sábado, 30 de janeiro de 2010

Uma manifestação em favor da família

Lisboa, 30 jan (RV) - Em Portugal, os defensores do referendo sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo vão sair às ruas no dia 20 de fevereiro, numa manifestação em favor da família. A acção é promovida pela Plataforma Cidadania e Casamento, um grupo de cidadãos formado por numerosos católicos, que entregou no Parlamento uma petição com mais de 90 mil assinaturas, solicitando a realização de uma consulta popular. A Igreja apoia a iniciativa e lança um apelo a todos os católicos, para que compareçam maciçamente à manifestação.

"Acreditamos que esta ação possa mudar o rumo das coisas, porque se trata de pessoas concretas, de famílias inteiras e de jovens indignados que saem às ruas para mostrar que esta lei proposta pelo Governo é errada, foi feita às escondidas e nunca se falou sobre suas reais consequências" – explicou um membro da Plataforma Cidadania e Casamento, Sofia Guedes.

Os manifestantes descerão a Avenida da Liberdade, em Lisboa, e concluirão seu protesto com uma pequena festa na Praça dos Restauradores. A Plataforma Cidadania e Casamento acredita que milhares de pessoas vão aderir a esta ação pública, mesmo porque mais de 90 mil subscreveram a petição, exigindo a realização do referendo.

Sofia Guedes sublinha que a manifestação é promovida por "cidadãos comuns" e garante que a Plataforma Cidadania e Casamento "não tem preferências por credos, raças ou condições sociais ou etárias". Todavia, a Igreja Católica aplaudiu a iniciativa.

"A Igreja alegra-se com qualquer iniciativa que defenda os valores da família e do casamento, e que ultrapassam as fronteiras da Igreja. Os católicos devem participar porque, assim, estarão defendendo esses princípios que são fundamentais para a Igreja" – disse o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), Pe. Manuel Morujão.

Questionado sobre se – tal como ocorreu na Espanha – os membros da hierarquia da Igreja também sairão à rua em protesto, Pe. Morujão disse que é "impossível prever uma situação dessas". Mas sublinhou que, mesmo não sendo uma organização da hierarquia da Igreja, as pessoas têm liberdade para se mobilizar em nível local, por exemplo, nas paróquias, "sem terem de pedir autorização à hierarquia". No entanto, Pe. Morujão acredita que os bispos venham a tomar uma posição na reunião do próximo dia 9.

A Igreja tem criticado a proposta do Governo, considerando que ela vai contra os valores da família. Embora alguns bispos se tenham mostrado favoráveis à realização do referendo, o Episcopado, no seu conjunto, nunca assumiu uma posição aberta nesse sentido. (AF)

1 comentário:

Ida disse...

Esta é uma ótima iniciativa e valoriza a liberdade de expressào em Portugal, afinal a maioria da população é a favor da família tradicional ( pai, màe e filhos). Os evangélicos também subscreveram o manifesto e estarão presentes no dia 20 a favor do referendo.