quarta-feira, 19 de maio de 2010

Da temperança, essa grande virtude

A propósito da promulgação da lei do casamento homossexual, o nosso Nuno Dias entendeu por bem citar dois artigos do Padre Nuno Serras Pereira, aqui (na caixa de comentários) e aqui.

Uma vez que o Rua do Souto é antes de mais, um espaço de opinião livre e de debate, não posso deixar de referir que acho estes artigos do Padre Nuno Serras Pereira absolutamente lamentáveis, quer no plano doutrinário, quer no plano da honestidade intelectual. Aliás, vejo-os mesmo como dois exemplos acabados de como o fundamentalismo numa sociedade aberta e democrática, pode prejudicar causas justas.

Mas eu confesso que a tacanhez do Pe. Serras Pereira tem o condão de me irritar. Um exemplo claro daquilo que me tira do sério no discurso deste ilustre coleccionador de adjectivos negativistas está no post intitulado "Cavaco e as presidenciais".


Para o Pe Nuno Serras Pereira, o Presidente promulgou, neste seu mandato, "tudo o que de mais abominável e perverso se possa imaginar", a saber:
a liberalização maciça do homicídio/aborto,
a crudelíssima clonagem,
a abjecta experimentação assassina em pessoas, na sua etapa embrionária,
o congelamento ignóbil das mesmas em gulags de latão,
o torpe divórcio expresso,
a deseducação sexual obscena e pornográfica nas escolas,
e agora o sórdido pseudo-casamento de pessoas do mesmo sexo.

Ora, não vou sequer falar na errada aplicação do conceito de "magistratura de influência" ou nas competências constitucionais em matéria legislativa no quadro do nosso sistema semi-presidencialista.

Interessa-me sobretudo sublinhar que o Pe Nuno Serras Pereira induz-nos a (falsa) ideia de que estas coisas são todas igualmente abjectas ignóbeis, torpes, sórdidas, obscenas e crudelísismas, todas mefistofelicamente enfiadas no peçonhento saco de "tudo o que de mais abominável e perverso se possa imaginar".

Na áritmética possível da semântica adjectiva deste ilustre fanático temos, por conseguinte, a equação infra indicada:

homicídio=aborto=clonagem=experimentação científica em embriões=congelamento de embriões=divórcio=deseducação sexual nas escolas=casamento de pessoas do mesmo sexo

Ora, convém que alguém diga com muita firmeza a este senhor que ele está errado e que tão errado é afirmar aos sete ventos que tudo isto é relativo, dependente da mundividência (e da conveniência) do sujeito activo, como insinuar-se que isto é tudo igualmente mau, pérfido, ignóbil, etc.

Não, Senhor Padre, não é tudo igualmente mau. Eu consigo viver melhor com deseducação sexual nas escolas, ainda que pornográfica e ainda que não concorde com ela, do que com a legalização do aborto, pelo simples e - talvez para V. ex.ª - aparentemente esquecido facto de que a educação sexual nas escolas, por pior que seja, não incide directamente sobre o direito à vida de uma pessoa única, singular na sua potencialidade e nas suas caracterísitcas desde a gestação e absolutamente irrepetível.

Por outro lado, o casamento dos homossexuais dificilmente prejudica um terceiro, já um homicídio me parece, sob esse ponto de vista, muito mais "sórdido", para usar o adjectivo propositadamente forte do Sr. Padre.

O facto é que, para - de uma forma intelectualmente desonesta - promover a sua agenda moral (ou moralista), o Pe. Serras Pereira não hesita em misturar comportamentos onde há terceiros que são afectados (no limite, está em causa o seu direito a existirem no mundo) com situações que apenas dizem respeito à liberdade civil de duas pessoas decidirem algo sobre o destino que querem dar às suas próprias vidas.

Mais: mistura situações em que está em causa uma opção de política educativa - melhor ou pior - com a qual poderemos aprender perfeitamente a lidar, com questões de vida ou morte.

Isto tudo é grave e deve ser firmemente denunciado por aqueles que, (como eu e muitos outros, crentes e não crentes) têm andado por este país a defender o valor supremo da vida humana, mesmo na fase intra-uterina, num ambiente social que há uns anos aceitava maioritariamente este imperativo categórico e hoje lhe é amplamente hostil, em grande medida por causa das caldeiradas de valores e de gente sem tento na língua, como o Sr. Pe. Serras Pereira.

