quarta-feira, 22 de julho de 2009

Uma nova política para a cidade

“ O que é preciso para fazer uma transformação na cidade resume-se a quatro pontos: vontade política, visão solidária, visão estratégica relacionando as necessidades e as potencialidades e estabelecer uma equação de co-responsabilidade”
Jaime Lerner (antigo Perfeito de Curitiba, Brasil)

A política de Braga precisa de mudar e de mudar profundamente. Estes anos todos de gestão socialista mostram erros sobre erros, fruto do não assumir das responsabilidades dos mais altos responsáveis autárquicos. Mas, a oposição tem mostrado que há outras opções políticas:

1. Uma vontade política forte.
A possibilidade do município passar de mãos faz correr uma brisa de esperança por todo o país. Porque já não é só em Braga que esta alteração é desejada e sim em todo o lado!
Esta força traduz-se na dedicação à cidade que se nota, principalmente, na Coligação “Juntos por Braga”. Ou seja, temos uma oposição mais atenta, que estuda e conhece as questões por resolver, critica as propostas imediatistas do executivo e vai – persistentemente e com ânimo – reforçando as suas propostas, preparando-se, assim, para dar uma orientação política totalmente nova para Braga.

2. Visão solidária.
Naturalmente que não interessa só mudar por mudar. A nova ideia de política urbana deve ser consistente, com propostas concretas, baseadas em estudos atentos à realidade das pessoas que aqui vivem. E, desde logo, o olhar de quem vai decidir deve virar-se para os mais desfavorecidos: os mais novos (os que ainda não nasceram!...) e os mais velhos, os mais vulneráveis, os desempregados, os que ficam à margem do sistema e para o simples cidadão comum. São estes – os que nem sempre têm voz ou a atenção devida, mas que fazem a cidade – a quem se tem de responder! Os seus anseios legítimos e os seus problemas são o programa político mais sustentado e verdadeiro. As pessoas que vivem no Concelho, na cidade e à sua volta, e a qualidade da sua vida urbana devem ser a preocupação essencial, para onde se orientam os esforços de quem quer ter os destinos da Câmara à sua responsabilidade. Tudo o resto está em função deste ponto principal.
A dignidade das pessoas exige sensibilidade e competência por parte dos detentores do poder autárquico, que são eleitos para os servir.

3. Visão estratégica relacionando as necessidades e as potencialidades.
Os recursos da Câmara são limitados. Mas isso traz-nos, de novo, à questão da qualidade política: todo o dinheiro aplicado deve se bem gasto!
Mandar dinheiro fora é que é inadmissível! Propagandas fúteis, obras mal feitas, orçamentos a triplicar e outros desperdícios têm de ser combatidos. Para que é que o Estádio de Braga foi feito ali? Haveria algum sítio mais difícil? Implementar uma obra daquelas naquele lugar, teve um acréscimo de largos milhões de euros, o que não faz sentido!
Não faz sentido porque é um insulto a quem anda todos os dias a esforçar-se por uma vida melhor mas não tem um Hospital em condições, nem escolas de qualidade para os seus filhos ou não tem uma casa decente. E sabemos como estes casos abundam!

4. Uma equação de co-responsabilidade.
A nova equipe que vai tomar conta dos destinos da cidade, por indicação das pessoas que nela vão votar, tem que dar satisfações aos cidadãos. E estes devem participar e acompanhar as decisões políticas.
Como se diz em Angola: “estamos juntos!” O que as últimas eleições autárquicas mostraram é que a população começou a estar saturada, o que não admira! … E significa, também, que os dirigentes políticos da oposição têm que apresentar uma política alternativa e apresentá-la às pessoas, preparando-se para receber do povo, pelo voto, os destinos da cidade.

2 comentários:

Paulo Novais disse...

Afinal Rui, sempre temos o o "Caicedo" a jogar na equipa.

Nuno, em primeiro lugar quero saudar-te, pois um post teu aqui na rua era ansiado.

Depois quero salientar a visível vertente "democrata", mas principalmente "cristã" da tua intervenção.
É bom ver alguém preocupado com factores até agora quase "tabus" na campanha ás autárquicas dos diversos partidos, como o desemprego, a terceira idade, os socialmente mais desfavorecidos, as crianças. Pois, como bem disseste, são estes aqueles que por muito que berrem por justiça, batem sempre nos ouvidos surdos do poder instalado.
Ainda por cima, quando se trata de ideias que nada têm a ver com eleições, com campanhas e, principalmente, que são parte dos teus princípios, que nós temos o privilégio de conhecer.

Não esqueçamos que infelizmente existe em Portugal, neste caso especifico em Braga, muita pobreza esquecida e escondida.
Li ainda hoje no JN, nas "Cartas do Leitor", uma cidadã bracarense, casada, com 2 filhos, desempregada e portadora de uma diminuição física, queixar-se que a S.S. apenas lhe atribuía o escalão 2 do abono de família. O marido trabalhava em Aveiro (deslocações diárias) e auferia 750€ de remuneração.
Esta senhora partiu os óculos e diz não ter sequer dinheiro para os substituir.
Isto aqui já ao lado. Talvez a vizinha de qualquer um de nós.
Até já Nuno. Agora que já efectuaste o primeiro jogo pela equipa, vê lá se não te lesionas, pois estás convocado.

Rui Moreira disse...

Como se diz aqui em Angola: Ya, estamos juntos, meu camba :)

Gostei bué de ver a tua posta

Abraço