quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A pornografia é uma distorção visual da sexualidade e implica uma grande ameaça ao casamento

Distorcer as relações sexuais

"A pornografia é uma distorção visual da sexualidade que supõe uma grande ameaça ao matrimônio, afirma um estudo publicado em dezembro pela Family Research Council.

"Patrick F. Fagan, membro e director do Centro de Investigação sobre o Matrimónio e a Religião, descrevia os efeitos sociais e piscológicos da pornografia em seu estudo The Effects of Pornography on Individuals, Marriage, Family and Community.

"Contrário ao argumento de que a pornografia é um prazer inofensivo, Fagan fazia referência às evidências clínicas que mostram que a pornografia distorce de modo significativo as atitudes e percepções sobre a natureza da sexualidade.

"Se os consumidores regulares de pornografia são homens, tendem a ter uma tolerância maior com o comportamento sexual anormal, observava o estudo. Também é um hábito muito viciante, devido à produção de hormônios que estimulam as partes responsáveis pelo prazer no cérebro.

"Fagan reconhecia que a energia sexual é uma poderosa força e, devido a isso, a sociedade necessita canalizar essa energia de uma forma que promova o bem comum. O casamento legitima a intimidade sexual, que protege as crianças que são resultado do acto sexual, e promove a estabilidade social.

"Colocar limites à actividade sexual ajuda os adolescentes enquanto amadurecem para orientar de forma correta sua sexualidade. Infelizmente, comentava o estudo, o desenvolvimento dos modernos meios de comunicação está derrubando estas barreiras e aumenta as formas dos criadores de pornografia entrarem na vida familiar.

Consequências para a família

"Ao tratar sobre as consequências para o matrimónio, Fagan faz referência a estudos que demonstram como as mulheres são afectadas pelo consumo de pornografia dos maridos.

"Em muitos casos, as esposas desses consumidores de pornografia sofrem danos psicológicos profundos, observava. Entre eles, sensações de traição, perda e desconfiança.

"Podem também se sentir pouco atrativas ou não aptas sexualmente, o que por sua vez pode levá-las à depressão.

"Fagan acrescentou que os consumidores masculinos de pornografia tendem a diminuir sua implicação emocional em suas relações sexuais, o que acaba fazendo com que suas esposas sofram através da diminuição da intimidade de seus maridos. Em um estudo, os maridos afirmavam desejar menos suas esposas por causa do longo tempo dedicado à pornografia.

"A pornografia também tem impacto no lado físico nos relacionamentos. A exposição prolongada promove a insatisfação com o outro e com seu comportamento sexual.
Fagan fazia referência a outros estudos que mostravam que os consumidores de pornografia veem cada vez mais o casamento como um confinamento sexual e isso os leva a duvidar do valor do matrimónio como instituição social.

Verdadeira infidelidade

"O distanciamento emocional das esposas e o próprio casamento sofrem as consequências. Fagan dizia que o consumo da pornografia e de outras formas de contato sexual online é considerado por muitas esposas tão prejudicial para a relação como uma infidelidade na vida real.

"De facto, os homens e as mulheres reagem à pornografia de modo diferente. Um estudo realizado por estudantes teve como resultado que os homens se transtornavam mais pela infidelidade sexual enquanto que as mulheres pela infidelidade emocional.

"Outro estudo examinava os diversos tipos de degradação da pornografia. Tanto homens quanto mulheres qualificavam três temas principais como os mais destrutivos, mas com intensidades diferentes: as mulheres os consideravam mais degradantes que os homens.
O impacto nas mulheres aumenta quando seus maridos se tornam viciados em pornografia.

"Fagan citava um estudo que revelou que 40% desses viciados em sexo perdem suas esposas. Não foi investigada a fundo a relação entre pornografia e divórcio, mas um estudo sobre relatos de advogados de divórcio indicava em 68% os casos de divórcios ocasionados por uma das partes que se envolveu em interesses amorosos na internet, e 56% os casos em que uma das partes tinha um interesse obsessivo nas páginas pornográficas da web.

"As mulheres não são as únicas que sofrem quando a pornografia se converte em vício. O estudo de Fagan observava ainda que o consumo frequente de pornografia trás como consequências uma menor auto-estima e uma menor capacidade entre homens de levar uma vida social significativa. Um estudo sobre viciados em pornografia revelou que eles se sentiam angustiados e percebiam que importantes aspectos de suas vidas estavam se deteriorando através de seus vícios.

Ilusão

"A pornografia apresenta a actividade sexual como uma espécie de evento esportivo ou diversão inocente, comentava Fagan, sem nenhum impacto importante nas emoções e na saúde. Argumentava que isso simplesmente não corresponde à realidade.

"De facto, a pornografia gera percepções distorcidas de realidade social: uma percepção exagerada do nível de atividade sexual da população geral e uma estimativa que aumenta a probabilidade da atividade sexual pré-matrimonial e extra-matrimonial. Também gera uma imaginação do predomínio de perversões como o sexo em grupo, a bestialidade e a atividade sadomasoquista.

“Desta forma, as crenças que se formam na mente do espectador de pornografia estão bastante distantes da realidade”, diz Fagan. “Um exemplo é que o uso repetido de pornografia induz a doença mental em matéria sexual”, conclui.

"Entre as distorções criadas pela pornografia estão três crenças: 1. as relações sexuais na natureza são algo recreativo. 2. os homens são em geral sexualmente dominantes. 3. as mulheres são objetos ou bens sexuais.

"Em consequência, Fagan descrevia como a pornografia promove a ideia de que a degradação das mulheres é algo aceitável. Além disso, posto que os homens utilizam a pornografia com muito mais frequência que as mulheres, seu predomínio conduz à ideia de que as mulheres são objetos para o sexo ou bens sexuais.

"Fagan contava que uma grande quantidade de pornografia é de conteúdo violento. Um estudo dos diferentes meios pornográficos encontrou violência em quase 1/4 das cenas de revistas, e mais de 1/4 nas cenas de vídeos, além de mais de 40% na pornografia online.

"Os estudos sugerem que há uma conexão entre a exposição da pornografia e as agressões sexuais, acrescentou. Inclusive o consumo de pornografia não-violenta aumenta a vontade nos homens de forçar suas parceiras sexuais quando estas não consentem.

"O consumo de pornografia se associa também a delitos sexuais, afirmava Fagan. Ele cita um estudo de delinquentes sexuais na internet, condenados, que informava que haviam passado mais de 11 horas por semana vendo imagens pornográficas de crianças na internet.

"Outros estudos revelaram que uma grande porcentagem de estupradores e violentadores de forma geral viu pornografia durante sua adolescência.

Adolescentes

"A pornografia portanto não só danifica matrimônios, mas também tem um forte impacto nos adolescentes. Um estudo sobre adolescentes mostrava que o consumo habitual de pornografia fazia com que não fossem leais com suas namoradas. De igual forma, o uso de pornografia aumentava depois sua infidelidade matrimonial em mais de 300%.

"Fagan descrevia como os adolescentes que veem pornografia se desorientam durante a fase de desenvolvimento na qual estão aprendendo a lidar com sua sexualidade e também é quando são mais vulneráveis a incertezas sobre suas crenças sexuais e seus valores morais.

"Um estudo sobre adolescentes revelou que o conteúdo explicitamente sexual na internet aumentava de modo significativo suas incertezas sobre sexualidade. Outro estudo falava que os adolescentes expostos a altos níveis de pornografia tinham um nível mais baixo de auto-estima sexual.

"Existe também uma relação significativa entre ver com frequência pornografia, sentimentos e sensações de solidão, incluindo graves depressões. O alto consumo de pornografia na adolescência pode ser também um fator de importância nas gravidezes adolescentes.

"Muito antes da chegada da internet, o Concílio Vaticano II comentava em seu decreto sobre a mídia que, se utilizada de modo apropriado, seria de grande utilidade para a humanidade.

A Igreja “sabe que estes meios, rectamente utilizados, prestam ajuda valiosa ao género humano, enquanto contribuem eficazmente para recrear e cultivar os espíritos e para propagar e firmar o reino de Deus; sabe também que os homens podem utilizar tais meios contra o desígnio do Criador e convertê-los em meios da sua própria ruína; mais ainda, sente uma maternal angústia pelos danos que, com o seu mau uso, se têm infligido, com demasiada frequência, à sociedade humana" (n. 2), observava o decreto. Um mau uso que hoje envenena famílias e casamentos."

Por Pe. John Flynn, L. C.
ROMA, quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010 (ZENIT.org).

4 comentários:

Marta Ferreira disse...

Ehehehehe.. que riso!

:)

Já para não falar nos velhinhos que gastam as suas parcas reformas no gold center, né?

Paulo Novais disse...

Bolas Nuno.

Quem nunca teve uma "ilusão (por ilusão entenda-se, ter relações com a "Plaminha")" que atire a primeira pedra.

Muito antes da pornografia existir já "as relações sexuais eram algo (também) recreativo".
E mesmo solitário.

Bem ou mal, estamos na era da proliferação da informação e dos conteúdos. Mais do que lamentar-mo-nos é preciso saber conviver com essa realidade e adaptar o nosso estilo de vida e a educação dos nossos para isso.

Como o álcool, o tabaco, as drogas, o jogo e muitos outros vícios e até mesmo os fanatismos políticos, religiosos, clubísticos e mais, tudo o que é demais normalmente é mau.

Eu fiz a minha adolescência em Braga no tempo do aparecimento dos Gold Center, estúdio Acil, das drogas e muito mais e considero-me (ás vezes) um tipo normal e saudável.

E isso não evitou que eu casasse e tivesse 3 filhos (e já havia televisão, hehehe).

Abraço Nuno

Nuno disse...

O texto só diz que a pornografia é nociva.

Portanto, se vocês a quiserem consumir (ou apoiar)depois não se admirem com as consequências.

Quem te avisa...

Paulo Novais disse...

Nociva para quem? E quem decide que a pornografia é nociva e em que circunstâncias.

Eu, sem preconceitos alguns, devo dizer que fez parte da minha adolescência, a dose de pornografia q.b.
Se bem, que na altura, até a revista da Triumph primavera/verão era um sucesso.
Hehehe :D

Tudo faz parte do crescimento. E a capacidade de distinguir a linha entre o normal e o excessivo faz parte da educação que recebemos dos nossos pais.

Tanto no que diz respeito à pornografia, como a qualquer outro factor viciante, drogas, álcool, jogo, etc.

E, ao contrário de muitas pessoas, para mim o sexo não é apenas um acto de procriação. É sobretudo um acto de amor, de desejo e prazer.

Por isso celebre-se o sexo (heterossexual, claro).