Tudo isto é grave e deve ser firmemente denunciado, dizia eu, nem tanto como uma patologia na escala de valores do Sr. Padre, mas sobretudo - o que mais me faz espécie - como uma imbecilidade retórica, altamente contraproducente à nossa causa.

O Pe Serras Pereira, ao invés de decorar dicionários de adjectivos pejorativos, bem podia dedicar-se à investigação das consequências trágicas (o Sérgio, que é o sociólogo de serviço aqui na Rua, bem podia dar-me o jeito de explorar e aprofundar este ponto) da amplificação, no quadro de um discurso de massas, da ideia segundo a qual coisas relativamente pouco importantes estão mais ou menos no mesmo patamar, e com idêntica intensidade discursiva, de outras coisas, de extrema importância.

Caso prático: A comparação que induz uma suposta identidade entre George W. Bush a Hitler é susceptível de criar uma de duas reacções: ou uma hipervalorização do carácter malévolo das ideias e das políticas de George W. Bush, por associação à imagem negativa das políticas assassinas de Hitler; ou uma desvalorização da negatividade da percepção em relação a Hitler, por influência de uma simpatia, ainda que relativa ou condicional, para com as ideias de Bush.

O Pe. Serras Pereira, na sua cegueira ideológica, não consegue ver isto. Nuno Serras Pereira e Francisco Louçã são, em conclusão, cara e coroa de uma mesma moeda.

13 comentários:

Nuno disse...

Meu Caro Rui, meu caro Rui, meu caro Rui...

[...esta minha triplice afirmação sublinha a consideração intelectual e política que tenho por ti. E com isso quereria iniciar a minha pobre prosa.]

Acontece que eu tenho também enorme consideração pelo Pe. Nuno Serras Pereira (de quem sou amigo há uns 25 anos).

Pela leitura das tuas ideias, noto que ele te irrita! Sinal do que o que se está a falar é delicado e nos toca.

O que te posso dizer do que escreves?

Uma vez perguntaram à Madre Teresa de Calcutá o que é que ela achava das pessoas envolvidas nas barbaridades que ela assistia no seu dia-a-dia na India (fome, maldade, violência, abandono cruel...). Ao que ela respondeu: "eu não julgo ninguém; eu procuro ajudar no que posso".

Sublinhava a atitude positiva e construtiva que se deve ter nestas questões. Especialmente por serem tão delicadas.

Assim:

1. Consideras "lamentável doutrinalmente" o que leste. Sugiro, se mo permites, que ouças alguém especialista na matéria. Pois, tenho para mim, que as bases do Pe. Nuno são muito seguras e sólidas.

2. Questionas a "honestidade intectual". Sublinho a coerência e a clareza dos seus textos. E diria que estas são sinónimos da honestidade.

3. A "equação" (aborto/divórcio/deseducação/ pseudo-casamentos/etc.) é, para ti, "abominável e perversa" (se bem entendi).

Mas, a "equação" é tua!
E as consequências que tiras não me parecem legítimas. Estás a dizer que ele disse o que tu dizes (o que não é rigoroso). Não estarás a tirar conclusões delirantes?

És tu que estás a misturar os "comportamentos" e a avançar com as diferenças daquilo que misturas!...

4. Bush & Hitler: ele não fala de Bush.
(Quando muito fala de Obama, que é a favor e incentiva o aborto).

Um abraço do
Nuno

Rui Moreira disse...

Meu caro Nuno, meu caro Nuno, meu caro Nuno (o respeito é mutuo, hehe)

A minha conclusão não é delirante, é apenas fruto da adjectivação, essa sim delirante, na qual o Pe Serras Pereira é useiro e vezeiro.

Se, no mesmo texto, no mesmo parágrafo e englobadas num conjunto comum a que chama (ele, não eu) "tudo o que de mais abominável e perverso se possa imaginar", o Pe Serras Pereira (não eu) classifica coisas tão distintas como o são a educação sexual nas escolas, o casamento gay e o aborto (por exemplo), todas elas, indistintamente, com os epítetos de "homicida", "crudelíssima", "abjecta", "ignóbil", "torpe", "obscena", "pornográfica", "sórdido".

Repara que se trocares os´adjectivos às realidades de acordo com várias sequências aleatórias vais continuar a ter classificações fortes e repletas de carga negativa para cada uma delas, indistintamente, como se a hierarquia de valores entre elas fosse mais ou menos indiferente. E, ainda que esta consequência possa não ser desejada pelo Sr. Pe Nuno Serras Pereira, ela existe (não por culpa minha, mas por culpa dele) e provoca no receptor do seu discurso a ideia de que as várias realidades podem ser igualmente tratadas como coisas igualmente "abomináveis e perversas", como se não ocupassem lugares amplamente diversos numa escala valorativa de uma sociedade que humanista, personalista e respeitadora da vida, e nomeadamente, na escala valorativa cristã.

