (page 364)

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Quand je dis joie, je ne veux pas parler de rires tonitruants ni de cris. Non, cela est trompeur, et peut être là pour cacher quelque chose. Je parle de la profonde joie intérieure qui est en vous, dans vos yeux, votre regard, votre visage, vos mouvements, vos gestes, votre vivacité etc. « Que Ma joie soit en vous », dit Jésus. Quelle est cette joie de Jésus ? C’est le résultat de Son union continuelle avec Dieu, tandis qu’Il faisait la volonté du Père. Vivre en présence de Dieu nous remplit de joie. Dieu est joie. Pour nous apporter de la joie, Jésus S’est fait homme. Marie est la première à avoir reçu Jésus : « Mon esprit exulte en Dieu mon Sauveur. » L’enfant dans le sein d’Élisabeth a tressailli de joie parce que Marie lui apportait Jésus. Ce même Jésus que nous recevons en Communion ; il n’y a aucune différence. (page 402) »