segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

"Uma nova AD mas só depois das legislativas"

Passos Coelho tem tido sondagens que o dão à beira da maioria absoluta. Mesmo assim, tem dito que se chegar ao Governo leva o CDS de Paulo Portas para tornar o projecto mais abrangente.

A porta está aberta. O eleitorado está de sobreaviso para o projecto. PSD e CDS estão dispostos a partir para uma nova Aliança Democrática (AD), ainda de contornos indefinidos. "Juntos" estão já no apoio ao candidato presidencial Cavaco Silva. E, apesar da especificidade das presidenciais, os dois partidos conseguirão ler nos resultados eleitorais de Cavaco, distrito a distrito, algum do peso de estarem de braço dado nesta corrida a Belém. Para já todos sociais-democratas e centristas tendem a dizer que um entendimento para as legislativas, sejam elas ordinárias ou antecipadas, será só pós-eleitoral.

O secretário-geral do PSD, em entrevista ao Sol, foi muito claro: "O que dissemos é que depois de ganhar as eleições é necessário um entendimento mais vasto." Miguel Relvas admitiu, no entanto, que o CDS "é um aliado natural".

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António Capucho, o marcante secretário-geral do PSD nos primeiros anos, foi esta semana uma das vozes mais entusiastas da reedição da AD. "É obrigação moral, ética e política do PSD e CDS envolverem-se num projecto comum de salvação nacional e seguir o exemplo de Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa", disse o presidente da Câmara de Cascais.

O líder do PSD vai dizendo que "um futuro Governo de mudança precisa mais do que a legitimidade eleitoral de um só partido". Pedro Passos Coelho é cauteloso a não se comprometer com qualquer fórmula pré ou pós-eleitoral de entendimento com o CDS. "Cada coisa a seu tempo, não estamos em vésperas de eleições."

Marcelo Rebelo de Sousa fez a leitura para as declarações de intenção sobre a AD, vindas de Passos e de Portas, que já declarou que "há capacidade de diálogo entre os dois partidos". Diz o antigo líder do PSD, no Sol, que, para Passos Coelho, "a presença do CDS aumenta a força do governo e impede duas frentes de oposição - à esquerda e à direita". Mas, diz, "tem o preço de dar mais força negocial ao CDS". O professor dá como adquirido que qualquer entendimento entre as duas forças será sempre pré-eleitoral. "E, apesar do caminho que tentei ensaiar em 1999 ter sido outro - coligação pré-eleitoral -, espero que este tenha condições de pleno sucesso."

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por PAULA SÁ, DN (13.XII.2010)

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