Logo, não me parece que seja a minha interpretação que é delirante, mas sim a adjectivação e a retórica do Pe Nuno Serras Pereira. Delirante e, com muita pena minha, contraproducente.

E a falta de rigor também não é minha, é de quem deixa que transpareça de um seu texto a ideia de que o casamento gay e o aborto têm lugares semelhante numa escala de valores.

Admito que o Pe Nuno Serras Pereira possa sustentar as suas afirmações em sólidas bases de pensamento, o que me parece é que a solidez lhe provocou uma lamentavel "calcificação doutrinal". Os artigos do Pe Nuno Serras Pereira (que não conheço), deixam-me com a sensação de que ele tem efectivamente bases sólidas, mas também com a suspeita de que não as sabe usar convenientemente.


E não, Nuno não fui eu que misturei os comportamentos e avancei com as diferenças, foi o Pe Serras Pereira quem misturou tudo. Eu apenas me limitei a sublinhar as diferenças naquilo que me pareceu que para o Pe Serras Pereira é mais ou menos igual.

Respeito o teu respeito e a tua amizade pelo Pe Nuno e, também por isso, tentarei ser um bocado mais meigo quando as suas afirmações me voltarem a causar urticária. Mas antes ainda vou responder ao resto das tuas objecções.

Abraço,
Rui

Rui Moreira disse...

Pela leitura das tuas ideias, noto que ele te irrita! Sinal do que o que se está a falar é delicado e nos toca.

É delicado, sim senhor. E toca-me muito que uma pessoa com uma formação acima da média ponha no mesmo saco o aborto e a educação sexual nas escolas, ou o congelamento de embriões e o casamento gay.

Rui Moreira disse...

"Uma vez perguntaram à Madre Teresa de Calcutá o que é que ela achava das pessoas envolvidas nas barbaridades que ela assistia no seu dia-a-dia na India (fome, maldade, violência, abandono cruel...). Ao que ela respondeu: "eu não julgo ninguém; eu procuro ajudar no que posso".

Sublinhava a atitude positiva e construtiva que se deve ter nestas questões. Especialmente por serem tão delicadas."

Dois comentários.

1. Ouço dizer que o Pe Serras Pereira tem um excelente trabalho a "ajudar no que pode", mas quem não souber e ler os seus artigos tem que concordar que ele se especializou em "julgar".

2. As questões são delicadas, concordo. O modo como o Pe Nuno Serras Pereira as trata no bocado de prosa que me irritou é que não está (na minha modesta opinião) à altura da delicadeza das questões.

Rui Moreira disse...

"1. Consideras "lamentável doutrinalmente" o que leste. Sugiro, se mo permites, que ouças alguém especialista na matéria. Pois, tenho para mim, que as bases do Pe. Nuno são muito seguras e sólidas."

Alto! Eu não disse que o Pe não conhece as bases. O que eu digo é que as intepreta de um modo que eu acho lamentável. A Igreja, fonte primordial da doutrina católica, não fala com meias tintas sobre nenhum destes temas. Mas há alguém de bom-senso que consiga defender que o mandamento "Não matarás" não é o mais importante?


Não acho que o Pe Serras Pereira seja ignorante, apenas acho que é incapaz de uma visão doutrinal "macro", por assim dizer.

Faz-me lembrar o polícia municipal que me queria multar por quebrar a alínea x do artigo 47.º, que sabia de cor, mas esqueceu-se que o princípio fundamental que constava no artigo 1.º dizia, desde logo, que nenhum artigo do código se palicava no local onde ele me queria multar.

Para isto, escolhe-me cem pessoas cheias de bagagem doutrinal e dá-me meia hora para falar com elas, não acredito que no final haja uma só que consiga defender que o aborto e o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo tem a mesma hierarquia em qualquer escala de valores (mesmo na católica).

Uma eventual excepção? Talvez, pelo que se lê dele, o Pe Serras Pereira.

Neste ponto, uma coisa te asseguro: posso estar errado, mas erro convictamente.

Rui Moreira disse...

2. Questionas a "honestidade intectual". Sublinho a coerência e a clareza dos seus textos. E diria que estas são sinónimos da honestidade.

Não vejo razões para discordar de ti no que toca à coerência. Mas onde tu vês clareza eu vejo, por vezes (não sempre, mas demasiadas vezes) simplismo.

Mas também vejo injustiça. Parece-me injusto que o Pe Pereira não queira ver o dilema moral que, por exemplo nesta questão, se colocou ao Presidente, e que é um dilema moral complicado: uma questão de princípio em relação à qual ele não pode fazer grnade diferença, do outro uma questão mundana (mas muito importante) na qual ele se afirma como um raro referncial de estabilidade e credibilidade e na qual, por isso mesmo, pode fazer toda a diferença. A não ser que defendas que Cavaco devesse dissolver a Assembleia ou demitir-se, como defende o Pe Pereira por causa do casamento gay: ia ser bonito: o país ficava na bancarrota, as possibilidades de ser eleito outro socialista (com um escândalo destes com epicentro à direita do PS) aumentavam e, cereja no topo do bolo, rapidamente estarias cinco anos a gramar com um Presidente, esse sim disposto a fazer "magistratura de influência" pró gay, pró aborto, pró eutanásia, pró tudo aquilo em que não acreditas.

Rui Moreira disse...

3. A equação não é minha, é dele, como já expliquei lá em cima. Vou citar o excerto do Pe Serras Pereira que me "irritou", para se perceber melhor:

"Promulgou tudo o que de mais abominável e perverso se possa imaginar: a liberalização maciça do homicídio/aborto, a crudelíssima clonagem, a abjecta experimentação assassina em pessoas, na sua etapa embrionária, o congelamento ignóbil das mesmas em gulags de latão, o torpe divórcio expresso, a deseducação sexual obscena e pornográfica nas escolas, e agora o sórdido pseudo-casamento de pessoas do mesmo sexo. Qualquer uma destas coisas, só por si, é muito mais grave que a grave crise económica que o país atravessa. O seus efeitos, principalmente, a médio e a longo prazo, serão aterradores."

Depois ainda as classifica, enquanto conjunto, como "monstruosidades pavorosas".

Quem fez a iqueação em que tudo é igual a tudo não fui eu, foi o Pe Serras Pereira.

Rui Moreira disse...

4. O exemplo Bush/Hitler, ou o exemplo Israel e Palestina/Holocausto não são especificamente do Pe Serras Pereira, mas são outros casos em que se trata como igual o que é diferente, com prejuízos para a consistÊncia da nossa posição e com efeitos perversos nas massas. Como dizer que Obama, como líder, é um assassino de massas quando o mundo tem uns quantos líderes que são assassinos de massas e, convenhamos, eles são "um bocadinho" piores do que o Obama.

Rui Moreira disse...

Só mais uma achega doutrinal, Nuno,e agora muito focada na questão do dilema moral (e com esta me calo):

Se leres com atenção as Considerações Sobre os Projectos de Reconhecimento Legal Das Uniões Entre Pessoas Homossexuais, documento da Congregação Para a Doutrina da Fé, assianda pelo Cardeal Ratzinger e aprovada por João Paulo II a 3 de Junho de 2003, lá se discorre amplamente sobre qual a atitude a tomar por um político católico caso venha a confrontar-se com um diploma deste tipo, e é curioso verificar o seguinte:

1. Desde logo, Cavaco Silva seguiu, na sua posição perante este assunto, grande parte das recomendações constantes desse documento (porque, ao contrário do que começou por defender o Pe Serras Pereira, as palavras contam);

2. É duvidoso que Cavaco não as tenha seguido todas. O documento é explícito sobre qual deve ser a posição do político que as deva votar, mas já não sobre qual a decisão do político que, apnhando-as já votadas pelos representantes do povo, seja chamado a promulgá-las. Porque será?

3. É bom não esquecer a fiscalização preventiva da constitucionalidade pedida por Cavaco ao Tribunal Constitucional, a qual ainda se enquadra no núcleo de atitudes que, em tese podem realisticamente fazer com que o Presidente evite que a lei venha a tornar-se realidade.

4. O documento não se pronuncia sobre como deve materializar-se a posição do político católico quando, confrontado com uma tal lei, não esteja, em determinado momento, em condições objectivas de evitar que ela se aplique. Ou seja: há alguma obrigação de princípio estabelecida por este documento para Cavaco vetar, quando esse veto apenas adia, não evita a promulgação da lei?

