sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

CDS e PSD estabelecem pacto

O PSD e o CDS selaram um pacto que prevê a não-hostilização das iniciativas alheias e a colaboração no Parlamento. É a antecâmara da AD.

PSD e CDS garantem que vão sozinhos a eleições. E apenas admitem uma coligação a seguir às legislativas. Mas o certo é que sociais-democratas e centristas já têm um pacto de não agressão.

Ainda que informalmente, e sem nada escrito, as direcções dos dois partidos estão articuladas e, como confirmou ao SOL fonte próxima do líder do CDS, «já está a ser feito no Parlamento e fora dele um trabalho para evitar um excesso de desencontros de posições».

Com os dois partidos a apoiarem a recandidatura de Cavaco Silva a Belém, PSD e CDS já acertaram que até às eleições presidenciais não haverá mesmo ataques de parte a parte, nem sequer do lado dos centristas pelo facto de os sociais-democratas terem viabilizado o Orçamento do Estado para 2011.

Esta semana, às suas comissões de direcção (respectivamente, Permanente e Política), Passos Coelho fez questão de clarificar a posição do partido sobre coligações. O líder do PSD reafirmou que a estratégia passa por se apresentarem com listas próprias nas próximas eleições legislativas, tal como recordou que dissera no Congresso de Abril. Porém, reconheceu que a situação do país é tão grave que «devem ser criadas condições para um entendimento mais vasto que vá até para além do CDS».

Disponibilidade para conversar

O esclarecimento do líder social-democrata foi feito depois de, no passado fim-de-semana, à margem da cerimónia conjunta promovida pelo PSD e pelo CDS para assinalar os 30 anos da morte de Sá Carneiro e Amaro da Costa, tanto Passos Coelho como Paulo Portas terem manifestado abertura para um entendimento.

«Um futuro Governo de mudança precisa de mais do que da legitimidade eleitoral de um só partido», defendeu o líder do PSD nessa sessão; enquanto o líder do CDS, numa declaração mais contida, sublinhou que «o CDS e o PSD são partidos diferentes, têm valores diferentes, têm políticas diferentes, têm atitudes diferentes, mas há capacidade de diálogo entre estes dois partidos».

(por Sofia Rainho, Sol)

Sem comentários: