quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Uma carta do Séc. XVI

Carta de Santo Inácio de Loyola a Jerónimo Vignes

" Parece-me que deveríeis decidir-vos a fazer calmamente o que podeis. Não vos inquieteis com tudo o resto, mas deixai-vos nas mãos da Divina Providência o que não podeis cumprir por vós mesmos.

"São agradáveis a Deus a solicitude e o cuidado que, com razoabilidade, pomos nas tarefas que nos cumprem, para conseguirmos concretizá-las da melhor maneira.

"Não Lhe são agradáveis a ansiedade e a inquietação do espírito: o Senhor quer que os nossos limites e fraquezas encontrem apoio na Sua fortaleza e omnipotência, quer que tenhamos confiança em que a Sua bondade suprirá a imperfeição dos nossos meios.

"Os que se ocupam com muitos assuntos, mesmo se com boas intenções o fazem, devem resolver-se a fazer apenas o que está ao seu alcance.

"Se tivermos que deixar de lado certas coisas, há que ter paciência, e não pensar que Deus espera de nós o que não podemos fazer.

"Ele não quer que o homem se atormente com as próprias limitações humanas; não é preciso cansarmo-nos excessivamente.

"Quando de facto nos esforçámos por dar o melhor de nós, podemos deixar o resto nas mãos d’Aquele que tem o poder de realizar tudo o que quer.

"Que a bondade humana nos comunique sempre o dom da sabedoria, para que possamos ver com clareza e realizar os Seus bons desejos com profunda convicção, em nós e nos outros; para que das Suas mãos aceitemos o que envia, considerando o que é de maior importância: a paciência, a humildade, a obediência e a caridade."

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