5. A posição do político em situação de dilema moral não é, obviamente, analisada. Hipótese: suponhamos que o Presidente do país x só podia (por exemplo, por lei) vetar politicamente 1 diploma por mês. No mês y tinha que pronunciar-se sobre 2 diplomas, sendo que um previa o aborto livre até às 10 semanas e o outro previa o casamento civil homossexual. Que fazer?

Nuno disse...

Bem, Rui,

parece claro que a minha percepção das tuas qualidades intelectuais tinha razão de ser.

Não vou rebater a tua opinião... até para não rebentar com o blog!

Entendo como legítimas as tuas objecções à prosa do Pe. Nuno. E reafirmo o meu apoio a muito do que ele escreve (mesmo que o estilo seja mais ou menos apreciado). Ele lê muito Camilo...

Há uma questão por trás destas questões todas que é o relativismo. É preciso ver que quando se chega ao ponto de não saber distinguir o bem do mal, estamos a caminhar para a desgraça (em que as principais vitímas serão os mais frágeis). A Cultura está inquinada (há imenso lixo que é considerado arte); a Economia vende produtos tóxicos (o que interessa é o máximo lucro); na Política pode-se mentir (nem que seja por uma caixa de robalos)... Como é que é?

Todas estas questões são aberrantes (agora cedi ao estilo à la Serras Pereira!...) e, mesmo que umas sejam muito mais graves que outras (pois matar é diferente de mentir), não deixa de haver aqui uma mentalidade que se vai insinuando, sibilina (como a serpente da Eva, no Genesis) e que nos vai querendo enrolar!...

O que fazer quanto à serpente?
No filme do Mel Gibson, logo no princípio, ela é pisada violentamente. A ideia é ser claro e não pactuar com semelhantes esquemas, tipo: não há conversa!

Não me intrepretes mal. (Talvez tenhas que vir, de propósito à Taberna, para bebermos uma cervejinha e conversarmos sobre isto). Mas temos que ser muito claros: a mentira é má; a corrupção não é aceitável; permitir o "casamento" entre homossexuais é um mentira; o aborto é um crime!

Um abraço amigo.

Rui Moreira disse...

Caríssimo,

"Ele lâ muito Camilo" ahahahahahahahahahahahah

Se a fonte da discussão é esta, então está o Pe Serras Pereira perdoado, passe a usurpação de funções :)

Eu concordo contigo quando dizes que o relativismo é mau, só acho que o "absolutismo radical (e não entendas aqui a palavra «radical» no sentido pejorativo) é um perigo também"

As coisas ocupam uma posição relativa, se consideradas umas em função das outras, mas não uma posição relativa absoluta, ou apneas considerada em função do indivíduo.

No fundo, a razão da minha discordância com o Pe Serras Pereira pode resumir-se do seguinte modod: A firmeza nos valores morais (todos) não pode ser adversa à concepção de uma escala (ou hierarquia) de valores morais.

Se disser a coisa assim, consigo um consenso? Atenção, apesar de alguma violênica verbal, que reconheço, eu não digo o que digo ao Pe Serras Pereira como um inimigo das ideias dele, antes como um amigo. Compreendes isto?

Abraço... e vamos à taberna mal eu apanhe um avião para aí :)

P.S. - Também percebo a tendênckia para tratar coisas como iguais, uma vez que elas são peças diferentes do mesmo puzzle. Acho é que temos que ter muito cuidado com o tratamento que damos a peças que, embora pertençam ao mesmo puzzle, são muiot diferentes entre si.

Rui Moreira disse...

bem , nuca vi tanta gralha junta :) não vou corrigir porque acho que a essência se percebe ...

Abraço,

P.S.E quando puderes manda um abraço ao Pe Nuno, e diz-lhe que há alguém que defende mais ou menos o que lee defende, mas que o critica porque acha que todas essas coisas más não são igualmente más... Eu não duvido que lele, sendo inteligwnte e informado como é, consiga perceber que o excesso de entusiasmo pode prejudicar o arrebanhamento da maioria dos votos, que é o que nos interessa... é que, se a igreja discursa sobre o pecado, facto é que também discursa sobre democracia... E, em democracia, manda a maioria, por isso perdemos umas e ganhamos outras... eu fico "quilhado" por não ganhar as mais importantes, e não ligo muito às menos importantes...

Nuno disse...

Como diria o Chico Buarque:

"Vai meu irmão,
pega esse avião..."

(in Samba d´Orly).

Vou ter que vos por os dois a conversar. Vai ser demais!...